terça-feira, 25 de outubro de 2011

O Almiscareiro do Himalaia - (Paramahansa Yogananda)


"O almíscar é uma substância valiosa, extremamente aromática, contida numa bolsa sob a pele do abdome do almiscareiro macho, que habita os elevados picos dos Himalaias. Quando o almiscareiro alcança certa idade, o odor penetrante do almíscar começa a exsudar dessa bolsa. O almiscareiro fica excitado pelo aroma delicioso e pula para lá e para cá, farejando sob as árvores e furnas, buscando em toda a parte – às vezes por muitas semanas -, procurando a fonte da persistente fragrância. Incapaz de localizar o perfume tantalizante, ele se torna extremamente inquieto e, em seguida, irritado. Em sua agitação e num esforço último e desesperado de encontrar a fonte da essência enlouquecedora, sabe-se de casos em que o almiscareiro salta dos altos picos alcantilados e cai para a morte no vale que se estende abaixo. Os caçadores, achando os cadáveres, cortam a almejada bolsa do almíscar.

Um bardo iluminado cantou certa vez: "Ó tolo almiscareiro: buscaste a fragrância em toda a parte, exceto em seu próprio corpo. Eis porque não a encontraste. Se pelo menos tivesses voltado tua busca para ti mesmo, terias encontrado o almíscar almejado e terias salvo a ti mesmo da morte sobre as rochas abaixo das montanhas".

A maior parte das pessoas se comporta como o almiscareiro. Buscam a felicidade elusiva, sempre fragrante, por toda a parte, fora delas próprias. E quando, finalmente, não podem achar a verdadeira felicidade, cuja fonte jaz oculta nos recônditos secretos de suas próprias almas, pulam dos picos alcantilados das esperanças elevadas e se despedaçam nas pedras da desilusão.

Ó tolo almiscareiro humano, se pelo menos voltasses tua mente para dentro, na meditação diária profunda, acharias a fonte de toda verdadeira e duradoura felicidade no silêncio mais recôndito de tua própria alma. Bem-amado que estás à procura da felicidade: não sejas como o almiscareiro, perecendo na vã busca exterior: Desperta! E, na caverna da meditação profunda, encontra a felicidade eterna dentro de teu imortal Ser."

Vícios e Apegos x consciência - (Ram Dass)

O Barco Vazio - (Osho)



"Um dos maiores mestres zen, Lin Chi, costumava dizer: "Quando eu era jovem, adorava andar de barco. Eu tinha um barquinho e remava sozinho num lago. Eu ficava ali durante horas.
Uma vez, eu estava no meu barco, de olhos fechados, meditando, numa noite esplêndida. Então outro barco veio flutuando, trazido pela corrente, e bateu no meu.
Meus olhos estavam fechados, então eu pensei: alguém bateu o barco no meu. Enchi-me de raiva. Abri os olhos e estava a ponto de vociferar algo para o homem, quando percebi que o barco estava vazio!
Então não havia onde descarregar a minha raiva. Em quem eu iria extravasá-la? O barco estava vazio, à deriva no lago e tinha colidido com o meu. Então não havia nada a fazer. Não havia possibilidade de projetar a raiva num barco vazio.
Eu fechei os olhos. A raiva estava ali. Mas não sabia como extravasar. Eu fechei os olhos simplesmente e flutuei de volta com a raiva. E esse barco vazio tornou-se a minha descoberta.
Eu atingi um ponto dentro de mim naquela noite silenciosa. Esse barco vazio foi meu mestre. E, se agora alguém vem me insultar, eu rio e digo: esse barco também está vazio.
Fecho os olhos e mergulho dentro de mim.”

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Quando dois se tornam um - O dom da união sagrada - (Mashubi Rochell)



"O dom da união sagrada é uma das maiores bênçãos de Deus. No mundo de hoje, a compreensão da união sagrada esteve limitada aos conceitos e costumes que foram criados em uma época anterior. Hoje, no auge da transformação da humanidade em um planeta de luz, a natureza de todos os relacionamentos, incluindo aquela da união sagrada, está sendo elevada a um novo nível de consciência e de percepção.

Na realidade de Deus, tudo é Um e todas as almas individuais são parte do Uno que é Deus. Da perspectiva de nossa consciência individual, humana, nós freqüentemente nos sentimos sozinhos e anelamos a conexão, o companheirismo, e os relacionamentos satisfatórios. A solidão que sentimos é uma parte da consciência de individuação em que a humanidade evoluiu desde que assumiu a forma física, e no momento atual em nossa evolução, há agora uma possibilidade muito maior de ultrapassarmos isto para nos ligarmos à intensidade do amor de Deus através de nossos relacionamentos e conexões com outros.

O que torna mais possível agora os relacionamentos humanos está relacionado à expansão da luz espiritual na Terra, que acelerou o processo de transformação da humanidade. Este influxo de luz começou a despertar os corações, mentes e corpos de muitas pessoas que estão começando a ter uma experiência direta do amor e da luz de Deus. Este tipo de experiência direta pode transformar uma vida, e pode curar aquilo que pode ter parecido impossível curar

Em épocas anteriores, a natureza da união sagrada estava ligada ao dever, ou relacionada às necessidades práticas. Hoje em dia, enquanto os relacionamentos humanos se transformam e se tornam mais conscientes, a natureza da união sagrada entra em um domínio inteiramente novo de possibilidades, que está relacionada a duas almas que se tornam Uma em Deus, sem liberar a sua individualidade ou identidades únicas.

Esta nova forma de relacionamento é o ponto culminante do processo de transição da humanidade, inicialmente de seres de luz nos reinos espirituais, que então assumem a forma física enquanto mantêm a sua conexão com o Um… e então como seres cada vez mais físicos, que se tornam imersos na matéria e se tornam menos conscientes do espírito. Agora, o círculo está se completando, de modo que as almas que atingiram a individuação máxima e a consciência separada estão começando a despertar para a recordação do espírito.

Quando uma alma começa a se re-conectar com as suas origens divinas, um mundo inteiramente novo se abre diante delas. Muitas “necessidades” que eram sentidas ao nível do ego da personalidade, começam a desaparecer, uma vez que a alma compreende a sua conexão divina com a fonte de todo o amor. Enquanto a alma começa a relaxar em sua identidade espiritual, portais começam a se abrir, tanto emocionalmente, quanto aos níveis espirituais. Um fluxo divino começa e tece os filamentos do amor e da luz de Deus em todos os aspectos da vida diária. Os relacionamentos assumem um novo brilho e plenitude, e há menos apego ao ego, o que promove a troca aberta de maiores níveis de luz espiritual.

Enquanto mais almas começam a se re-conectar com as suas origens divinas, as possibilidades para os relacionamentos se multiplicam exponencialmente. O amor se torna a força condutora, o que rompe todas as barreiras do medo, a partir do nível do ego do ser, e assume uma vida própria. Pode-se dizer que, em uma parceria divina, dois se tornam Um em Deus. Em tal parceria divina, duas almas se unem, entregando-se à vontade de Deus, o que dirige o relacionamento.

Uma união sagrada ocorre quando duas almas são guiadas através do seu amor, uma pela outra, unem os seus corações, mentes, corpos e vidas diárias, em uma nova entidade que é maior do que qualquer indivíduo sozinho. Um laço de união sagrada cria uma sinergia e uma bênção que irradia para o mundo, e que pode ser vista e sentida de forma tangível, como a presença da luz e do amor.

A união sagrada existe em todas as culturas e religiões, pois não são as crenças ou os costumes relacionados ao casamento que criam a sua santidade, mas sim, a intenção sagrada dos participantes. No mundo de hoje que vê tanto a dissolução de muitos casamentos, como também muita dor e confusão sobre a natureza dos relacionamentos íntimos, há pouca orientação ou informação disponível para ajudar aqueles que desejem entrar em tal parceria.

A união sagrada requer um compromisso contínuo de cada participante, de se amarem plenamente a cada dia, e liberarem os apegos ao ego e a negatividade que obscurecem a comunicação e criam a desarmonia dentro do relacionamento. Este tipo de compromisso é, na essência, espiritual, o que traz a alma ao alinhamento com o amor de Deus e com o propósito divino para esta alma. A união sagrada é uma bênção e uma dádiva, o que modela o caminho para o lar, a um espaço e tempo em que toda a humanidade vive em relacionamentos sagrados entre si e com toda a vida."




* Mashubi Rochell é uma conselheira espiritual e fundadora do WorldBlessings.net, um espaço de reunião espiritual on line para pessoas de todas as crenças.
Tradução: Regina Drumond.

domingo, 23 de outubro de 2011

A causa principal de todo sofrimento - (Sri Bhagavan)

"A causa principal de todo sofrimento é a sensação de separação. Temos uma consciência divisiva que percebe as coisas como eu e o outro; como o meu e o dele; meu povo e o seu; minha nação e a sua. Tendo dividido todas as coisas, sentimo-nos ameaçados pelo outro. O medo, por sua vez, alimenta guerras, conflitos e outras formas de violência.

Estaria, então, a redenção além de nosso alcance? Continuaremos a ser um bando de filósofos pessimistas ou expectadores apáticos, lamentando nosso destino coletivo?

Não necessariamente.

Na condição de humanos, estamos à beira de uma transição colossal: sairemos da separação rumo à unidade. Acordaremos da escuridão para a luz, da não-verdade para a verdade. Compreenderemos a unidade de todas as coisas vivas.

Embora tenhamos vidas diferentes e estejamos longe uns dos outros no tempo e no espaço, biológica, emocional e espiritualmente, somos um.

Existe apenas um corpo. O que se passa com os animais nos oceanos, repercute em nós - homens e mulheres. O que ocorre em nossas florestas é sentido em nossos corpos, pois, assim como as árvores, eles são feitos da mesma terra. Afinal, os nossos corpos não são argila em movimento, dotada de inteligência?

Um esforço consciente para curar a terra manifestar-se-ia como a cura definitiva de nossos próprios corpos.

Existe apenas uma mente. A mesma mente que fluiu através de nossos antepassados flui através de nós e continuará a se manisfestar através de nossos filhos e de seus descendentes. O tormento ou o medo coletivo que aflige nossos próprios irmãos em algum lugar do mundo afeta outros, em outras partes, na forma de pesadelos - quer estejam dormindo ou acordados. Nossos prazeres e nossas dores são infinitamente interligados. Somos unos e não podemos continuar vivendo na ilusão da separação.

Existe apenas uma consciência. Vivemos em um universo holográfico. Todo e qualquer indivíduo que esteja despertando para a unidade está, automaticamente, afetando centenas de pessoas, impulsionando-as rumo a única alternativa sã de se experienciar a realidade.

Ao mudar nossa experiência de realidade, descobriremos formas mais novas de viver e amar. Criaremos um planeta melhor para o presente e o futuro. Este é nosso destino comum."




Fonte: http://onenessmovement.pre.hw36.tehospedo.com.br/deeksha//index.php?option=com_content&task=view&id=18&Itemid=66

sábado, 22 de outubro de 2011

Alegria é a sua natureza - (Osho)


Amado Osho,
Como eu posso livrar-me do sofrimento?

"Todo mundo passa a sua vida em busca de uma coisa: como livrar-se do sofrimento? Como obter felicidade e alegria? Você quer buscar alegria, mas o que você pagará por isso? O que você dará em troca daquilo que conseguiu?

Se um homem der um passo que seja, ele terá que deixar o pedaço da terra sobre o qual ele estava em pé. Somente assim ele poderá ir adiante. Não haverá qualquer progresso neste mundo se nós não quisermos abrir mão de alguma coisa. Sem sacrificar-se você não conseguirá dar nem mesmo um passo. Se as suas mãos estão cheias de lama, de seixos e de pedras e você quer diamantes, você terá que abandonar as pedras. Para agarrar o objeto desejado, as suas mãos deverão estar vazias. Você deverá deixar as coisas inúteis.

Não tenha medo: eu não lhe direi para renunciar à sua riqueza, mesmo porque ninguém tem riqueza alguma, ninguém mesmo. Neste mundo, até o mais rico dos homens é um mendigo. Ninguém tem riqueza.

Existem dois tipos de mendigos: um é o mendigo pobre e o outro é o mendigo rico, mas ambos são mendigos. Até agora, eu nunca vi um homem rico. Existem muitas pessoas que possuem dinheiro, mas elas não são ricas, elas também estão na corrida para agarrar o máximo que elas puderem, do mesmo jeito como faz o mais pobre dentre os homens pobres. Como um pedinte que segura tudo o que tiver com as mãos bem apertadas, também o homem que tem o maior dos cofres segura com as mãos apertadas tudo o que ele tiver. A avareza deles é a mesma e assim a pobreza deles também é a mesma.

