domingo, 27 de setembro de 2009

Em Paz - (Bruna Caram)

Caminhemos, pois. - (Monja Coen)



"Sem começo nem fim. Além do nascer e do morrer. Eterno transformar. Podemos nós, pequenos seres humanos, direcionar a transformação.

Já há alguns anos caminhamos juntos. Como tem sido agradável encontrar outros tantos companheiros, irmãos e irmãs, parceiros deste caminhar de Cultura de Paz.

Reiteramos nossa parceria, agradecendo os momentos que juntos compartilhamos, as primeiras flores, os primeiros frutos ainda não muito doces, que colhemos na jornada, espalhando sementes ao vento, cuidando do solo, do céu, das águas e do nada.

Um ano termina, outro começa e nós recomeçamos a cada instante nossos votos de servir a humanidade, servir à toda vida com nossa vida.

Que haja Paz, ternura, amizade, compreensão e justiça no nosso caminho da Verdade."

Ensinamentos de Madre Teresa de Calcutá


"A vida é uma oportunidade, aproveite-a...
A vida é beleza, admire-a...
A vida é felicidade, deguste-a...
A vida é um sonho, torne-o realidade...
A vida é um desafio, enfrente-o...
A vida é um dever, cumpra-o...
A vida é um jogo, jogue-o...
A vida é preciosa, cuide dela...
A vida é uma riqueza, conserve-a...
A vida é amor, goze-o...
A vida é um mistério, descubra-o...
A vida é promessa, cumpra-a...
A vida é tristeza, supere-a...
A vida é um hino, cante-o...
A vida é uma luta, aceite-a...
A vida é aventura, arrisque-a...
A vida é alegria, mereça-a...
A vida é vida, defenda-a..."


"Um coração feliz é o resultado inevitável de um coração ardente de amor."


"Ontem foi embora. Amanhã ainda não veio. Temos somente hoje, comecemos."


"Qualquer ato de amor, por menor que seja, é um trabalho pela paz."


"Nunca compreenderemos o quanto um simples sorriso pode fazer."


"Como Jesus, pertencemos ao mundo inteiro, vivendo não para nós mesmos, mas para os outros. A alegria do Senhor é a nossa força".


"Buscando a face de Deus em todas as coisas, em todas as pessoas, em todos os lugares, durante todo o tempo, e vendo a Sua mão em cada acontecimento - isso é contemplação no coração do mundo".


"Amar, ser verdadeiro, deve custar - deve ser árduo - deve esvaziar-nos do ego."


"Famintos de amor, Ele olha por vocês. Sedentos de amabilidade, Ele pede por vocês. Privado de lealdade, Ele espera em vocês. Desabrigados de asilo em seu coração, Ele procura por vocês. Você será esse alguém para Ele ?"


"Os pobres que buscamos podem morar perto ou longe de nós. Podem ser material ou espiritualmente pobres. Podem estas famintos de pão ou de amizade. Podem precisar de roupas ou do senso de riqueza que o amor de Deus representa para eles. Podem precisar do abrigo de uma casa feita de tijolos e cimento ou da confiança de possuírem um lugar em nossos corações."

sábado, 26 de setembro de 2009

Cordel do Fogo Encantado - (videos)

Encantada com a beleza e simplicidade da cultura popular!
Como amante da arte em geral, ofereço o mais puro "olhar do Coração" hoje e sempre!

Ai se sêsse - Poesia de Zé Da Luz, por Cordel do Fogo Encantado



Preta - Cordel do Fogo Encantado



O Amor é Filme - Cordel do Fogo Encantado



Chover - Cordel do Fogo Encantado

Tudo é perfeição - (Fonte: Luz de Gaia)

Portanto, a própria "mudança" financeira é perfeição.

Se quisermos nos tornarmos "seres" verdadeiros.... devemos "ser"...

O dinheiro não é bom e nem mal... ele é simplesmente energia como tudo...Entretanto, por eons ele foi uma energia de troca... a própria troca é um conceito dualista... no mundo "real", não há nenhuma troca necessária para ter o que é desejado... tudo já está lá...

Na verdade... tudo já está aqui para nós AGORA... Entretanto, é necessário que nos desliguemos do mundo material, de modo que possamos novamente nos lembrarmos do mundo real interior... este espaço dentro de nós onde tudo o que é "real", existe agora... o que é necessário para dissolver esta ilusão é nos afastarmos de nossa ligação com ela. Sim... nós devemos liberar dentro de nós a nossa "obsessão" que ter o que pensamos é necessário para "sermos"...

O amor sabe o que é necessário para que todos e cada um de nós percorramos este caminho de volta a nossa fonte...

O amor é a voz que responde quando vocês perguntam...

