sexta-feira, 10 de maio de 2013
Dançando o Sagrado Feminino - (Autor Desconhecido)
"Durante a vida, passamos por tristes situações que não julgamos tão importantes assim, nem percebemos seu efeito sobre nós. Mas, com o tempo, elas se acumulam no corpo, na alma, e ficam estagnadas, criando couraças, tumores.
Ao longo de muitos anos, o feminino acumulou muitos males e carregou em seus quadris o peso de repressões e culpas, se escondendo, mutilando, encolhendo, submetendo e esquecendo sua verdade.
É o momento de indagar: o que escondo, engulo e quem sou. Você lembra quem é?!
Será que toda força e poder do feminino foram queimados na fogueira? Comprimidos entre espartilhos? Encoberto por burkas ou mutilado? Ocultado atrás de implantes de silicones e plásticas? A força e o poder, necessários para nos livrar deste tributo, habitam em nós, mas precisamos de uma outra força impulsionadora que pode surgir de muitas maneiras em nossa vida: como um insight, um sonho, o convite de uma amiga, uma revolta contra o sistema, uma perda trágica, entre tantas outras possibilidades.
Mas, em algum momento de nosso confuso e caótico cotidiano, esse fator desencadeante se apresenta, e pode causar grandes transformações, mudar nossa perspectiva e abrir inúmeros caminhos.
Só então nos deparamos com quem somos, ou com o grande vazio de não mais reconhecer a si mesma; ou ao sagrado dentro de nós e a necessidade de vivê-lo; o quanto esse corpo nos é tão útil, mesmo não sendo tudo o que os outros esperam dele. Mas, ainda assim, é meu corpo, e é esse corpo que carrega os filhos no ventre, os alimenta, dá prazer ao meu amante, se renova todo mês e me conecta com o poder da Lua, esse corpo me proporciona ser quem sou, ele me liga ao mundo e me comunica com o todo.
Quando nos permitimos reconquistar esse feminino, que sente, se manifesta, sofre, ama, cuida, provém, sonha, se interioriza, e cria, também libertamos os homens, e permitimos a eles o direito de reconquistar o seu feminino sagrado, no qual é possível sentir, chorar, amar e sonhar, sem ser julgado - tornando muito mais harmônica e construtiva a vida de casal. Também voltamos o olhar para a Terra e vemos a necessidade de cuidar do mundo, tendo mais amor e cuidado com os animais e a natureza.
Algo além do entretenimento - Uma das formas mais prazerosas e tranqüilas de descobrir e fazer essa transição é através da dança. A dança nos desnuda e abre ao mundo, nos conforta e ampara, pois é livre de dogmas e de mentiras.
Desenvolvo um trabalho com grupos de mulheres que busca na dança algo além do entretenimento: busca o sentido pessoal da dança, a expressão dos sentimentos, os arquétipos do universo que nela podem se manifestar para serem trabalhados.
As danças ritualísticas e ancestrais - e suas melodias - trazem intrinsecamente um grande poder de nos mover no tempo e mexer com emoções aprisionadas. Associadas a nossos chakras e seus elementos, podem romper barreiras corporais e psíquicas, fazendo a energia fluir de novo dentro de nós, sem obstáculos, em uma conexão entre o sentir e o ser que atinge o equilíbrio.
Trabalhando em grupo, as trocas são constantes, as mulheres que compartilham do mesmo processo se conhecem, se compreendem e se respeitam, mudando sua forma de olhar as outras e rompendo julgamentos e desrespeitos com outras mulheres - ato machista que ainda cometemos atualmente.
Através de leituras, debates e explanações sobre textos ligados ao Feminino, e seu sagrado mitológico, descobrimos mais sobre nós e tudo que permeia nosso universo e inconsciente coletivo.
Ao entrar em contato com as Deusas interiorizadas, descobrimos que todas somos faces da Deusa em suas infinitas manifestações.
Este trabalho mescla fusões de diversas danças canalizadas para harmonização e cura do Ser, a retirada de couraças e amarras do corpo e da alma. Para resgatar o trabalho manual, os próprios figurinos são tecidos e criados por nós."
Fonte: xamanismo.com.br/
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