Você não tem riqueza. Ninguém a tem. Por isso eu não insisto que você tenha que abandoná-la. Como você pode deixar alguma coisa que você não tem? Eu não lhe digo para desistir da sua vida - você nem mesmo tem isso. Como você pode ter alguma coisa, se nem mesmo tem consciência dela? E a cada momento você fica tremendo de medo da morte. Se você fosse a própria vida, por que você estaria com medo da morte?

A vida não tem morte alguma. Como a vida pode tornar-se morte? Mas você está tremendo de medo da morte. A cada momento a morte está rondando você. Você está tentando se salvar por qualquer caminho possível, para que você não desapareça, para que você não morra, para que você não chegue a um fim. Mesmo a vida, você não a tem. É por isso que eu não irei lhe pedir para desistir da sua vida. Como você pode dar alguma coisa que você não tem?

Eu só irei pedir aquilo que você tiver. E eu irei pedir aquilo que todos têm. Assim como eu disse que a busca de todo mundo é por alegria, também existe algo que todos têm em abundância: o sofrimento. Você tem uma quantidade suficiente de sofrimento, mais do que você precisa. Por muitas vidas você nada mais tem colecionado a não ser sofrimentos. Você colecionou pilhas disso. Mesmo o monte Everest parecerá pequeno se for comparado com as pilhas de problemas que você tem colecionado. Esse é o trabalho de suas muitas vidas; você nada tem ganho, exceto problemas. Mesmo agora você os está ganhando.

Eu gostaria que você largasse seus problemas, renunciasse aos seus problemas. Ninguém jamais pediu os seus problemas, mas eu estou pedindo. E se você puder desistir de seus problemas, aí o caminho para a alegria poderá ser aberto. E se você conseguir abandonar os seus problemas, você irá perceber que aquilo que você pensava ser problema nada mais era que ilusão. E os seus problemas não o estavam segurando; você é que os estava segurando. Mas uma vez que você os deixe ir, você irá saber então quem estava segurando quem.

Você está sempre perguntando como conseguir livrar-se do sofrimento. Perguntando assim, parece que o sofrimento o está segurando e você quer livrar-se dele. Se o sofrimento estivesse lhe segurando, então não seria possível você se livrar dele, porque a posse não estaria em suas mãos, mas nas mãos do sofrimento. Você seria impotente. E se depois de tantas vidas você ainda não conseguiu tornar-se livre, então como conseguir tornar-se livre agora?

Eu digo a você que o sofrimento não o está segurando; você é que está segurando o sofrimento. E se você puder fazer uns experimentos, aceitando o que eu estou dizendo, você irá compreender por si mesmo. E não apenas você compreenderá isso, mas você irá experienciar uma entrega; você saberá como o sofrimento pode ser abandonado. E quando tornar-se bom na arte de abandonar o sofrimento, você irá perceber o que estava arrastando consigo. E ninguém, a não ser você, era responsável por isso. Por qualquer coisa que você tenha experienciado como sofrimento, nenhuma outra pessoa pode ser responsabilizada. Esse era o seu desejo: você queria sofrer. Tudo o que nós desejarmos será permitido. E tudo o que você é, é o fruto dos seus desejos. Nem Deus é responsável, nem a sorte; ninguém tem motivo algum para lhe causar problemas.

A verdade é que a existência está sempre querendo fazer você ficar alegre. Toda essa existência quer que a sua vida se torne um festival... porque quando você está infeliz, você também sai atirando infelicidade por toda a sua volta. Quando você está infeliz, o mau cheiro de suas feridas alcança toda a existência. E quando você está infeliz, a existência também sente dor. Todo esse mundo sente dor quando você está infeliz e sente alegria quando você está alegre. A existência não deseja que você deva ser infeliz. Isso seria suicídio para a própria existência. Mas você está infeliz e para se tornar infeliz você teve que fazer toda sorte de arranjos. E enquanto isso não for destruído, você não será capaz de abrir os seus olhos para a felicidade.

Quais são os seus arranjos? Que arranjo o homem faz para estocar os seus problemas? Como ele os coleciona? Compreenda isso um pouco e talvez fique mais fácil para você deixá-los.

Uma criancinha quer chorar. Os psicólogos dizem que a ação de chorar da criança é a ação de vomitar. Sempre que uma tensão cresce dentro de uma criança, ela, ao chorar, atira para fora as suas tensões. Você foi uma criancinha. Uma criancinha está com fome e não estão lhe dando o leite na hora certa. É por isso que ela está chorando, é porque ela encheu-se de tensão. E isso é necessário para liberar a sua tensão para fora. Ela irá chorar, a tensão será liberada e ela se sentirá mais leve.

Mas nós ensinamos a criança a não chorar. Nós tentamos todas as maneiras para impedi-la de chorar. Nós colocamos brinquedos em suas mãos para que ela se esqueça; nós colocamos alguma coisa artificial em sua boca, ou colocamos o seu polegar em sua boca de modo que ela confunda isso com o seio de sua mãe e esqueça da fome. Nós começamos a balançá-lo para lá e para cá para que sua atenção se disperse e ela não chore. Nós tentamos tudo para não deixá-la chorar. Aquela tensão que poderia ter sido liberada pelo choro, não é liberada e vai sendo guardada. Desse jeito nós deixamos que isso vá se acumulando. Quem sabe quantas dores e angústias cada pessoa tem acumulado? Ela senta-se sobre essa coleção empilhada.

Quem sabe quantas tensões você acumulou? Você não tem chorado nem dado gargalhadas com seu coração totalmente presente. E porque você não chorou, alguma coisa ficou presa dentro de você. Você não tem ficado totalmente com raiva, nem tem perdoado completamente alguém. Você tornou-se uma pessoa pela metade. Os seus ramos querem se abrir mas eles não são capazes disto. As folhas querem brotar para todos os lados, mas elas não são capazes disto. A sua árvore ficou atrofiada. O nome dessa dor acumulada , dessa dor não liberada, é inferno. E você segue arrastando esse inferno ao seu redor.

Eu o chamei aqui para que o seu inferno possa ser jogado fora, e você pode jogá-lo fora. Neste Campo de Meditação você deve tornar-se como uma criancinha. Você deve esquecer que foi aculturado, que foi muito educado, que você ocupa uma posição elevada, que você conseguiu riquezas, que você é respeitado na cidade. Abandone tudo isso. Torne-se como um bebê recém-nascido, que não tem qualquer reputação, não tem educação, nem posição, nem riqueza, nem qualquer auto-respeito. Se você quiser salvar a sua estima, a sua posição, então, por favor saia daqui o mais rápido possível, e nem mesmo olhe para trás. Eu nada tenho a fazer com o você ou com o seu auto-respeito, conhecimentos, reputação. Para sua segurança, vá embora, não fique aqui.

Eu estou aqui para aqueles que são capazes de tornarem-se simples como uma criança, e somente assim eu posso fazer alguma coisa. Porque somente às crianças pode-se ensinar alguma coisa, somente as crianças podem ser mudadas, e uma revolução pode ocorrer apenas nas vidas das crianças.

Nos experimentos de meditação que acontecerão aqui, vomite, atire para fora todo sofrimento que você tiver em seu coração. Se você tiver raiva, atire-a para o céu, se você tiver violência, atire-a para o céu. Você não tem que ser violento com ninguém, simplesmente libere a violência para o céu aberto. Problemas, dores, culpas; qualquer coisa que estiver dentro tem que ser jogada para fora. Você tem que atirá-las tão totalmente quanto for possível. Use toda a sua energia de modo que qualquer problema que estiver dentro seja trazido a consciência.

Você deve compreender que enquanto você não ficar consciente da dor escondida no seu inconsciente, ela não o deixará, ela permanecerá escondida. Exponha-a, traga-a para a consciência. Puxe-a para fora, onde quer que ela esteja escondida na escuridão interna, traga-a para a luz.

Algumas coisas morrem com a luz. Se você puxar para fora da terra as raízes de uma árvore, elas morrerão. Elas necessitam da escuridão, elas vivem na escuridão, na escuridão está a vida delas. Assim como as raízes, o sofrimento também vive na escuridão. Exponha os seus sofrimentos e você descobrirá, eles morreram. Se você continuar escondendo-os dentro de si, eles irão permanecer seus companheiros constantes por muitas vidas. A infelicidade tem que ser expressada.

Compreenda uma coisa mais: foi de fora que você pegou as dores e as trouxe para dentro de si. Por favor, volte com elas para o lado de fora. A dor não é interna; todas as dores são trazidas do lado de fora.

Quando você nasceu, qual era a natureza do seu ser? Não havia dor: a dor foi trazida de fora. Se um homem o maltratou e fez você ficar infeliz, o maltrato foi trazido de fora. Agora, você irá acumular essa dor do lado de dentro, deixará que ela cresça, irá reprimi-la, assim ela se expandirá e envenenará toda e qualquer célula do seu corpo. Você se tornará um homem infeliz. Você traz a dor de fora. Ela não está em sua natureza.

É por isso que eu lhe digo que você pode livrar-se da dor. Você não consegue se livrar da natureza, daquilo que é a fonte do sentir. Você pode livrar-se apenas daquilo que não é seu. Não há jeito de você livrar-se daquilo que é seu.

A dor tem que ser jogada fora. Durante esses próximos dias, quanto mais você puder jogar, jogue. E na medida em que você for jogando fora, irá crescer a sua compreensão que isso era uma loucura estranha que você estava cultivando. Isso poderia ter sido jogado fora naturalmente, estava em suas mãos, mas, desnecessariamente, você se bloqueou. E a segunda coisa: na medida que você joga fora a dor, que a envia de volta para fora, de onde ela veio, a alegria começa a brotar dentro de você.

A alegria está dentro. Ninguém a traz de fora. Ela não vem de fora, ela é a sua natureza, ela é você. Ela está escondida dentro, ela é a sua alma.

Se for jogado fora esse lixo que veio de fora e que tem sido acumulado, então a alma interna começará a expandir, começará a crescer. Você começa a ver a sua luz e a ouvir a sua dança, você começa a mergulhar na música mais interna. Mas isso só acontece se você liberar o lixo de modo que o céu interior possa se estabelecer, algum espaço criado. Então aquele espaço que está escondido dentro pode expandir-se.

A dor deve ser expressada para que aquela alegria possa expandir-se internamente. E quando a alegria começa a expandir-se, é necessário compreender também a segunda coisa. Se você reprimir a dor, ela cresce. Se a dor é reprimida ela cresce, se você a expressar, ela diminui. Com a alegria ocorre totalmente o oposto: se você reprimir a alegria, ela diminui; se você a expressar ela aumenta.

Assim, a primeira coisa é isso: que você tem que jogar fora a dor, porque ela diminui sendo expressada. Não a reprima, pois ela cresce com a repressão. E quando você tiver a primeira visão da alegria que vem de dentro, então expresse-a... porque quanto mais você expressar a alegria, mais ela aumenta internamente e camadas frescas começam a crescer.

Isso é exatamente igual, quando você fica tirando água de um poço: nova água de fontes frescas encherá o poço. A fonte da alegria está dentro, assim não tenha medo de que ela irá diminuir por você expressá-la. A dor fica reduzida ao expressá-la, porque a sua fonte não está dentro. Ela foi trazida de fora, assim se você a expressar, ela ficará reduzida.

Se você quiser enganchar-se na dor, então tenha isso em sua mente: nunca jogue-a fora. Se você quiser aumentar o seu sofrimento - e isso é o que você está fazendo e parece que muitas pessoas estão fazendo - então nunca expresse seu sofrimento, nunca manifeste-o. Se lágrimas estiverem jorrando, então engula-as, se você sentir raiva, reprima isso. Se qualquer problema estiver brotando internamente, reprima isso. Ele irá aumentar. Você se tornará um grande inferno.

Se você quiser reduzir a dor, então deixe-a acontecer; se você quiser aumentar a alegria, então deixe-a acontecer, porque a alegria está dentro e novas camadas continuarão se revelando. E na medida em que você segue deixando a alegria acontecer você começará a ter mais e mais vislumbres de pura alegria.