E se não tivermos algumas moedas de ouro em um dia, é tão perfeito quanto termos muitas no seguinte...

E se este dia em que não parece haver nenhuma moeda de ouro for um dia para vocês estenderem o amor... Um dia para dar um passeio na natureza... Um dia para nos interiorizarmos e abençoarmos toda a criação... Sim, podemos ser gratos por aqueles dias, tanto quanto somos gratos pelos dias em que as moedas aparecem... A sua conduta é a do mestre. Não se trata de aprender como manifestar casas...carros... e todo o resto... sim... vocês podem colocar "lá" a sua atenção e assim manifestarão aquelas coisas... manifestarão naturalmente... vocês são criadores...

Entretanto, nós lhes perguntamos... "O que é que vocês querem verdadeiramente criar?"...O que vocês criarão aqui nesta encarnação?

Bem... a maior parte de nós sabe que é o nosso propósito trazer amor à dualidade... o lar à separação... e estamos fazendo isto "dentro de nós mesmos", pois não há na verdade "outro lugar"...

Não se trata de salvar o outro... não se trata de desistir de todas as suas moedas para alimentar o outro... pois não haveria outro para alimentar se vocês fossem verdadeiramente "alimentados"... pois, "todos são vocês"...

Assim... quando vocês assumem verdadeiramente a responsabilidade pela sua própria criação... então vocês vivem como os mestres... pois, na verdade... vocês estão simplesmente se lembrando que o Mestre é quem vocês sempre foram... Sim... vocês simplesmente se esqueceram...

Esta com quem eu me fundi, me deu a sua "vida"... entregou o seu eu físico, mental e emocional ao amor... Ela viveu muitos dias sem moedas de ouro... e muitos com...

Nestes últimos "anos" em seus termos, ela viveu muitos dias sem... Entretanto, eu lhes digo...

ELA VIVEU...

ELA AMOU...

ELA SE LEMBROU...

Ela sabe que não haverá um dia nesta vida onde ela não tenha o necessário...

Pois vocês entendem... o dinheiro é uma ilusão...

Entretanto a sua divindade... a sua beleza é eterna... vivam através deste espaço...

Novamente... vivam através deste espaço... este espaço de conhecer a sua divindade..

Sim... vivam deste conhecimento...

Tornen-se unos com a fonte de todas as coisas que vive bem no centro de todas as coisas...

Por favor, desliguem-se dos limites e restrições que vocês colocaram em si mesmos erroneamente...

Vocês são ilimitados agora... e, meus queridos, há somente O ETERNO AGORA...

...UM PONTO DA CONSCIÊNCIA... isto é o que vocês são...

Vocês são "um ponto da consciência" no todo de Deus...

E tudo o que Deus é, existe dentro de vocês, no mesmo momento do agora...

Estas mudanças financeiras... pois isto é o que elas são... sim, realmente.

Elas são mudanças... elas não são "crises"... A crise significa que algo pode estar "errado"...

Não meu querido...

Tudo é.... TUDO É.... TUDO É!!!

Simplesmente é...

Portanto, se tudo é Deus, então tudo isto é...

É Deus... é perfeição...

Vocês estão vivenciando esta mudança, de modo que todos "vocês" possam se tornar unos com o que é real novamente...

O que é real é o coração... é o amor... é a alegria... é a felicidade...

Vocês acreditam realmente que ter um mundo com aqueles que têm e aqueles que não têm, é um mundo que reflete a verdade e a beleza do que vocês são?

Naturalmente, não... Assim permitam... permitam queridos...

Permitam que tudo seja como é... fluam com a mudança... abençoem a mudança...

Amem a mudança... pois resisti-la é torná-la real para vocês...

E, na verdade... ela não é...

Entretanto, o resultado final lhes trará aquilo que é "real"...

Todos vocês são uma parte mágica da versão mais grandiosa do seu ser, gerado "neste mundo"...

Simplesmente permitam-na e a abençoem...

Venham mais freqüentemente e recostem em meu peito e me permitam cuidar de vocês...

Permitam-me lembrá-los da luz dourada que os envolve

A cada momento... esta luz dourada é o meu amor

Que os envolve... ele os inspira... ele vive com vocês...

Ele se comunica com vocês.... ele flui de dentro de vocês e toca tudo... "tudo" ao seu redor...

Nós somos uma grandiosa... imensa... eterna "chama"

Uma vez que vocês reacendam esta chama da união... vocês simplesmente assistem a dança perfeita...

Sim... vocês observam a perfeita tapeçaria...

E tudo o que lhes peço é que a abençoem... não resistam a ela... não a julguem... não a temam...

Amem-na... aceitem-na... adaptem-se a ela... sejam unos a ela...

Pois tudo isto É VOCÊS...

EU AGORA REVERENCIO A BELEZA QUE EU VEJO DENTRO DE VOCÊS QUE É O MEU REFLEXO...

NÓS SOMOS UM!

Paz... paz neste dia, querido coração!

Jeshua e Denisa

Harmonizados como um...


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Tradução: Regina Drumond - reginamadrumond@yahoo.com.br
Website: jeshuatheheartoflove.blogspot.com - E-mail:deniseanew@aol.com

http://www.luzdegaia.org/outros/diversos/perfeicao.htm

Pedro Coelho
http://www.luzdegaia.org/

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Dandara - (Simone & Ivan Lins)



"Ela tem nome de mulher guerreira
E se veste de um jeito que só ela
Ela vive entre o aqui e o alheio
As meninas não gostam muito dela
Ela tem um tribal no tornozelo
E na nuca adormece uma serpente
O que faz ela ser quase um segredo
É ser ela assim tão transparente

Ela é livre e ser livre a faz brilhar
Ela é filha da terra, céu e mar
Dandara

Ela faz mechas claras nos cabelos
E caminha na areia pelo raso
Eu procuro saber os seus roteiros
Pra fingir que a encontro por acaso
Ela fala num celular vermelho
Com amigos e com seu namorado
Ela tem perto dela o mundo inteiro
E à volta outro mundo admirado

Ela é livre e ser livre a faz brilhar
Ela é filha da terra, céu e mar
Dandara"


"É livre quem deixou de ser escravo de si mesmo."
(Sêneca)


“Ser livre é possuir a si mesmo!"
(P. Lacordaire)


"Tudo que é realmente grande e inspirador é criado pelo indivíduo que pode trabalhar em liberdade."
(Albert Einstein)

"A liberdade não tem qualquer valor se não inclui a liberdade de errar."
(Mahatma Gandhi)

"Se você ama alguém, deixe-o livre."
(Sting)

Declarações de uma yogini paulista - (Juliana Araújo)


"Um avião cai. Em poucas horas todos sabem dessa notícia. Um acidente. Um terremoto. Comoção geral. Pessoas sofrem, choram e se comovem na TV e on line. A informação circula e voa, assim como o tempo que parece cada vez voar mais rápido. Um som avisa sobre uma mensagem no computador. As palavras chegam cortadas, faltando letras, complicadas de se decifrar, toda codificada: ’R u fine’. Respondo com uma carinha sorridente. Superficial assim.

Tudo para tornar mais ágil o papo. A vida passa rápido, pessoas vêm e vão. A era é a da tecnologia para facilitar a vida. Não se perde mais tempo cozinhando e nem conversando. Tudo é feito para valorizar o tempo – universidades à distância, cursos superiores em menos tempo. Precisa-se falar vários idiomas. Conquistar o mundo, aprender a influenciar as pessoas, motivá-las a produzir mais e consumir mais. Aprender várias maneiras de usar melhor o tempo, o que conseqüentemente, para serem aprendidas, consomem o tempo. Obter o máximo possível de informações sobre os mais diferentes assuntos - www.saibatudoemaisumpouco.com.br.

Estar por dentro, estar antenado, estar ligado e conectado. Conhecer de artes, tecnologia, política, astrologia, religião, espiritualidade te destaca na multidão e o coloca numa situação melhor que os demais.

Toda essa competitividade e urgência me levaram um dia a entrar numa sala de Yoga. E a ansiedade companheira de sempre, foi comigo. E aumentou muito! Aquilo que deveria ser um bálsamo na minha existência fez piorar a minha competitividade e ânsia por ser uma pessoa melhor. Descobri que yogisdormiam, comiam e falavam pouco e eu pensava: fazem o quê com o tempo livre?

Tempo não é dinheiro? Então serviria para trabalhar mais, ganhar mais e depois de muitos anos, viajar e curtir a vida.

Eu descobri que era uma Pitta em desequilíbrio, segundo meu professor, que entendia de ayurvédica e me dava uns chás horrorosos pra tomar. Esse distúrbio de doshas me levou ao desespero para conquistar meu corpo e encaixá-lo nas posturas; ganhar alguns músculos e flexibilidade; passei pela penitência de ficar segundos focando minha atenção num símbolo cheio de formas geométricas; entrei na paranóia de virar uma vegetariana e saber tudo sobre a culinária em alguns minutos, e além de tudo, mudar a alimentação de todos que estavam ao meu redor para facilitar a minha vida; percorri pela vontade absoluta de ter a vida linda e maravilhosa do meu professor que me parecia tão calma, tão serena, tão perfeitamente maravilhosa; e chegar a tudo isso bem rápido. Cheguei à loucura com as comparações.

‘Minha perna não vai tanto quanto aquela da fulana’.

‘Como é que a perna daquele garoto passa por trás do pescoço?’.