A alegria aumenta ao ser compartilhada.
A dor tem que ser liberada. E quando você começa a ter vislumbres de alegria, eles também têm que ser liberados. Você tem que se tornar como uma criancinha, que não tem qualquer preocupação a respeito do passado, nem qualquer questão a respeito do futuro, que nem mesmo sabe o que os outros estão pensando a seu respeito. Somente então acontecerá aquilo para o que eu o chamei aqui, e aquela jornada na qual eu gostaria que você fosse bem suavemente.

Um pouco de coragem é requerida, e então, os tesouros de alegria não estarão longe. Um pouco de coragem é requerida e você poderá abandonar o seu inferno - exatamente como um homem que se sujou na rua e volta para casa para tomar um banho e a sujeira é lavada. Da mesma maneira, a meditação é o banho e a dor é a sujeira. Assim como depois do banho a sujeira foi lavada e você se sente fresco, da mesma forma você terá um vislumbre, sentindo dentro de si a felicidade e alegria que é a sua natureza."


OSHO - The Sadhana Sutra - discourse nº 1
Tradução: Sw.Bodhi Champak
Fonte: revista Osho Times, nov/1995.
Série de palestras num Campo de Meditação ainda
não publicada em forma de livro.
Copyright © 2006 OSHO INTERNATIONAL FOUNDATION, Suiça.
Todos os direitos reservados.

Respeito a todo ser, à Mãe Terra - (Leonardo Boff)



"Se reconhecermos, como os povos originários e muitos cientistas modernos, que a Terra é Gaia, Mãe generosa, geradora de toda vida, então devemos a ela o mesmo respeito e veneração que devotamos às nossas mães. Em grande parte, a crise ecológica mundial deriva da sistemática falta de respeito para com a natureza e a Terra.

O respeito implica reconhecer que cada ser vale por si mesmo, porque simplesmente existe e, ao existir, expressa algo do Ser e daquela Fonte originária de energia e de virtualidades da qual todos provém e para a qual todos retornam (vácuo quântico). Numa perspectiva religiosa, cada ser expressa o próprio Criador.

Ao captarmos os seres como valor intrínseco, surge em nós o sentimento de cuidado e de responsabilidade para com eles a fim de que possam continuar a ser a co-evoluir.

As culturas originárias atestam a veneração face à majestade do universo, o respeito pela natureza e para cada um de seus representantes.

O budismo que não se apresenta como uma fé mas como uma sabedoria, um caminho de vida em harmonia com o Todo, ensina a ter um profundo respeito, especialmente, por aquele que sofre (compaixão). Desenvolveu o Feng Shuy que é a arte de harmonizar a casa e a si mesmo com todos os elementos da natureza e com o Tao.

O Cristianismo conhece a figura exemplar de São Francisco de Assis (1181-1226). Seu mais antigo biógrafo, Tomás de Celano (1229) testemunha que andava com respeito por sobre as pedras em atenção daquele, Cristo, que foi chamado de “pedra”; recolhia com carinho as lesmas para não serem pisadas; no inverno, dava água doce às abelhas para não morrerem de frio e de fome.

Aqui temos a ver com um outro modo de habitar o mundo, junto com as coisas convivendo com elas e não sobre as coisas dominando-as.

Extremamente atual é a figura do humanista Albert Schweitzer (1875-1965). Elaborou grandiosa ética do respeito a todo o ser e à vida em todas as suas formas. Era um grande exegeta e famoso concertista das músicas de Bach. Num momento de sua vida, largou tudo, estudou medicina e foi servir hansenianos em Lambarene no Gabão.

Diz explicitamente, numa carta, que “o que precisamos não é enviar para lá missionários que queiram converter os africanos, mas pessoas que se disponham a fazer para os pobres o que deve ser feito, caso o Sermão da Montanha e as palavras de Jesus possuam algum valor. Se o Cristianismo não realizar isso, perdeu seu sentido”.

Em seu hospital no interior da floresta tropical, em Lambarene, entre um atendimento e outro, escreveu vários livros sobre a ética do respeito, sendo o principal este: O respeito diante da vida (Ehrfurcht vor dem Leben).

Bem diz ele:”a idéia-chave do bem consiste em conservar a vida, desenvolvê-la e elevá-la ao seu máximo valor; o mal consiste em destruir a vida, prejudicá-la e impedi-la de se desenvolver. Este é o princípio necessário, universal e absoluto da ética”.

Para ele, o limite das éticas vigentes consiste em se concentrarem apenas nos comportamentos humanos e esquecerem as outras formas de vida. Numa palavra: “a ética é a responsabilidade ilimitada por tudo que existe e vive” Dai se derivam comportamentos de grande compaixão e cuidado. Numa prédica conclamava: “Mantenha teus olhos abertos para não perder a ocasião de ser um salvador. Não passe ao largo, inconsciente, do pequeno inseto que se debate na água e que corre risco de se afogar. Tome um pauzinho e retire-o da água, enxugue-lhe as asinhas e experimente a maravilha de ter salvo uma vida e a felicidade de ter agido a cargo e em nome do Todo-poderoso. A minhoca que se perdeu na estrada dura e seca e que não pode fazer o seu buraco, retire-a e coloque-a no meio da grama. ‘O que fizerdes a um desses mais pequenos foi a mim que o fizestes’. Esta palavra de Jesus não vale apenas para nós humanos mas também para as mais pequenas das criaturas”.

Essa ética do respeito é categórica no momento atual em que a Mãe Terra se encontra sob perigoso estresse.



* Leonardo Boff é autor de Convivência, Respeito, Tolerância, Vozes 2006.
Fonte: http://www.leonardoboff.com/

Buda foi ao inferno e os demônios ao Nirvana - (Monja Coen)


"Dizem que certa feita um Buda foi parar no inferno e que os diabos fizeram de tudo para atentá-lo. Queriam vê-lo infeliz e sofrendo. Não conseguindo foram perguntar a ele: "Como você consegue ficar bem no inferno?". Buda respondeu apenas: "Ah! Aqui é o inferno?" E esses diabinhos ficaram com ele. Mais tarde um chefe diabo veio ver o que estava acontecendo e encontrou todos os diabinhos silenciosamente sentados em meditação, junto ao Buda. Ele conseguira transformar o inferno na Terra Pura. Buda não tentou destruir os demônios, não tentou acabar com o inferno. Apenas manteve a mente quieta e tranqüila. Nirvana é percebermos a transitoriedade de tudo que existe e sermos capazes de tranqüilamente agirmos para transformar as coisas de maneira que o bem seja comum a todos os seres.

Na tradição Soto Zen existem seis mundos ou planos espirituais. São eles: o mundo dos infernos, dos animais, dos espíritos revoltados e briguentos, dos espíritos insaciáveis, dos seres humanos e dos seres celestiais. Esses mundos formam uma roda que gira sem parar. Algumas pessoas pensam que isso se refere a diferentes encarnações, vidas sucessivas, mas no Budismo sabemos que em um mesmo dia, talvez até mesmo apenas em uma hora, podemos passar pelos seis mundos.

Eles seriam a Roda de Samsara, o transmigrar incessante de um mundo a outro. Ora feliz e angelical, ora sofrendo terríveis torturas, ora brigando e reclamando, ora insatisfeita, ora seguindo apenas os instintos animais, ora como humanos entre o ir e vir do saber e não saber.

Mestre Dogen (1200-1253) fundador da tradição Soto Zen no Japão, escreveu que Samsara é Nirvana. Muitos pensam que para entrar no estado de Nirvana, de paz e tranqüilidade sábias, de harmonioso extinguir das paixões e apegos é preciso morrer ou afastar-se do mundo, da família, do trabalho, de suas atividades e relacionamentos, ir morar nas cavernas nos montes remotos.
Mestre Dogen, entretanto, nos diz que a própria roda de samsara é o Nirvana. Se percebermos esse constante transmigrar, não estaremos apenas sofrendo ou regozijando, mas aprendendo, compreendendo, transcendendo, transformando e crescendo. Nirvana não está separado de nossa vida, de nossos relacionamentos, de nosso trabalho, do trânsito, dos problemas e dificuldades. Nirvana é um estado de espírito. É perceber tudo isso e conseguir não entrar em nenhum dos seis mundos. É ficar acima de tudo."


Fonte: http://www.monjacoen.com.br

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

HO'OPONOPONO - A energia amorosa do perdão - (Morrnah Namalaku Simeona)



"Eu opero a minha vida e meus relacionamentos
de acordo com os seguintes insights:

O Universo físico é uma realização dos meus pensamentos.
Se meus pensamentos são cancerosos eles criam uma realidade física cancerosa.
Seu meus pensamentos são perfeitos, eles criam uma realidade física transbordando amor.
Eu sou 100% responsável por criar meu Universo como ele é.
Eu sou 100% responsável por corrigir os pensamentos cancerosos que criam uma realidade doente.
Não existe "lá fora", tudo existe como pensamentos em minha mente.

Ho'oponopono é uma energia amorosa que nos auxilia a perdoar o outro e a nós mesmos. A palavra significa "Corrigir um Erro". Com o Ho'oponopono não há "culpa", aprendemos a nos libertar de nossas memórias negativas e nos conectamos com o Eu Superior. O intelecto fica desobrigado de buscar soluções e, assim, permitimos que o divino em nós nos traga Inspirações. Aos poucos, conseguimos sorrir mais e viver com mais harmonia e serenidade.

Divino Criador, pai, mãe, filho em um...
Se eu, minha família, meus parentes e ancestrais lhe ofendemos,
à Sua família, parentes e ancestrais
em pensamentos, palavras, atos e ações
do início da nossa criação até o presente,
nós pedimos Seu perdão.
Deixe isto limpar, purificar, libertar, cortar todas as recordações,
bloqueios, energias e vibrações negativas
e transmute essas energias indesejáveis em pura luz.
Assim está feito!

Sinto muito, Me perdoe, Te amo, Sou grato."


Morrnah Namalaku Simeona
(criadora do Ho'oponopono da Identidade Própria)
Fonte: e-book Ho'oponopono
Visite: www.portalquantum.com e www.soubem.com

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Milagres - Abra o seu coração às possibilidades - (Mensagem dos Anjos)



"Há milagres ao seu redor, em toda parte. Peça e espere recebê-los e mais aparecerão. Peça aos seus anjos que abra o seu coração e mente para as idéias e soluções milagrosas e, então, preste atenção aos sinais. Não especifique como você espera que os milagres ocorram, apenas esteja aberto para receber mais em sua vida. Há o suficiente para todos.

Se precisar de conforto e apoio, estamos aqui para ajudá-lo a curar o seu coração. Quando estiver cheio de amor, todas as coisas serão possíveis. Nós o envolvemos com o nosso amor, sempre: esteja aberto para receber. Passe hoje algum tempo ao ar livre, ou tão próximo à Mãe Terra quanto possível. Isto ajuda a oxigenar as suas células e ajuda a curar. Ajuda a liberar aquilo que não lhe serve e podemos lhe transmitir idéias para ajudá-lo ao longo do caminho.

Afirmação: “Os milagres ocorrem regularmente em minha vida. Estou aberto para receber.”

Você é ternamente amado e apoiado, sempre,

Os Anjos"



Direitos Autorais 2011
A permissão é concedida para cópia e redistribuição da Sabedoria Angélica, sob a condição de que o conteúdo permaneça completo, que todos os créditos sejam dados à autora e que seja distribuído gratuitamente.
Grata
www.playingwiththeuniverse.com
Tradução: Regina Drumond

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Não coloque adubo em seus problemas - (Roberto Shinyashiki)



"É importante ter consciência do seu direito de conseguir a felicidade plena. Não é preciso viver de partes da felicidade

Se você observar, vai perceber que boa parte dos seus problemas continua vida afora, apesar de você se esforçar para resolvê-los. A maior parte das pessoas conhece a causa deles, sabe como resolvê-los, e, no entanto, eles persistem.

Pergunta: você não está cuidando deles como se fossem as flores mais belas do seu jardim?
Aqui estão algumas das maneiras como as pessoas “cuidam” de seus problemas: sabotagens, trapaças e escudos fazem parte de um sistema derrotista, que acaba levando o indivíduo a manter um problema vida afora.

Qual é a diferença entre eles?
O escudo é algo ou alguém que a pessoa coloca entre si e a situação evitada para manter um problema. Por exemplo: uma pessoa com dificuldades de se relacionar afetivamente pode dar como desculpas o filho, o trabalho, a prova do dia seguinte etc. para não sair com alguém.