‘Professor, o que eu tenho que fazer para chegar a isso?’ (detalhe: mostrando a foto do ásana no livro e apontando freneticamente com o indicador). E o professor explica: ‘tenha compaixão e paciência. O importante não é a conquista do seu corpo, mas a conquista sobre si mesmo! Trabalhe com a não violência e honestidade. ’

Eu observava tudo com rugas na testa e pensava: ‘Hã? Estou num treino para Dalai Lama?’ Anos de prática e eu começava a vivenciar aquilo que me parecia Yoga. Meu ásana saia mais fácil, minha respiração estava fluindo melhor, já permanecia cerca de dois segundos concentrada e meu silêncio era o mais silencioso de sala.

Só que eu sentia que tinha mais além daquelas posições e respirações e queria esse algo mais por trás daquele Om que eu repetia sempre; daquele mantra que tem uma tradução linda, algo relacionado à felicidade e plenitude, mas que já nem me lembrava, porque meu vatta estava sempre me atrapalhando. Então, comecei a investigar a aula porque desconfiei que o professor desse algumas mensagens subliminares ali no meio dos exercícios e já havia ouvido falar sobre este negócio com um amigo da publicidade, parece que algo relacionado a você querer comer pipoca no cinema, enfim, tinha que descobrir o que se passava porque no yoganidra eu aproveitava para cochilar e ele continuava falando, sabe lá o quê. Podia ser perigoso. E o negócio do sankalpa? Fica lá mentalizando uma coisa. Esquisito. Queria compreender e de preferência já! Assim como quando você joga um nome lá no Google, eu queria todo o conhecimento dos Vedas eUpanisads banda larga.

Pedi uma indicação de um livro bom e descobri que Yoga parece, cheira, anda e vive como uma religião. Duvidei e assustei. Sabia! Ele esta querendo importar uma religião! Será que estou virando uma adoradora do cabeça de elefante? E o professor que parece só entender de como respirar e como encaixar o quadril quer conquistar devotos pra uma seita?

Continuo a leitura e percebo que o Yoga está lá caminhando junto com o hinduísmo, mas é diferente. Está mais para uma cultura, uma forma de viver do que uma religião, afinal, não tem nenhum profeta. É umDarshana, um ponto de vista filosófico que se basta pela riqueza, mas pega emprestada de outras escolas tradicionais indianas formas de interpretar o mundo e responder as questões mais profundas da existência humana.

Alívio. Pronto! Uma informação para ser dada sempre que acessar o link da memória-yoga. Assim é mais fácil explicar para os amigos que não praticam porque tantas transformações começaram a ocorrer comigo do lado de fora da sala de aula. Porque, de repente, resolvi não discutir mais por qualquer coisa, fui deixando de lado alguns hábitos que atrapalhavam minha prática matinal e resolvi virar uma “rata” de yoga. Levava a sério o negócio do dharma.

Na fila do banco, aproveitava para ler um livro e não surtava mais quando alguém furava a fila no metrô. Agradecia antes das refeições. Andava exercitando bem mais que meus músculos, talvez um pouco da inteligência a meu favor e encaixava o contentamento, o espírito devocional e a verdade no meu dia-a-dia.

Logo, notei que a exigência e a competitividade que circulava no meu meio, nas amizades e no trabalho, não cabiam nas rodas de kirtans, nem no tapete e mais impressionante, em lugar nenhum. Queria muito e queria mais de tudo aquilo. Percebi que os professores a quem eu seguia e admirava estudavam com dedicação há anos e haviam abandonado o sentimento de urgência em conquistar o mundo e se importavam com conquistas mais nobres. Procuravam a total liberdade e em mostrar a possibilidade dessa felicidade aos demais.

Com o passar do tempo os nomes só se complicavam, assim como as minhas obrigações diárias.Brahmacharya, vairagya, viveka, hrih, japa, tapah, uma seqüencia diária matinal de surya namaskara, uma pitada de nadi sodhana pranayama, kapala bhati para limpar aqui, nauli para limpar ali, um jala neti, um sutra neti porque respirar o ar de Sampa não é fácil e o negócio foi tomando proporções abismais.

De repente, meu dia era composto por rituais que iam desde a limpeza aos cantos devocionais; da preparação da comida até a adoração do sol e da lua. Comecei a achar que estava me tornando uma pessoa um tanto primitiva. Primitiva, porém, em meio a shoppings, ipods, laptops, celulares, pen drives, etc. Sentia-me uma pessoa espiritualizada. Sentia-me mística. Uma mística importada da Índia no turbilhão paulistano.

Chuva forte. Alagamentos por vários pontos. Krishna Das tocando e me pego tamborilando os dedos no volante. Impaciência. Penso: qual será meu Prarabdha karma? O motoqueiro passa e chuta meu retrovisor. Adrenalina nas veias. Himsa! Manifestação única da raiva! Se eu pudesse chutava a bunda daquele miserável!

Caio na gargalhada. Como aquela situação me desestabiliza, rouba toda a paz que eu havia adquirido junto com o conhecimento da localização dos chackras e suas cores, os impronunciáveis nomes de ásanas, a ordem exata dos yamas e niyamas, os cinco vayus, os koshas, ida, pingala, sushumna,etc.

Acordo e abro a janela, respiro fundo o dióxido de carbono e a atmosfera pesada da cidade. Inocentemente imagino fazer uma prática ao ar livre e decido o local: Ibirapuera. Pego o carro e saio bem cedo num domingão de sol. Parece que não sou só eu que tive a ótima idéia. Chego e perco alguns minutos preciosos procurando uma vaga. Depois mais alguns procurando alguma nobre alma que venda o ticket zona azul. Quanta burocracia. E o parque começando a lotar. Praia de paulista. Cheio de verde. Rodeado pelas principais avenidas da cidade, com uma quantidade absurda de carros por todos os lados e aviões cortando o céu que é azul, eu sei, por trás de todo aquele cinza da poluição. Um cenário meio blade runner. Estico meu tapete e ao fazer o primeiro movimento do pescoço, uma bola de futebol acerta minha cabeça. Noto que há sempre uma oportunidade para ser testada a minha paciência. Penso como gostaria de estar numa ilha deserta, mas me lembro que o que eu penso que sou vai comigo.

Olho ao meu redor e vejo pessoas correndo, brincando, namorando, falando ao telefone, discutindo, vendedores ambulantes, crianças, cachorros, pais, mães, parentes de alguém, famílias, passos apressados, olhares pensativos e uma imensa avalanche de amorosidade e de cumplicidade com todos aqueles seres me invade. Observo o mahalila. Noto a urgência do ser humano na busca da felicidade.

Lembro-me daquele mantra: lokah samasta sukhino bhavantu. Todos querem a mesma coisa. A compaixão brota do centro do meu peito quando vejo uma criança cair da bicicleta e ralar o joelho. Por ela, pela mãe que se culpa por tê-la soltado. Pelo peixe que tenta respirar oxigênio no lago poluído. Pelas árvores que estão dando um duro danado para fazer as trocas gasosas. Sinto piedade dos cães neuróticos que vivem em espaços pequenos e só saem para passear poucas horas por dia.

O que oprime e traz sofrimento é não perceber-se como divino; é não notar a grandeza e a magnitude da existência. Lembro-me das notícias que vi antes de sair de casa. Mais acidentes, mais mortes e mais nascimentos. O mundo se comove e chora como há anos atrás e como irá chorar no próximo acontecimento.

E isso me dá esperança, pois percebo que no fundo, a natureza humana é puro amor e compaixão; cumplicidade e amizade. E a busca é, foi e sempre será pela paz. Agradeço com as mãos em frente ao peito, enrolo meu tapete e saio andando em meio à multidão de raças, cores e formas."


Fonte: http://www.espacoholistico.com.br/

Como medir o corpo prânico? - (Pedro Kupfer)


"O súkshma sharíra, aura ou corpo sutil possui três camadas: corpo energético, corpo emocional e corpo mental. Se você não tiver experiência suficiente para senti-lo, e efetivamente ver os chakras e as nádís ou se você não conseguir ainda medir o tamanho do seu corpo sutil, isto pode parecer incompreensível.

Então, para que estas afirmações não fiquem no ar, vamos aprender a medir auras e chakras. É mais fácil começar medindo a aura de outra pessoa. Coloque-se a algo menos de um metro de distância da pessoa em quem você fará a medição. Afaste a palma da mão do ombro do outro, e depois aproxime-a devagar, até sentir um misto de calor e formigamento bem característico, que emana do corpo. Para estimar com exatidão a largura da aura devemos prestar bastante atenção no centro da palma da mão, onde tem um chakra com o que você perceberá a energia do outro.

Observe que tecidos sintéticos ou de seda obstruem a circulação da energia e podem fazer uma diferença na leitura. Aliás, evite usar tecidos sintéticos, pois não têm boa energia. Repita a medição várias vezes, até ter certeza absoluta do tamanho da periferia da aura do seu companheiro. Faça isso com várias pessoas. Compare o tamanho do corpo energético antes e depois de uma boa prática de pránáyáma ou meditação. Você vai levar um susto.