A trapaça é uma conduta estimulada pelo grupo social, mas que mantém a pessoa dentro de um esquema de vida prejudicial. Por exemplo: uma pessoa que trabalha quinze horas por dia, sete dias na semana, freqüentemente recebe carícias por ser trabalhadora, enquanto suas relações familiares vão afundando.

A sabotagem são as condutas que a pessoa ou o grupo sabe que vão levá-la ao fracasso. Condutas típicas de sabotagem são adiar, esquecer, negligenciar etc.

Pense em um problema seu e veja se você está usando alguém como escudo e quais são suas trapaças e sabotagens. Um problema que persiste é geralmente uma maneira de evitar intimidade, desfrutar, ter êxito e/ou autonomia (e dessa forma tornar-se um vencedor). Essas são as fontes para obtermos a plenitude da nossa existência.

A intimidade é a capacidade de compartilhar com os outros as emoções autênticas.

O desfrutar é aquela sensação de estar aproveitando cada momento da vida.

O êxito é a capacidade de alcançar os objetivos.

E a autonomia é a capacidade de auto-realização, é saber dirigir a própria vida!

Outras vezes, os problemas persistem porque as pessoas não acreditam no direito de serem felizes plenamente. Então, seus problemas funcionam como penitência ou castigo. Aquela briga nas férias depois de dez anos sem férias... ou a dor de cabeça no momento de amor.

Em outros casos, uma pessoa tem um problema como uma maldição menor. Por exemplo, uma mulher que não tem orgasmo pode ter uma crença mágica: que, enquanto não o tiver, nada de ruim vai acontecer com seus filhos! Por isso ela prefere continuar sem orgasmo para que a grande maldição não se realize.

É importante ter consciência do seu direito de conseguir a felicidade plena. Não é preciso viver de partes da felicidade — ela pode ser integral!"



* Roberto Shinyashiki é palestrante e escritor, autor de 10 livros, entre eles A Carícia Essencial – Uma Psicologia do Afeto.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Intuição - A canção do coração - (Márian)



"Apenas quando nos silenciamos, quando nos abstemos dos pensamentos, podemos ouvir a canção do Coração. Ritmo e Harmonia juntos criam sons decodificados como respostas esclarecedoras para as nossas dúvidas...

O Coração, morada do Amor Infinito, está em ressonância constante com a Verdade Maior e, portanto as suas respostas são sempre sábias. Mas ele, o Coração, não consegue trabalhar sozinho, ele precisa da ajuda da nossa mente para que a sua canção se transforme em "CONSCIÊNCIA".

O nosso Coração representa o feminino, a Mãe, e a nossa mente representa o masculino, o Pai. O Amor Mãe, a Vontade Pai. É preciso o encontro dos dois para que nasça o filho, o Cristo. O Cristo é O Ser Supremo nato em nós que precisa surgir para a vida e cumprir a sua missão que é SERVIR.

Para escutarmos a canção do Coração, a Fonte Suprema de Sabedoria, precisamos criar uma ponte entre a mente e o Coração para que eles possam trabalhar juntos. Isso é feito através da prática constante da meditação. Ao meditarmos educamos a nossa mente para que ela fique sempre sob controle e nos ajude a decifrar o que o nosso Coração tem a nos dizer.

Precisamos aprender a ouvir o som do Coração nos sentando em silêncio, nos desapegando dos pensamentos e deixando-os fluir. Assim nos tornamos receptivos às vibrações mais elevadas que além de nos nutrir, desbloqueiam os nossos ouvidos astrais e abrem os olhos da nossa alma para que possamos compreender o que a vida tem para nos ensinar. A prática da meditação fortalece a mente não deixando que ela se disperse em atividades como o pensamento repetitivo.

Todos os dias recebemos sinais do Cosmos que nos mostram a direção que devemos seguir. Quando aprendemos a ouvir a voz do Coração, isto é, quando estamos conectados, com a mente serena e atenta, podemos perceber esses sinais, ouvir a nossa intuição, ficando mais fácil discernir e tomar a atitude mais acertada.

É verdade que precisamos também do conhecimento intelectual, isto realmente é importante, mas isso não adianta nada se não houver uma interligação com o coração. É preciso aliar o conhecimento com a intuição para termos discernimento, senão ficaremos sempre na dúvida do que fazer e o medo estará sempre nos impedindo de prosseguir adiante. O conhecimento é necessário, mas é o Coração que deve dar a palavra final.

Precisamos aprender a nos entregar ao Fluir Universal da Vida e perder a mania de querer estar sempre no controle de tudo... É preciso acreditar que a Grande Consciência Cósmica já faz isso por nós... É preciso render-se... Dar um salto no vazio, acreditando plenamente no Plano Divino. É a união da mente com o Coração que nos dá a coragem e a certeza dessa Verdade.

A prática constante da meditação liberta a nossa mente dos grilhões do medo, das crenças e da ignorância de nós mesmos, nos revelando a nossa identidade divina. O silêncio faz despertar a Luz que existe dentro de cada um de nós, conectando-nos com as Forças Evolutivas, para que possamos ouvir o som do Coração. À medida que vamos subindo de nível essa conexão vai ficando cada vez mais forte e a canção do Coração vai ficando mais clara e harmoniosa. Precisamos acreditar na nossa intuição, fruto da conexão com o Divino.

A Sabedoria Infinita do Cosmos é nata em nós e está apenas adormecida aguardando ser desperta por nós mesmos através do silêncio, da vontade e da entrega ao ABSOLUTO. Essa Sabedoria se manifesta através do som do Coração como a canção de AMOR mais suave e melodiosa que existe.

Namastê,
Márian"


Márian - Marta Magalhães é Terapeuta Holística e Artista Plástica. Recebe orientações de Seres de Luz que visam o aperfeiçoamento do Ser Humano através do exercício do Silêncio, do resgate dos Princípios da LUZ e da vivificação do AMOR.
Fonte: http://somostodosum.ig.com.br/clube/c.asp?id=28098

"O coração é o centro negligenciado ..." - (Osho)


"... O coração é o centro negligenciado. Quando você começa a prestar atenção nele, ele começa a funcionar. Quando ele começa a funcionar, a energia que estava automaticamente indo para a mente, começa a se mover através do coração. E o coração está mais próximo do centro de energia. O centro de energia está no umbigo - assim, bombear energia para a cabeça é, na verdade, um trabalho árduo.

É para isso que existem todos os sistemas educacionais: para ensiná-lo a bombear energia do centro, diretamente para a cabeça. Para ensiná-lo a se desviar do coração. Dessa maneira, nenhuma escola, nenhum colégio, nenhuma universidade ensina a sentir. Eles aniquilam o sentir, porque sabem que, se você sentir, não poderá pensar.
Se você sentir muito, então, a energia ficará parada no centro do coração, não irá para a cabeça. Ela só pode ir para a cabeça quando o centro do coração é completamente negado. Ela tem de ir para algum lugar, tem de encontrar uma saída. Se o coração não for a saída, ela irá para a cabeça.

De fato, todo o sistema educacional desenvolvido em todo o mundo é para ensiná-lo a evitar o coração, a como tornar-se mais e mais mental e a como bombear a energia diretamente para a cabeça.

Assim, o amor é negado, o sentimento é negado, condenado - é quase um pecado sentir. A pessoa tem de ser lógica e racional, não emocional. Se você for emocional, as pessoas dirão que você é infantil - de certa forma, eles estão literalmente certos, porque só uma criança sente.

Uma pessoa adulta instruída, culta, condicionada, pára de sentir. Ela se torna quase seca, madeira morta - não flui mais nenhum sumo dali. Daí haver tanto sofrimento: o sofrimento é por causa da cabeça.

A cabeça não pode celebrar, não há nenhuma celebração possível através da cabeça - ela pode pensar sobre e sobre e sobre, mas ela não pode celebrar. A celebração acontece através do coração.

Assim, a primeira coisa é começar a sentir cada vez mais e mais. Torne-se uma morada de amor, um santuário de amor; este é o primeiro passo. Uma vez que você dê este primeiro passo, o segundo será muito, muito fácil.

Primeiro, você ama - a metade da jornada está completa. E assim como é fácil mover-se da cabeça para o coração, é ainda mais fácil mover-se do coração para o umbigo. No umbigo você é simplesmente um ser, puro ser".

Fonte: OSHO, For Madmen Only.

domingo, 16 de outubro de 2011

Curar a ferida em primeiro lugar - (Bel Cesar)


"Quando somos atingidos por uma flecha, não devemos perder tempo buscando saber quem e por que nos feriu. Mas, sim, arrancar a flecha fora e cuidar, o quanto antes, da ferida. Este é o modo budista de lidar com os problemas: focamos a cura ao invés de cultivar a indignação que gera ainda mais dor.

Em vez de responder aos inúmeros porquês, focamo-nos em lidar com a situação de modo a assumir o autocontrole diante de nossos problemas. Afinal, quando não podemos mudar uma situação externa, ainda assim, podemos transformar o nosso modo de encará-la.

Enquanto estivermos contaminados pelo cansaço, pela raiva ou pela indignação, nossas atitudes serão tendencialmente unilaterais ou vingativas. O que o budismo nos alerta é que a primeira coisa a fazer quando recebemos qualquer tipo de agressão é nos interiorizarmos para recuperar o espaço interior.

Mais do que uma percepção mental dos fatos, devemos buscar o equilíbrio interior para que nosso pensamento volte a ser claro e amplo.

Na medida em que nos concentramos em curar a ferida, ao invés de indagar o porquê ela ocorreu, cultivamos o hábito mental de buscar soluções práticas que nos ajudam a nos desvencilhar dos problemas. Deste modo, não ficamos presos ao discurso "ele não podia ter feito isso comigo" que nos leva apenas à paralisia, mas passamos a nos mover em direção à solução interior, o que nos leva a um senso profundo de liberdade de podermos ser quem somos.

O mundo à nossa volta está repleto de informações conflitantes e confusas. Tornamo-nos reféns dos outros enquanto nos deixamos enganchar por seus conflitos.

Para nos desvencilharmos das confusões alheias, precisamos antes de tudo recuperar nosso espaço interior. Esta é a diferença entre gritar para o outro: "Me solta" e dizer internamente: "Eu me solto".
Desta maneira, ganhamos autonomia interior, isto é, recuperamos o prazer e a habilidade de exercitar a nossa própria vontade de nos acalmar. Lama Gangchen nos encoraja a praticar a Autocura quando nos fala: "Basta reconhecermos nossa própria capacidade e ousarmos aceitá-la".

Em seu livro Autocura Tântrica III (Ed. Gaia) ele esclarece: "Para começarmos a vivenciar os níveis mais profundos da Autocura, nossa mente precisa começar a aceitar e usar o espaço interior da forma correta. Temos que compreender que há mais espaço em nossa mente muito sutil do que no mundo externo. Além disso, também precisamos entender que as situações perigosas que hoje vivenciamos são o resultado de causas e condições negativas criadas por nós no passado. É muito importante praticarmos a Autocura, pois se continuarmos a gravar negatividades em nosso espaço interior, embora nosso coração não possa explodir, uma terrível explosão global de negatividade pode acontecer, causando nosso Armagedão individual e planetário".
Para parar de gravar negatividades em nosso espaço interior, precisamos cultivar o hábito de nos interiorizarmos, de ampliarmos nosso espaço interior. Mas a capacidade de nos autossustentar surge à medida em que nos sentimos disponíveis para nós mesmos.

Se não nos sentimos capazes de lidar com certas emoções, devemos buscar pessoas que nos incentivem a lidar positivamente com elas. A solidariedade alheia nos ajuda a sentir e aceitar o que nem mesmo somos capazes de entender.

O importante é buscar coerência entre nosso mundo interior e a realidade exterior. Viver bem pressupõe considerar a realidade acima de qualquer coisa.

Ao recuperar o espaço interior, ganhamos uma nova disponibilidade para agir."




* Bel Cesar é psicóloga e pratica a psicoterapia sob a perspectiva do Budismo Tibetano. Trabalha com a técnica de EMDR, um método de Dessensibilização e Reprocessamento através de Movimentos Oculares. Autora dos livros Viagem Interior ao Tibete, Morrer não se improvisa, O livro das Emoções, Mania de sofrer e recentemente O sutil desequilíbrio do estresse, todos pela editora Gaia.
Fonte: http://www.stum.com.br/conteudo/c.asp?id=11381

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Karma familiar - Uma prova de amor - (Márian)


"Acho que a maioria de nós algum dia já se viu no meio de uma reunião familiar e se sentiu como um “estranho no ninho” não é mesmo? Ao olhar ao redor nos perguntamos por que nascemos em uma família tão estranha, que não tem nada a ver conosco, onde as pessoas têm idéias e comportamentos muito diferentes dos nossos causando um tremendo desconforto social?