Uma aura normal tem menos de dez centímetros de largura. Se você estiver cansado ou estressado, ela fica ainda menor. Após a prática de Yoga, cresce bastante. Depois de bastante tempo de prática, ela estabiliza, num tamanho muitas vezes maior que o normal. A aura de um yogi pode chegar a ser gigante. O tamanho da aura determina, entre outras coisas, a saúde, o karma e o magnetismo pessoal do indivíduo.

Para medir os chakras, é importante, em primeiro lugar, saber exatamente onde eles estão. Veja a localização dos principais centros de força e mais informação sobre eles no capítulo sobre meditação nos chakras. Um chakra não é um ponto, mas uma área que varia em tamanho, e que mede normalmente (antes da prática) entre oito e dez centímetros de diâmetro. Use ambas as mãos para medir o diâmetro, ou a palma de uma delas para medir a altura.



Digamos que você vai medir a altura do anáhata chakra do seu amigo. Afaste a palma da mão da região do coração, e depois aproxime-a devagar, até sentir o limite do chakra. Repita a experiência para ter certeza do tamanho. Agora, meça o diâmetro: aproxime a afaste as mãos, lenta e simultaneamente diretamente acima do chakra. Ao medir o diâmetro desta forma, você poderá ainda sentir o chakra girando nas palmas das suas mãos e observar o sentido predominante do giro.

O tempo todo, concentre-se na intenção de medir o corpo sutil. Compare a altura de cada chakra com a altura da aura. Devem ser parecidas. Depois, concentre-se em sentir a qualidade da energia que você percebe. Faça isso chakra por chakra, desde o múládhára até o sahásrara. No início pode resultar difícil, mas, com a prática, você desenvolve a habilidades e a sua leitura do corpo sutil fica precisa e bem rápida.

Há muitas outras coisas que se podem fazer para melhorar o rendimento na prática, como eliminar excessos ou deficiências de energia que prejudicam o corpo sutil e, conseqüentemente, a prática de Yoga ou ainda estimular a circulação de energia em partes definidas do corpo. A força do prána pode aplicar-se a todos os seres vivos com fins de cura. Mas esse é um assunto muito vasto, que daria por si só para mais um livro.

Há um certo ponto durante o pránáyáma em que a respiração pulmonar passa a suspender-se espontaneamente. Não é algo voluntário, como quando você prende a respiração para mergulhar. O yogi apenas pára de respirar pelos pulmões, e passa a assimilar o prána diretamente através dos centros de força (chakras).

Isso se chama kevala kúmbhaka, e é um estágio que se atinge depois de algum tempo de prática intensa, desde que o praticante esteja preparado para sentar-se e acompanhar as instruções. O resultado é imediato. No início, a pessoa não tem domínio sobre este fenômeno. Apenas acontece, às vezes durante a meditação, às vezes durante os respiratórios. Depois, a pessoa passa a dominá-lo e pode repeti-lo quantas vezes quiser e pelo tempo que quiser.

Mas o que há no final do caminho? Para que fazer esses exercícios? Porque prána também é consciência. Mas essa é outra história... É novamente a história da sede de poder. Da sede do poder da consciência. Porque a sede de ar é uma sede básica, vinculada ao instinto de sobrevivência. Mas a sede de prána é uma sede de transcender os próprios limites, mergulhar de cabeça no inconsciente e resgatar a verdadeira potencialidade latente no ser humano.
Isto pode parecer pretensioso, mas é o que queremos os yogis. E nos jogamos no abismo, sem outros elementos que nossos próprios corpos, vontades e temeridades. Sem aparelhos, sensores nem eletrodos, sem laboratório, sem outra testemunha que nós mesmos. E, lá dentro, tudo é muito vasto. Às vezes dá vertigem. É por isso que o yogi precisa ser um pouco temerário. Senão, não se joga. Seria como lançar-se ao labirinto guardando apenas um fio para poder voltar, como fez Teseu.



Salvador Dalí teve uma tirada brilhante e exibicionista, mas que define com precisão isto que acabamos de afirmar. Ele disse que "a diferença entre eu e um louco, é que eu não sou louco". Se você for yogi, pode assinar embaixo. Porque o louco está perdido no labirinto. Mas o yogi enlouquece conscientemente e sabe exatamente onde ele está e como agir. E conhece o caminho da volta.

Por isso, loucos são os outros. Talvez você possa ser criticado por praticar uma filosofia de vida "exótica", alheia ao seu contexto cultural. Vejamos um exemplo esquemático, porém claro. Se alguém trabalha sem parar, sem tirar férias, e fica estressado e alienado correndo atrás do dinheiro e do sucesso, os demais dirão: "Fulano é uma pessoa muito responsável e bem sucedida".

O detalhe é que Fulano terá o primeiro enfarte antes dos cinqüenta. E se outro trabalhar menos e dedicar uma parte do dia a fazer caminhadas ou subir montanhas para ficar deitado ao sol lá encima, as mesmas pessoas dirão: "Sicrano é muito esquisito. Você percebeu como ele gosta de entrar no mato e ficar sozinho?" Por isso é que digo que loucos são os outros. E isto não é uma questão de falta de opção."