Todos nós temos na família relacionamentos amorosos e outros extremamente conflituosos, competitivos, desgastantes e frustrantes. É realmente difícil compreender como pessoas que têm a mesma criação ou que têm laços de sangue possam ser tão diferentes.

Bem, a resposta por mais inacreditável que seja é que estamos exatamente no lugar certo e com as pessoas certas para vivenciarmos a nossa experiência evolutiva aqui neste plano. Todos os nossos relacionamentos, principalmente os familiares são atraídos por nós para que possamos resgatar o nosso Karma através da compreensão do que é o Amor em toda a sua complexidade. Na verdade a lei da ação e reação, o Karma, é infalível e o universo está sempre nos dando oportunidades para resgatarmos as nossas pendências espirituais. Atos do passado e de outras vidas emergem para que sejam compreendidos em profundidade e então possamos prosseguir para níveis mais elevados de aprendizado. É justamente na família, nos entes mais próximos é que estão concentrados estes eventos.

É importante entender que é sempre a lei do Amor que materializa o encontro entre as pessoas com relacionamentos difíceis, fazendo com que inimigos espirituais encarnem como parentes próximos para que possam se libertar de sentimentos baixos como o ódio, o ciúme, a inveja, entre outros. A idéia é que os laços fraternos ajudem a superar as diferenças entre essas pessoas, lembrando a elas que precisam se amar em vez de se odiar. Geralmente o relacionamento entre pais e filhos, irmãos e irmãs, são os maiores desafios.

O mais importante não é saber se o motivo da rivalidade foi um crime em uma vida passada, mas qual a lição a ser aprendida no presente, pois tudo o que fizemos está refletido no aqui - agora. É preciso meditar, aprofundar com coragem nas questões, sem medo de enxergar as próprias limitações e imperfeições, e fazer uma avaliação impessoal para se encontrar a verdade.

Normalmente a dificuldade maior em assimilar este aprendizado está na falta de humildade em ouvir o outro, em aceitar as suas idéias e desejos, fazendo com que a convivencia entre as pessoas se torne um verdadeiro martírio.

Um primeiro pensamento que ajuda a mudar essa história é entender que cada pessoa tem características próprias adquiridas durante as suas várias experiências terrestres e, portanto não é igual a mais ninguém. Precisamos entender que cada um tem um ritmo próprio, um caminho pessoal e uma hora certa para despertar para a sua luz interior. Portanto, é preciso muita paciência e principalmente “aceitação” do outro como um verdadeiro irmão em espírito. As pessoas estão em níveis e graus diferentes de evolução e, portanto nem todos ainda têm a capacidade de reconhecer os próprios erros e força de vontade para realizar a mudança.

Se a causa e o aprendizado de cada relacionamento não forem descobertos, vamos ficar atrelados aos nossos desafetos, nos desgastando com o sofrimento, estancados no mesmo lugar, repetindo os mesmos erros do passado. A libertação só virá quando aprendermos a lição, reconhecermos que talvez as falhas sejam nossas, modificarmos o nosso comportamento, sanarmos as nossas dívidas, perdoarmos de forma efetiva os nossos próprios erros e os dos outros também.

E atenção, é preciso fazer um esforço para que tudo seja esclarecido e que todas as partes tenham uma compreensão do aprendizado. Os que conseguirem compreender devem tentar abrir os olhos daqueles que tem dificuldades para enxergar, entretanto, não podem exigir que compreendam, pois como foi dito antes, cada um tem o seu momento de despertar.

No final, mesmo que a outra parte não assimile o aprendizado, aquele que conseguir resgatar o seu karma, compreendendo-o com humildade e aceitação estará livre para deixar a convivência difícil e se encaminhar para novas experiências menos densas. Atentem que, se nos afastarmos antes de compreendermos e resolvermos o problema, volta e meia estaremos sendo colocados frente a frente às mesmas situações e pessoas.

No Amor e na Luz,
Namastê,
Márian"



*Márian - Marta Magalhães é Terapeuta Holística e Artista Plástica. Recebe orientações de Seres de Luz que visam o aperfeiçoamento do Ser Humano através do exercício do Silêncio, do resgate dos Princípios da LUZ e da vivificação do AMOR.
Fonte: http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=18297

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Criança Interior - Para todas as crianças, de 0 a 100 anos! - (Kryon; canalizado por Lee)


"Por alguns anos, muitos têm perguntado se é possível que haja uma canalização de Kryon feita especialmente para as crianças. Desde que todo o assunto sobre as crianças índigo foi publicado pela primeira vez em um livro de Kryon, parecia muito apropriado que ele pudesse e faria tal coisa.

Portanto, para aqueles que requisitaram, nós apresentamos uma das duas canalizações gravadas e transcritas a partir de Kryon enquanto nos sentávamos com crianças em um seminário no Texas há alguns anos atrás. Havia uma sala cheia de crianças, com idade variando de 3 a 12 anos. Havia também um casal de bebês, e alguns pais e avós que também desejavam participar! A apresentação começa com minha introdução, e se encaminha para Kryon se dirigindo diretamente às crianças. Tendo sido publicado pela primeira vez no The Sedona Journal of Emergency, em 2001, este texto esteve enterrado em um armário durante todo este tempo, e apenas recentemente foi descoberto e transcrito.

Lee falando ao vivo...

Oi crianças!
Dou as boas-vindas a todas vocês.
Eu percebo que o mais jovem tem aproximadamente dois meses e o mais velho aproximadamente 74 anos de idade. Não levante suas mãos se você for o mais velho, eu sei quem você é!

Esta não é uma ocorrência usual. Só fiz isso apenas uma outra vez anteriormente, e imagino que eventualmente haverá uma situação onde este tipo de canalização curta será publicada em livro, algum dia. Se fizermos uma dessas por ano, no entanto, demorará décadas antes que o livro seja compilado!

Se você está aqui e tem entre 9 e 20 anos, eu peço desculpas por terem vindo para uma canalização para crianças, pois todos nós sabemos que vocês não são mais crianças, não é mesmo? [Piscadas de Lee.] Mas, na verdade isto é para todos nós, mesmo que as crianças estejam aqui só para isso.
[Uma criança na audiência grita. Lee faz uma pausa e olha para a criança.]
Às vezes, me sinto exatamente igual a você!
Mas não posso fazer isso! Os adultos não me deixariam.
Está bem, isto é apenas para crianças.

Não sei se vocês sabem o que é uma canalização, mas não é uma coisa esquisita ou estranha, pois vocês mesmos fazem isso algumas vezes, apenas não admitem. Eu sei que vocês fazem!
É quando vocês conversam com seus anjos e recebem respostas.
Alguns de vocês até mesmo vêem os anjos, mas não contam sobre isso aos adultos.

Vou dizer o que vai acontecer agora: eu sou Lee Carrol, este é meu nome e irei me juntar com um anjo chamado Kryon.

Talvez vocês não vejam um anjo ou mesmo grandes asas ou coisas do tipo, mas fecharei meus olhos, e nós teremos uma mensagem especial para vocês vinda deste anjo especial.
Vocês provavelmente escutaram o nome Kryon antes, pois é por isso que todos esses crescidinhos se sentam aqui com vocês. Na verdade, eles os trouxeram aqui. Mas este momento é para vocês; portanto, finjam que eles não estão na sala.
Tudo isto é a respeito de um anjo especial, Kryon, e uma mensagem especial apenas para vocês. Vocês não precisam fechar seus olhos quando eu fizer isto. Na verdade, vocês não precisam fazer nada, mas eu os convido a apenas observarem e escutar.
Quando Kryon chega, pode haver uma história para vocês... deixem-nos ver o que acontece.

[A sala fica em silêncio.]

Saudações, meus queridos, e pequeninos,
eu sou de fato Kryon do serviço magnético!

Não deixem isto iludir vocês, porque na verdade eu sou um anjo, e algo sobre mim é diferente com relação a vocês e aos adultos que estão aqui. Isto é porque eu nunca fui um ser humano, nunca! Mesmo que seja difícil explicar, isso significa que tenho alguns dos sentimentos das crianças. Isso também significa que eu posso compreender o que vocês estão pensando.
Isso me permite amar e auxiliá-los melhor!

Antes de começarmos com nossa história, nós falaremos para aqueles que são apenas um pouco mais velhos do que vocês, que também estão nesta sala e lendo as palavras em uma página que será impressa algum dia. Peço que sejam pacientes por alguns instantes enquanto falamos para eles. Depois disto, nós começaremos a nossa história.

Para vocês, meus queridos, que não são mais crianças, mas que podem se lembrar de alguns anos atrás quando eram, gostaria de lembrar-lhes de algo: vocês se lembram de quando eram pequeninos e olhavam para os adultos?

Talvez tenham visto algo nos crescidinhos sobre o qual nunca falaram a respeito.
Isto é porque era muito privado, mas eu sei o que vocês pensaram naquela época.
Vocês olharam para os adultos e disseram para si mesmos: "Eu não quero ser daquele jeito porque os crescidinhos perderam a sua graça! Eles não riem mais. Eles não sabem mais como brincar."

Então, a mensagem para vocês é esta: não percam a alegria das crianças, pois a alegria dos pequeninos que se sentam aqui é preciosa! É o catalisador para a iluminação! E pode ser mantida por todas as suas vidas. Vocês ainda podem brincar!
Este é um momento precioso para vocês, mas é também um momento quando são capazes de se esquecerem da alegria.
A escolha é sua.

Os adultos usam alguns ditados que são assim: "Quando era uma criança, eu falava e pensava como criança, mas quando eu cresci, eu deixei de lado as coisas de criança."
Agora, nós dizemos a vocês, não deixem a criança de lado!
Mantenham a alegria que sempre estará lá e é o segredo para encontrarem o anjo invisível que está dentro de vocês.

Agora, nós nos dirigimos aos pequeninos.
Eu agora falo a vocês como um anjo, e tenho uma mensagem que até nem mesmo os crescidinhos nunca escutaram antes.

Crianças, vocês sabem que os anjos nunca crescem?
É verdade! Eles têm sempre a mesma idade.
Os crescidinhos vêem os grandes anjos e pensam que eles são anjos crescidos também, mas eles nunca são. Eles são sempre crianças em grandes corpos. Eles têm sempre a mesma idade. É um tipo de segredo, mas eu acho que vocês sabem disso, não é mesmo?

Nós temos algo mais para dizer a vocês, e é isto: há um anjo com vocês em todos os momentos. Sabiam disso? Vocês podem dizer: "Eu nunca vi meu anjo. O que você quer dizer, Kryon?"
Eu direi.

Conheço uma história sobre uma pequena criatura que também tem este mesmo problema.
Ele costumava dizer: "Existe uma coisa que eu nunca vi, então como posso saber que ela está lá?"

É uma história sobre coisas que não se pode ver, feita especialmente para vocês.
Este anjo, Kryon, que está falando com vocês agora mesmo, e que também é uma criança, sabe como contar estas histórias com a ajuda do meu parceiro, Lee, que também nunca cresceu! [Risadas da platéia.]

Nós gostaríamos de contar a história de Bernie, o pássaro.
Bernie, o pássaro, era o pássaro que tinha medo de voar.
Queremos contar a história de como isto aconteceu, porque é uma história maravilhosa, freqüentemente contada na passarolândia. Todos os pássaros se lembram de Bernie, o pássaro que tinha medo de voar.

Bernie cresceu em um ninho extremamente elevado.
Vocês devem saber como os pássaros são ensinados a voar.
É algo espetacular, mas também muito amedrontador.
Porque quando um pequeno pássaro está preparado, a mamãe e o papai pássaros, gentilmente empurram-no para fora do ninho quando não estão olhando! Vocês sabiam disso?

Os pássaros caem naturalmente, mas logo, logo, de alguma forma, eles sabem que precisam abrir suas asas e começar a planar, e ao fazerem isso, de repente, o vento lhes dá sustentação e então eles sobem! A queda, anterior ao momento em que abrem suas asas é muito difícil, mas mamãe e papai pássaros não podem ensinar-lhes a como voar dentro do ninho. Pensem sobre isto!
Não se fazem muitos vôos dentro de um pequeno ninho!

Bem, Bernie não queria saber de nada com relação a este processo.
Ele viu sua irmã quando foi empurrada para fora do ninho em uma destas manhãs e observou que ela caía, caía e caía. E, no último segundo possível, sua irmã abriu suas asas e planou como louca. Finalmente ela voou! Mas para Bernie parecia que ela houvesse quase caído no chão antes que soubesse o que fazer, e Bernie ficou apavorado. Ele não queria nem saber de voar!

Bernie disse:
"Não há nenhuma razão para que eu deva fazer esse tal negócio de voar.
Há algo de errado com todo esse sistema."

Bernie convenceu seu irmão, Bobbie, de que esse negócio de voar era uma coisa estúpida.
Bobbie também não queria saber de voar e correu para sua mãe para contar-lhe sobre isto. Bobbie disse que não desejava voar, pois tinha medo, e na verdade não precisava disso, já que o ninho era um lugar legal e ele queria permanecer lá. Mamãe deu uma longa olhada para ele e imediatamente empurrou-o para fora do ninho!

Bobbie caiu, caiu e exatamente no fim, abriu suas asas e planou, planou e para cima ele foi. Bernie assistiu a tudo isto. Ele era o mais jovem, tendo nascido pelo menos dois minutos depois de todos os outros, e sabia que seria o próximo.

Pensou consigo mesmo: "Não me importa se meu irmão e minha irmã passaram por isto. Ninguém vai me empurrar para fora deste ninho, porque eu não preciso voar. Isto não é para mim!" - Bernie precisava fazer um plano.

Uma noite, quando todos estavam dormindo, Bernie encontrou uma corda.
Era algo que papai havia trazido para o ninho para dar-lhe suporte.
Às vezes, ao construir um ninho, todo tipo de coisas se combinam para torná-lo mais forte, e lá estava uma corda enterrada entre os gravetos e folhas que compunham o ninho. Bernie decidiu amarrar esta corda à sua perna, e a outra ponta a uma parte firme do ninho, de forma que, se sua mãe o empurrasse para fora quando não estivesse esperando, ele cairia apenas alguns centímetros e seria salvo da queda.
[Gargalhada de uma criança.]

Hei, era um ótimo plano!
O problema é que Bernie nunca tinha ido a nenhum acampamento para escoteiros; portanto, ele realmente não sabia como fazer nós de pássaros! No entanto, ele fez o melhor que podia e deu um nó o qual pensou que funcionaria e o escondeu cuidadosamente ocultando-o da visão de sua mãe quando ela estava por perto. Exatamente na noite seguinte, quando ele estava dormindo, sua mãe o empurrou para fora do ninho!

Funcionou!
Ele foi para baixo e a corda o segurou.

Lá estava Bernie, pendurado no ar a uns 20 centímetros abaixo.
Estava um pouco escuro e mamãe, pensando que estivesse lá embaixo, planando e aprendendo a voar, voltou a dormir. Bernie se segurou lá silenciosamente, pensando o quão esperto ele era. Então, escalou a corda com seu bico e se aninhou de volta em seu lugar quentinho e macio.
Ele estava muito feliz por não ter que voar e cair como sua irmã e seu irmão.
Então ele voltou a dormir.

Na manhã seguinte, quando sua mãe acordou, ela viu Bernie lá, no ninho, com a corda amarrada e tudo, e então disse para ele: "Bernie! O que você faz aqui?" Ela apontou [com seu bico] para a corda, que Bernie havia esquecido de tirar de sua perna. Estava muito brava. "Acho que é a hora do papai assumir o controle!" ela exclamou. "Ele conversará com você sobre tudo isto."
Bernie pensou consigo mesmo: "Como sou estúpido! Me esqueci de tirar a corda! Agora o papai vai entrar em cena. Droga!"

Papai, de fato, voltou para o ninho em tempo.
Ele era um enorme pássaro com um monte de penas.
Bernie tinha um pouco de medo do seu pai devido ao seu tamanho.
Mas papai era um pai amoroso e perguntou a Bernie: "Bernie, o que está acontecendo? Todos os pássaros voam. Apenas olhe ao seu redor. Todos estão voando. Isto é coisa dos pássaros, e você precisa aprender! Por que você não deseja voar? Por quê?"
Bernie pensou por um momento e disse: "Tenho medo, papai."
"Por que você tem medo?" perguntou o pai de Bernie.
"Observe sua irmã, seu irmão, eu e sua mãe. Todos nós voamos. Olhe ao seu redor. Seus amigos voam... pássaros voam, Bernie. Você é um pássaro."

"Papai, eu tenho medo porque não há nada lá! Você fala sobre o ar que se supõe deva sustentar nossas asas. É invisível. Quase não funcionou. Você viu meu irmão e minha irmã quando caíram? Eles quase não conseguiram!"

Seu pai pensou por um momento: "Mesmo que você não consiga ver o ar, Bernie, ele estará debaixo de suas asas. Tudo o que precisa fazer é abrir suas asas e enquanto estiver caindo o ar irá conduzi-lo para cima. É assim que todos nós voamos. É invisível, mas está lá."

"Isto é apenas magia", disse Bernie. "Você não pode ver o ar. Você não pode me dizer que existe ar, porque você não pode vê-lo. Não está lá. Talvez a mágica funcione para você, mamãe, meu irmão e minha irmã, mas eu preciso ver isto antes que acredite. O ar é invisível. Como vou saber que você não está tentando me enganar? Eu não sei como voar, mas não existe tal coisa como o ar porque eu não posso vê-lo."

Bernie fez uma pausa e então continuou: "Papai, eu quero entender isto. Olha, por que eu preciso voar? Gostaria de iniciar uma nova linhagem de pássaros, chamados Pássaros Andantes. [Gargalhadas.] Por que preciso ser igual a todo o resto? Eu terei uma boa vida. Eu descerei pela árvore, encontrarei um pequeno inseto, e então retornarei para cima da árvore. Terei uma boa vida. Encontrarei uma esposa Pássaro Andante em algum lugar. Nós teremos passarinhos Andantes. Uma nova linhagem irá nascer. Algum dia, eles olharão para trás e dirão: ‘Este foi o início da grande linhagem chamada Pássaros Andantes’."

O pai de Bernie olhou para ele por um longo tempo.
E então murmurou: "Pássaros Andantes?" fazendo cara de louco.
"Bernie, acho que já é hora de apresentá-lo a Sigg."
"Quem é Sigg?", perguntou Bernie um pouco hesitante.
"Bem, é um pássaro migratório, o Doutor Cérebro de Passarinho."
[Risadas.]

"Precisaremos chamar Sigg para ver você.
Mas, Bernie, o Doutor Cérebro de Passarinho é muito sensível.
Não o chame de Doutor Cérebro de Passarinho.
[Trocadilho da língua inglesa: Birdbrain significa estúpido].
[Risadas.]
Esteja certo de chamar-lhe de O Pássaro, Doutor do Cérebro.
Nenhum médico deseja ser chamado de Cérebro de Passarinho."
[Gargalhadas.]

"Papai, não importa o que o Dr. Sigg irá me dizer. Ninguém pode me convencer de que o ar é real. Eu não posso vê-lo."

Então, aconteceu.
Mais tarde naquela noite, Bernie estava dormindo, sua mãe veio até ele silenciosamente e lentamente retirou a corda de segurança que ainda estava em sua perna. Então, ela o empurrou para fora do ninho!

As coisas aconteceram muito rápido.
Ele caiu e caiu. Foi uma experiência horrível!
Ele estava muito amedrontado.
Ele se sentiu congelar de medo.
Observou os galhos da árvore passarem rapidamente e o chão se aproximando cada vez mais.

Pensou consigo mesmo:
"Eu preciso abrir minhas asas, mas eu não acredito no ar.
Não posso acreditar porque ele não é real; não posso vê-lo. Não posso fazer isso!"

Dito e feito, ele não abriu as asas.
Ele estava se dirigindo diretamente para o chão e sabia que ia cair de bico, acabando como uma vareta cravada no solo... com suas pernas apontando para o ar!

Terminaria petrificado no chão de cabeça para baixo.
Ninguém seria capaz de retirá-lo de lá, e ele seria como uma estátua no parque.
Ele sabia o que os pássaros faziam com as estátuas humanas, e ficava imaginando o que os humanos fariam com uma estátua de pássaro!

De repente, Bernie acordou.
Era tudo um sonho! [Gargalhadas.]
Que pesadelo havia sido aquele!

Pen, Pen...

Bernie acordou pela manhã, como de costume.
Lá estava ele, o Pássaro, Doutor do Cérebro.
Sigg estava lá, bem no horário.
"Bom dia, Bernie," disse Sigg.
"Bom dia, Senhor Doutor Cérebro de Passarinho."
"Eu sou Pássaro, Doutor do Cérebro", disse Sigg. "Não se esqueça disso, filho."
"Ok, Doutor Cérebro de Passarinho."
"Bernie!" exclamou o Doutor!
"Desculpe-me, desculpe-me", disse Bernie... mas, na verdade, não sentia nada.
[Risada de uma criança.]

"Bernie, do que tem medo?" perguntou o doutor sinceramente.

E Bernie começou de novo:
"Eu não posso acreditar no ar. Eu também não posso vê-lo. Eu sei que todos vocês estão voando... flap, flap, flap... [Bernie estava fazendo uma gozação com o ato de voar]. Mas, isto não funciona para mim, pois eu preciso vê-lo! Senhor Doutor Cérebro de Passarinho... senhor."

Sigg franziu as sobrancelhas para Bernie devido ao seu tom irônico.
Bernie estava se divertindo.
Ele sabia que o Dr. Sigg não gostava de ser chamado de Doutor Cérebro de Passarinho, no entanto, toda vez que se dirigia a ele, Bernie dizia "Senhor Doutor Cérebro de Passarinho".

Sigg disse a Bernie:
"Bernie, você está com medo porque não pode ver o ar. Mas do que realmente tem medo?"

"Bem, Doutor Cérebro de Passarinho, senhor, eu tenho medo de cair e morrer de encontro ao chão, que parece se aproximar muito rápido quando os pássaros caem do ninho. Estou apavorado!"

Bernie, achou aquela uma pergunta estúpida e portando, respondeu de forma estúpida também.

"O que exatamente faz um pássaro cair?" perguntou Sigg ao seu jovem aluno.
"Bem, ehh, eu acredito que seja a gravidade", disse Bernie.
"Hmmm. Gravidade." Sigg fez uma pausa.
"Sabe, Bernie, você não pode realmente ver a gravidade, pode?"

Bernie pensou por um momento.
"Bem, não. Não, eu não posso ver a gravidade."
"Mas, você acredita na gravidade, Bernie. Então mostre-me?"

Bernie pensou e então falou.
"Bem, eu posso lhe mostrar a gravidade. Se eu pular para fora do ninho, cairei e morrerei.
Ha, ha! Isto é a gravidade."

Bernie estava orgulhoso por ter respondido à difícil pergunta.

"É exatamente isto!" disse o doutor.
"Você pode provar que ela existe tão logo pule para fora do ninho. Bernie, você também pode provar que o ar existe, assim que pular do ninho, tanto quanto a gravidade, pois ele também está lá, assim como a gravidade. Você não pode vê-lo, mas ele está lá."

Bernie não gostava do rumo que a conversa estava tomando.
Sigg, por outro lado, havia terminado sua consulta e então partiu... voando como fazia.
Ao invés de pular para frente e voar, Sigg gritou para Bernie enquanto pulava para fora do ninho, indo para baixo, parecendo cair.

"Gravidade, Bernie!" gritou Sigg enquanto caía em linha reta.
"Ar, Bernie!" disse Sigg enquanto abria suas asas totalmente.

E então ele planou suavemente.
Podia-se ouvir o Doutor Cérebro de Passarinho enquanto se afastava...
"Os dois são invisíveis... os dois são reais!"

Bernie ficou em silêncio por um bom tempo.
Ele pensou e pensou.

Finalmente disse:
“Sabe de uma coisa, o Doutor Cérebro de Passarinho está certo. Só porque não posso ver algo, isto não quer dizer que não exista. A gravidade está sempre aí. Talvez, o ar também. É disso que eu realmente tenho medo. Não saberei enquanto não tentar.”