Fonte: www.yoga.pro.br

sábado, 19 de setembro de 2009

Passarinho - (Composição e voz: Tiê)



"Como um brotinho de feijão foi que um dia eu nasci,
Despertei cai no chão e com as flores cresci.
E decidi que a vida logo me daria tudo
Se eu não deixasse que o medo me apagasse no escuro.

Quando mamãe olhou pra mim, ela foi e pensou
Que um nome de passarinho me encheria de amor
Mas passarinho se não bate a asa logo pia
Eu que tinha um nome diferente já quis ser Maria
Ah, e como é bom voar!"



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Tiê-sangue – O pássaro que desbota quando preso

Temos em nossa fauna um pássaro especial. É o tiê-sangue.
É avistado próximo às restingas, capoeiras e beiras de mata do litoral do Brasil.
Suas asas são vermelhas como o sangue, por isso ganhou esse nome.
Possui a cauda negra e uma linda mancha branca no bico.
As lindas cores do tiê-sangue atraem os criadores, mas é impossível apreciar sua beleza em cativeiro, visto que ele fica com uma cor pálida, alaranjada, desbotada; pois, entre a variedade dos frutos de que o passarinho se alimenta, há alguns que contém um pigmento de nome astaxantina, que mantêm sua coloração.
A beleza do tiê está na proporção de sua liberdade. Quanto mais livre, mais belo.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Oração ao Encontro - (Prof. Nélson Cassiano)


"CREIO
que agora vale a verdade,
que vale a vida,
e a vida no ENCONTRO com outrem;
de mãos dadas
trabalharemos ambos pelo ENCONTRO verdadeiro.

CREIO
que todos os ENCONTROS,
inclusive os mais cinzentos,
têm o direito de converter-se em manhãs de domingo.

CREIO
que a partir deste instante
- eu e você -
diante da angústia eminete de
não-ser,
da ameaça da destruição,
seremos o que somos
e não algo que temos,
o nosso ser permanecerá
o dia inteiro
aberto a esperança, e
as campinas verdes do sentir,
oxigenarão nossos corações.

CREIO
que não precisamos mais
negar a culpa por existir;
e que confiarei em você
como o vento confia no ar que o compõe.
Confio no homem,
como o menino confia em outro menino!

CREIO
que a compreensão da pessoa no seu mundo
nascerá espontânea e livre
do jugo da mentira,
e nunca será preciso usar
couraça no disfarce,
porque viveremos num mesmo universo onde
semelhança e não igualdade
conduzirá nosso convívio.

CREIO
que as nossas forças,
sejam elas quais forem,
hão de encontrar no mundo da natureza humana,
na grandeza de sermos,
no ENCONTRO entre os homens
e na existência de ser em si mesmo,
o descortínio:
do que fomos,
do que somos e
do que por humanidade sempre quisermos ser!

CREIO
que o trágico da existência
tem sua razão e seu querer.
E ainda que tudo nos pareça perdido
alegria e dor, raízes desse cenário
existirão, para não esquecermos
que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder doar-se,
sabendo que é o amor
que dá à vida o milagre de ser.

CREIO
que o alimento de cada dia
tenha no homem o sinal do esforço.
Mas sobretudo tenha sempre
o quente sabor da ternura.

CREIO
que enquanto estivermos juntos,
minutos, horas ou dias,
valerão como processo de realização
a cada momento,
porque seremos aquilo que somos!
O que nasce agora é flor
que fará o perfume de amanhã.
Assim portanto, tudo será permitido,
inclusive descobrir o descoberto,
falar do falado,
sentir o sentido,
cantar o prórpio canto,
fazer do ridículo agradável,
do falso verdadeiro
e de toda essa verdade, a mentira que disfarçamos.

CREIO
que somos os únicos seres do universo
que podem prometer,
e por isso prometo minha decisão
de estar com você,
ainda que não esteja comigo,
pois não estar é a sua presença.
E mesmo sem tudo compreender
fica clareira aberta, onde
a luz de estar um com o outro
faz nascer o desejo de
SER E PERMANECER.

e... CREIO SOBRETUDO
que no entrelaço de corações
na presença de almas que se aproximam,
nasce a descoberta do que sempre foi:
EU!
VOCÊ!
na beleza do que somos!



(inspirado nos "Estatutos do Homem" de Thiago de Mello)
Fonte: http://www.humaniversidade.com.br/

Frases de Paramahansa Yogananda


O lugar mais amado por Deus é o templo interior de silêncio e paz de Seus devotos. Sempre que você entrar aqui, neste lindo templo, deixe a inquietude e as preocupações para trás. Se não se despojar delas, Deus não poderá vir a você.