Sigg, O Pássaro, Doutor do Cérebro, mostrou para Bernie que era interessante o fato de haver algo que não se pudesse ver, como a gravidade, mas que se soubesse que estava lá, já que alguém poderia morrer se caísse de uma grande altura. Mas, ele também mostrou que Bernie não acreditava em algo tão maravilhoso como o vôo, usando-se o ar para isso.
Bernie percebeu que ele estava realmente com medo da gravidade!

Talvez o ar invisível pudesse ser como a gravidade invisível, porém podendo salvá-lo?
Bernie decidiu que voaria no dia seguinte.
Ele seria corajoso e então contou a todos os pássaros da floresta e dos outros ninhos a sua façanha.

Disse a todas as crianças-pássaro que estavam observando:
“Eu vou conseguir! Eu vou conseguir!”

Na manhã seguinte, Bernie se colocou na ponta do ninho.
Muitos se juntaram para ver, afinal de contas, toda a comunidade dos ninhos sabia sobre o problema de Bernie. Parecia que sempre que o Pássaro, Doutor do Cérebro, visitava algum pássaro, todos os outros ficavam sabendo.
Esta é uma outra história e será contada em outra ocasião.

Bernie permaneceu firme.
Mais uma vez ele anunciou a todos que era hora de confiar naquela coisa invisível chamada AR! Falou por um bom tempo sobre confiança e sobre coisas invisíveis, e então com grande coragem e cerimônia, se lançou ao ar caindo do ninho!

Imediatamente Bernie se encontrou balançando de um lado para o outro a uns 20 cm abaixo do ninho. Ele se esquecera de desamarrar a corda!
[Risadas.]

Bernie ficou muito embaraçado e se sentiu humilhado.
Toda a floresta estava rindo!
Até os não pássaros estavam rindo.
Ratos e esquilos também!

Ele podia escutar a floresta ecoando com as palavras:
"Pássaro Andante... o grande Pássaro Andante!"

Então, Bernie soube que tudo o que havia dito havia sido espalhado por toda a floresta.
Ele precisava acertar.

Ele subiu de novo pela corda, deu uma outra inspirada naquela coisa invisível chamada ar, e olhou ao seu redor. A floresta estava silenciosa mais uma vez.

Vocês sabem, bebês pássaros não fazem isto por conta própria.
Eles são surpreendidos enquanto dormem e são empurrados para fora do ninho quando menos esperam. Nunca fazem isto por si mesmos.

De alguma forma, os outros pássaros sabiam que estavam vendo algo diferente.
De alguma maneira, os adultos se lembraram de como foi a sua primeira vez.
Bernie, o voador relutante, fundador da nova linhagem chamada "Pássaro Andante", estava próximo a se jogar para fora do ninho... desta vez sem as cordas.
E para baixo ele foi.

O medo tomou conta dele enquanto acelerava em direção ao solo.
Isto não era um sonho. Desta vez era real!

Enquanto Bernie observava os galhos da árvore passando rapidamente, e o chão correndo em sua direção, ele escutou uma voz interna dizendo:
"Asas! Asas! Abra suas asas!"

"Estou com medo. Estou apavorado!" gritou Bernie em sua mente.

Então, finalmente, assim como sua irmã e seu irmão haviam feito, no último momento, ele abriu aquelas pequenas e franzinas asas, que nunca haviam sido usadas e começou a planar.

Com certeza, aquele sistema de suporte invisível chamado ar assumiu o controle.
A magia do vôo, que havia sido tão boa para sua mãe, seu pai e seus irmãos, aconteceu.
Ele sentiu a elevação e foi direto para o alto!

Bernie não se cansava.
Ele voou o dia inteiro.
Voou e voou.

Voou tão alto quanto podia, até que suas asas se cansassem,
celebrando a coisa invisível chamada AR.

Voou ao redor das árvores e gritou:
"Vejam! Estou voando!"
Como se nenhum pássaro tivesse feito aquilo antes!

Todos aplaudiram Bernie – não porque estava voando, mas pela coragem do pássaro que havia feito aquilo por ele mesmo.

É uma história simples, não é?
É muito divertido pensar sobre Bernie e sua confiança no invisível.

Agora diremos a todos vocês o que isto realmente significa.
Alguns de vocês já sabem, não é?

Pequeninos, há um anjo com vocês agora mesmo.
Há um anjo que nasceu junto com vocês, com o qual vocês podem conversar a qualquer momento que desejarem.
É um anjo legal.
Um anjo que ama vocês.

Ele tem a mente de uma criança e sabe até o que vocês pensam.
É um anjo que adora brincar com os brinquedos com os quais vocês também brincam.
É um anjo que irá crescer enquanto vocês crescem.
É um anjo que estará sempre disponível e poderá lhes ajudar a qualquer hora.

Alguns de vocês podem dizer: "Eu não vejo nenhum anjo!"
Isto é porque é invisível, assim como o ar era invisível para Bernie.

Nós podemos até dizer que este anjo irá levar-lhes para o alto, mesmo quando estiverem em apuros, mesmo quando estiverem tristes e as coisas não estiverem indo bem.

Este é um anjo que lhes dá suporte com uma energia invisível, mesmo quando estiverem caindo na escuridão do medo.

Queremos que se lembrem disto, porque esta criança angelical estará com vocês por toda a vida.

É bela.
Não se pode vê-la, mas como Bernie descobriu, é muito, muito real.

Talvez vocês queiram saber mais sobre seu anjo?
Então apenas perguntem!
Mesmo que não possam ver ou escutar o anjo, como uma pessoal "real", a emoção do amor e da amizade será a coisa "real" que prova que ele está aqui!

Você é um adulto?
Para onde foi o anjo-criança?
Ainda está com você, ou você o descartou enquanto crescia?
Ele sorriu com a história de Bernie?

Talvez seja a hora de encontrá-lo, pois ele nunca vai embora.
É seu para toda a vida, e ele o chama para ir para fora e brincar.

Então, verdadeiramente, esta é a história para o adulto, pois o medo é do adulto e não da criança. É o medo daquele que não deseja deixar o ninho do intelecto e da aparente realidade, voando para as alturas de se tornar uma criança de novo... de brincar de novo, e da alegria de acreditar no invisível.
E assim é!

Kryon."

A Criança Interior - (Osho)


Querido Osho,
Você poderia, por favor, falar sobre o espírito brincalhão? Eu pergunto porque existe um lindo garotinho dentro de mim que eu negligenciei por muito tempo. Este garotinho é brincalhão, curioso e extático. Mas, na maior parte do tempo eu não lhe permito perder o controle. Por favor, comente.


"Anand Gogo, o espírito brincalhão é uma das partes mais reprimidas dos seres humanos. Todas as sociedades, culturas e civilizações têm sido contra o espírito brincalhão porque a pessoa brincalhona nunca é séria. E a não ser que a pessoa seja séria, não é possível dominá-la, não se consegue fazer com que ela se torne ambiciosa, que deseje poder, dinheiro e prestígio.
A criança nunca morre em quem quer que seja. Ela não morre quando você cresce; a criança permanece. Tudo o que você foi, ainda está aí dentro. E assim permanecerá até seu último suspiro.
Mas a sociedade sempre tem medo de pessoas não-sérias. Pessoas não-sérias não terão ambição por dinheiro ou por poder político. Elas irão curtir mais a existência. Mas, curtir a existência não irá lhe trazer prestígio, não o tornará poderoso, não irá satisfazer o seu ego, e todo o mundo do homem gira ao redor da idéia do ego. O espírito brincalhão é contra o seu ego. Você pode experimentar e ver. Simplesmente brinque com crianças e você perceberá que seu ego estará desaparecendo e que você estará se tornando uma criança novamente. Isto é verdadeiro não apenas para você. Isto é verdadeiro para qualquer um.
Porque a sua criança interior foi reprimida, você reprimirá as suas crianças. Ninguém permite que suas crianças dancem, cantem, gritem ou pulem. Por motivos corriqueiros: talvez alguma coisa possa ser quebrada, talvez elas possam molhar a roupa na chuva se correrem lá fora. Por estas pequenas coisas, uma grande qualidade espiritual - o espírito brincalhão - é totalmente destruída.
A criança obediente é elogiada pelos seus pais, pelos professores, por todo mundo, enquanto a criança brincalhona é condenada. O seu espírito brincalhão pode ser absolutamente inofensivo, mas ele é negado porque potencialmente existe um perigo de rebelião. Se a criança continuar crescendo com total liberdade para ser brincalhona, ela vai acabar sendo um rebelde. Ela não será facilmente escravizada, ela não se alistará facilmente num exército para destruir pessoas ou ser destruída.
Uma criança rebelde acabará se tornando um jovem rebelde. Depois você não conseguirá forçá-lo a se casar, a aceitar um determinado trabalho; e a criança não poderá ser forçada a preencher os desejos e vontades não realizados de seus pais. Um jovem rebelde seguirá o seu próprio caminho. Ele viverá a sua vida de acordo com seus próprios desejos internos e não de acordo com os ideais de outras pessoas.
O rebelde é basicamente natural. A criança obediente está quase morta; então os pais ficam muito felizes porque ela está sempre sob controle.
O homem é estranhamente doente: ele quer controlar as pessoas. Controlando as pessoas o seu ego fica satisfeito, ele é alguém especial. Ele próprio também quer ser controlado, porque assim ele não é mais responsável.
Por todas essas razões, o espírito brincalhão é sufocado, é esmagado desde o início.
Você está perguntando, ‘existe um lindo garotinho dentro de mim que eu negligenciei por muito tempo. Este garotinho é brincalhão, curioso e extático. Mas, na maior parte do tempo eu não lhe permito perder o controle.’ Qual é o medo? O medo foi implantado pelos outros: sempre mantenha o controle, sempre permaneça disciplinado, sempre respeite os mais velhos. Siga sempre o padre, os pais e os professores – eles sabem o que é certo para você. Nunca é permitido à sua natureza ter sua própria voz.
Aos poucos você começa a carregar uma criança morta dentro de si. Esta criança morta dentro de si, destrói o seu senso de humor: você não consegue rir com a totalidade de seu coração, você não consegue brincar nem curtir as pequenas coisas da vida. Você se torna tão sério que a sua vida, ao invés de se expandir, começa a se encolher.
Eu sempre desejei saber porque o cristianismo se tornou a maior religião do mundo. Por várias vezes eu cheguei à conclusão de que é por causa da cruz e do Jesus crucificado – tão triste, tão sério... Naturalmente você não pode esperar que Jesus estivesse sorrindo na cruz. E milhões de pessoas vêem uma semelhança entre elas mesmas e Jesus na cruz.
A sua seriedade e a sua tristeza foram as razões para que o cristianismoi se espalhasse mais do que qualquer outra religião.
Eu gostaria que nossas igrejas e templos, nossos mosteiros e sinagogas se tornassem não-sérios, fossem mais brincalhões, cheios de risos e alegria. Isto traria para a humanidade uma alma mais saudável e mais integrada.
Mas você está aqui... Pelo menos, sendo meu sannyasin, você não precisa carregar a sua cruz sobre seus ombros. Abandone a cruz. Eu ensino vocês a dançar, a cantar e a brincar.
A vida deve ser, a cada momento, uma criatividade preciosa. O que você cria não interessa – pode ser apenas castelos de areia na praia – mas o que você fizer, deverá brotar de seu espírito brincalhão e de sua alegria.
Nunca permita que sua criança morra. Alimente-a e não tenha medo de que ela fique fora de controle. Para onde ela poderá ir? E mesmo se ela ficar fora de controle – e daí?
O que você pode fazer fora do controle? Você pode dançar feito um louco, rir feito um louco, pode pular e correr feito um louco. As pessoas podem pensar que você está louco, mas isto é problema delas. Se você está curtindo isto, se a sua vida está sendo nutrida por isto, então não interessa, mesmo se isto se tornar um problema para o resto do mundo.


No meu tempo de faculdade, eu costumava fazer uma caminhada bem cedo, às três ou quatro horas da manhã. Exatamente ao lado da minha casa havia uma pequena rua com um bambuzal muito escuro... E aquele era meu local preferido porque era muito raro encontrar alguém ali. Apenas o vigia da casa de um homem rico costumava me ver. Mas um dia – isto talvez seja o que você chamaria de estar fora do controle – eu estava correndo ao longo da rua quando tive uma idéia de que seria bom se eu corresse de costas, para trás. Na Índia existe uma superstição de que os fantasmas andam de costas, mas eu tinha me esquecido disso completamente, e, de qualquer maneira, não havia pessoa alguma na rua... Assim, eu comecei a correr para trás. Eu estava curtindo muito aquilo e era uma manhã bastante fresca.
Então aconteceu do leiteiro me ver... As pessoas costumavam trazer leite dos pequenos povoados e ele tinha vindo um pouco mais cedo do que o usual, por isto ele nunca tinha me visto anteriormente. Carregando dois baldes de leite, ele de repente me viu. Eu devia estar escondido na sombra dos bambus e quando ele chegou mais próximo, onde havia um pequeno facho de luz, eu de repente apareci, correndo de costas. Ele gritou, ‘Meu Deus’, largou os baldes e saiu correndo.
Eu ainda não tinha percebido que ele estava com medo de mim. Eu pensei que ele estava com medo de alguma outra coisa. Assim, eu peguei os seus dois baldes, embora o leite já estivesse derramado... Eu pensei que pelo menos deveria lhe devolver os dois baldes, mesmo com o leite já derramado, por isto eu corri atrás dele. Ao me ver aproximando... Eu nunca vi alguém correr tão depressa. Ele poderia ser um campeão do mundo em qualquer tipo de corrida. Eu estava muito surpreso e comecei a gritar, ‘Espere!’ Ele olhava para trás sem dizer coisa alguma.
Toda a cena estava sendo acompanhada pelo porteiro do homem rico. Ele me disse, ‘Você vai matá-lo.’
Eu disse, ‘Eu só quero lhe devolver os baldes.’
Ele disse, ‘Deixe os baldes comigo. Quando o sol nascer, ele voltará. Mas não faça essas coisas. Algumas vezes você me dá medo também, mas eu já o conheço... Por anos eu tenho visto você fazer todo tipo de coisas estranhas nesta rua e algumas vezes eu sinto medo. Eu penso: quem sabe se é realmente você ou se é algum fantasma que está vindo atrás de mim? Algumas vezes eu tranco o portão e vou para dentro. Eu sempre mantenho minha arma carregada por causa de você.
Eu disse, ‘Você deveria entender uma coisa: se eu for um fantasma, a sua arma não terá qualquer utilidade. Você não consegue matar um fantasma com um tiro. Assim, jamais use a arma porque um fantasma não será afetado por ela, mas se um homem de verdade estiver ali, você poderá ser preso como assassino.
Ele disse, ‘Isto é verdade. Eu nunca tinha pensado em fantasmas... Mas estando justamente em frente de mim ele faria com que eu usasse todas as balas. Algumas vezes o medo é tão grande... Eu posso atirar em um homem e matá-lo’.
Eu disse, ‘Simplesmente olhe para mim: em primeiro lugar esteja certo se eu sou um homem verdadeiro ou um fantasma. Você pode fazer uso de sua arma e talvez seja apenas um fantasma que está persuadindo você.’
Ele disse, ‘O que...?’ E ele começou a colocar as balas de novo na sua arma.
Eu disse, ‘Fique com os dois baldes’.
Eu permaneci por quase seis meses naquela parte da cidade e todos os dias eu perguntava ao vigia, ‘Aquele homem já voltou?’
Ele dizia, ‘Ele não voltou. Estes dois baldes estão aqui esperando por ele. Mas eu acho que ele nunca mais vai voltar. Ou ele se foi para sempre ou ele ficou com tanto medo deste lugar que nunca mais ele retornará a esta rua. Eu tenho ficado atento e quando é a hora de trocar de turno, eu digo ao outro vigia que se alguém vier... E nós mantemos estes baldes em frente ao portão de modo que ele possa reconhecer que os seus baldes estão aqui. Mas seis meses se passaram e até agora nem sinal dele.’
Eu disse, ‘Isto é uma coisa muito estranha.’
Ele disse, “não há nada de estranho nisto. Você poderia ter matado qualquer um, aparecendo de repente no escuro. Por que você estava indo para trás? Eu sei que muita gente corre, mas correr para trás...’
Eu disse, ‘Eu sempre tenho corrido, mas eu me cansei de estar sempre indo para a frente. E só para variar, eu estava experimentando correr para trás.' Eu nunca iria desconfiar que justamente naquele dia aquele idiota iria aparecer – ninguém jamais aparece naquela rua. Aquele homem deve ter espalhado um boato, e os boatos se espalham feito fogo selvagem. Mesmo o proprietário da casa onde eu estava morando me disse, ‘Pare de ir tão cedo para sua caminhada matinal, vá apenas após o sol ter nascido, porque um homem viu um fantasma.’
Eu lhe disse, ‘Quem lhe contou?’
Ele disse, ‘Minha esposa me contou e toda a vizinhança já sabe. Depois das oito horas da noite a rua fica deserta.’
Eu lhe disse, ‘Você pode não acreditar, mas não havia fantasma algum. Na verdade era eu quem estava correndo para trás...’
Ele disse, ‘Não tente me fazer de bobo.’
Eu lhe disse, ‘Você pode vir comigo. Às três horas da manhã não existe ninguém.
Ele disse, ‘Por que eu deveria correr o risco? Mas uma coisa é certa: se você não parar de ir, você terá que deixar a minha casa. Você não poderá morar lá.’
Eu disse, ‘Isto é muito estranho. Mesmo que a rua estivesse cheia de fantasmas, por que você deveria insistir em que eu deixasse a sua casa? Você não pode me forçar. Eu pago o aluguel...Você tem me dado um recibo. E num tribunal você não poderá alegar que este homem vai para uma rua onde os fantasmas correm. Eu acho que nenhum tribunal vai aceitar este tipo de alegação.’
Ele disse, ‘Você quer dizer que vai me levar ao tribunal? Se você é tão insistente, pode continuar morando nesta casa. Eu vou vendê-la. Eu deixarei a casa.’
‘Mas,’ eu disse, ‘Eu não sou um fantasma.’
Ele disse, ‘Isto eu sei. Mas você se mistura com fantasmas e um dia, algum deles poderá segui-lo até a casa e eu sou um homem com esposa e filhos. Eu não quero correr qualquer risco.’

Aqui você não precisa ter medo, pode correr de costas. E ainda que você seja um fantasma de verdade, ninguém vai notar você. Se aqui você não conseguir liberar o seu espírito brincalhão, então você não será capaz de liberá-lo em lugar algum no mundo. Libere-o totalmente, deixe-o fora de controle e uma vez que sua criança está verdadeiramente viva e dançando dentro de você, isto irá mudar o próprio sabor de sua vida. Isto lhe dará um senso de humor, uma bela gargalhada, e destruirá toda a sua fixação na cabeça. Isto fará de você um homem do coração.
O homem que vive em sua cabeça, não vive de jeito algum. Somente o homem que vive em seu coração e canta canções que não são compreensíveis pela sua cabeça, consegue dançar aquilo que não é de maneira alguma relevante em qualquer contexto externo... Dance a partir de sua abundância, a partir de sua riqueza. Você tem tanta energia que gostaria de dançar, cantar e gritar... Então faça isto!
Isto tornará você mais vivo, isto lhe dará a oportunidade de saborear o que a vida realmente é. O homem sério já está morto antes de sua morte. Muito antes de sua morte ele permanece quase como um cadáver.
A vida é uma oportunidade tão valiosa; ela não deve ser perdida em seriedade. Guarde a seriedade para a sepultura. Deixe que a seriedade se desmorone na sepultura, aguardando pelo dia do julgamento final. Mas não se torne um cadáver antes da sepultura.
Eu me lembro de Confúcio. Um de seus discípulos lhe fez uma pergunta muito típica de milhares de pessoas: ‘Você poderia me dizer algo a respeito do que acontece após a morte?’
Confúcio disse, ‘Todos estes pensamentos a respeito da morte, você poderá refletir a respeito quando já estiver na sua sepultura, após a morte. Neste exato momento, viva!’
Existe um tempo para viver, como existe um tempo para morrer. Não os misture, senão você perderá ambos. Neste exato momento, viva totalmente e intensamente; e quando morrer, morra totalmente. Não morra parcialmente: um olho morre e o outro permanece olhando ao redor, uma mão morre e a outra continua procurando pela verdade. Quando você morrer, morra totalmente... E reflita sobre o que é a morte. Mas neste exato momento, não desperdice tempo refletindo sobre coisas que estão muito longe: viva este momento. A criança sabe como viver intensamente e totalmente, e sem qualquer medo de que vai perder o controle.
Neste templo, lhe é permitido ser você mesmo, sem qualquer inibição. Eu gostaria que isto acontecesse em todo o mundo. Isto é apenas o começo. Aqui, comece a viver momento a momento, totalmente e intensamente, cheio de alegria e brincadeira, e você verá que nada ficará fora de controle, que a sua inteligência se tornará mais aguçada, que você vai se tornar mais jovem, que o seu amor vai se tornar mais profundo. E quando você voltar para o mundo, onde quer que você vá, espalhe a vida, o espírito brincalhão, a alegria, o tanto quanto for possível – a todos os cantos da terra.
Se todo o mundo começar a rir, curtir e brincar haverá uma grande revolução. A guerra é criada por pessoas sérias; assassinatos são cometidos por pessoas sérias; suicídios são cometidos por pessoas sérias; os manicômios estão cheios de pessoas sérias. Simplesmente observe o dano que a seriedade tem causado aos seres humanos, e você pulará logo para fora da seriedade e liberará a sua criança, que está dentro de você, esperando para brincar, cantar e dançar.
Toda a minha religião consiste no espírito brincalhão.
Esta existência é a nossa casa: estas árvores e estrelas são nossas irmãs, estes oceanos, rios e montanhas são nossos amigos. Neste imenso universo fraternal, você está sentado feito uma estátua de Buda. Eu não prego um Buda de pedra; eu quero que você seja um Buda dançante.
Os seguidores de Buda não gostarão disto, mas eu não me importo com o que os outros pensam. Eu simplesmente me importo com a verdade. Se a verdade não sabe como dançar, ela está aleijada; se um Buda não é capaz de rir, algo está faltando; se um Buda não consegue se misturar com as crianças e brincar com elas, ele chegou próximo da qualidade búdica, mas não está totalmente acordado. Algo ainda está dormindo.
No Japão existe uma série de nove quadros e eles são tremendamente significantes. Na primeira pintura o homem perdeu seu touro. Ele está olhando ao seu redor onde existem árvores e uma floresta densa, mas nenhum sinal do touro.
No segundo, ele encontra pegadas do touro.
No terceiro, parece que o touro está escondido atrás das árvores, apenas a sua parte traseira pode ser vista.
No quarto, ele está próximo de alcançar o touro, que já pode ser visto totalmente.
No quinto ele já pegou o touro pelo chifre.
No sexto ele está brigando com o touro.
No sétimo ele conquistou o touro. Ele está montado no touro.
No oitavo ele está voltando para casa.
No nono, o touro está no curral e o homem está tocando sua flauta.
Nestes nove quadros está faltando um – eles vieram da China e lá, o pacote continha dez quadros. Quando eles foram trazidos para o Japão, o décimo foi deixado de lado porque ele parecia ser muito ultrajante – e o décimo é o meu Buda.
No décimo quadro, o touro está no curral e o Buda está indo para o mercado com uma garrafa de vinho. A mente japonesa pensa que isto seria demais: o que as pessoas iriam pensar de um Buda com uma garrafa de vinho? Isto é ultrajante para a mente religiosa comum, mas para mim é o quadro mais importante de toda a série. Sem ele a série fica incompleta.
Quando alguém alcança o estado de Buda, então se torna apenas um ser humano comum. Ir para o mercado com uma garrafa de vinho é simbólico: simplesmente significa que agora não há mais necessidade de se sentar em meditação; a meditação agora já está no coração; não há mais necessidade de ser sério. A pessoa encontrou o que queria encontrar; agora é tempo de curtir. Aquela garrafa de vinho é um símbolo de curtição – agora é tempo de celebrar!
E onde mais você pode celebrar, senão no mercado? Para a meditação você pode ir para a floresta, para as montanhas. Mas para a celebração você tem que ir para o mercado. Onde você iria encontrar uma discoteca?
Lembre-se sempre do décimo quadro. Não pare no nono. O nono é belo, mas incompleto. É preciso um passo a mais... Simplesmente tocar a flauta não é suficiente. Embriague-se... e dance loucamente!
E Gogo, você tem um nome bonito. Qualquer coisa que faça estará apropriado ao nome Gogo."




OSHO – The Rebellious Spirit – Capítulo 17 – pergunta n° 1

Tradução: Sw. Bodhi Champak