A unidade das várias religiões só poderá se concretizar quando seus praticantes tornarem-se realmente conscientes de Deus dentro de si mesmos. Teremos, então, uma verdadeira fraternidade de homens sob a Paternidade de Deus.

Não é pela concentração em dogmas que poderemos alcançar Deus, e sim pelo verdadeiro conhecimento da alma... Para mim, não existem judeus, cristãos ou hindus; todos são meus irmãos. Eu presto adoração em qualquer templo, pois todos foram construídos em honra de meu Pai.

Precisamos das "colméias" das igrejas, mas necessitamos também encher as igrejas com o "mel" da nossa Auto-realização... Freqüentar a igreja é bom, mas a meditação diária é ainda melhor.

O que toda religião deveria dar a seus seguidores é a percepção da Verdade, a experiência de Deus - e não meros dogmas.

Quem não dedica tempo à sua religião não pode esperar conhecer, de uma hora para outra, tudo sobre Deus e o além. Geralmente, as pessoas não se esforçam ou, se o fazem o esforço não é bastante profundo e sincero... Lembre-se: se você não encontra Deus é porque não está se empenhando bastante na meditação.

A verdadeira prática da religião consiste em sentar-se quieto, em meditação, e conversar com Deus... A maioria dos freqüentadores de igrejas não consegue ficar sentada quieta por uma hora, a não ser que alguma atividade esteja ocorrendo o tempo todo, para distrair suas mentes.

Os que pensam em Deus brilham pouco, mas não são capazes de dar luz ao mundo. Pessoas religiosas comuns são como estrelas, emitindo apenas uma débil luz.

Quem não está disposto a renunciar a tudo o que possui para encontrar Deus não O conhecerá. Quem pretende conhecer Deus deve ser capaz de abandonar tudo o mais por Ele.

Não há forma de serviço maior que falar de Deus. Se você convencer alguém de que o caminho do erro leva ao vale da morte e que o caminho da meditação, à vida eterna, terá dado algo mais valioso do que um milhão de dólares. O dinheiro é perecível, mas a realização divina nos acompanhará além dos portais do túmulo.

Para quem se comporta mal, o Ser é um inimigo. Ajude o Ser e Ele o salvará. Não há outro salvador, além do seu Ser.

Ser iogue é meditar. Assim que acorda de manhã, o iogue não pensa primeiro em alimentar o corpo; ele nutre a alma com a ambrósia da comunhão com Deus. Saciado com a inspiração que sua mente encontrou, ao mergulhar profundamente na meditação, está apto para cumprir com êxito todos os deveres do dia.

Ao analisar o que você é, tenha o firme desejo de eliminar suas fraquezas transformar-se no que deveria ser. Não se permita desanimar com imperfeições que são comumente reveladas através de uma auto-análise sincera.

Que o homem eleve o eu pelo eu; que o eu não se degrade. Para aquele cujo eu foi conquistado pelo Ser, o Ser é o amigo do eu; mas, em verdade, o Ser comporta-se de maneira hostil, como um inimigo, para com o eu que não foi subjugado.

Você agora está limitado; quando, porém, pela meditação diária e profunda, puder transferir sua consciência do finito para o Infinito, será livre. Você não se destina a ser prisioneiro do corpo. Você é filho de Deus e deve viver à altura dessa herança divina.

As pessoas mundanas buscam as dádivas de Deus, mas o sábio busca o próprio Doador.

Nosso empenho deve ser não apenas adquirir segurança financeira e boa saúde, mas procurar o significado da vida. A vida: de que se trata?... Quando pensamos com suficiente profundidade, encontramos uma resposta em nosso interior. Esta é uma forma de prece atendida.

Não deixe que ninguém o chame de pecador. Que importância tem o que você foi ontem? Você é filho de Deus, agora e sempre.


Fonte: http://www.cuidardoser.com.br/frases-yogananda.htm

Tristeza inventada - (Satyaprem)


"Quando você nota, pela sua maturidade, que não existe absolutamente nada do lado de fora que possa satisfazê-lo, então você olha "para dentro" pela primeira vez. Enquanto você ainda acredita que existe chance, quando você ainda tem "esperança", você ainda está olhando para o lado de fora. Quando você se "des-espera", ou seja, não mais espera por absolutamente nada de ninguém que apareça a sua frente, por saber, retilineamente, com muito carinho e compaixão, que ninguém do lado de fora pode dar a você o que você está buscando; aí sim, não existe mais conflito com o lado de fora. Você não espera nada de ninguém. Você vê o outro com total serenidade - ele pode ou não satisfazer você - você não se envolve. Isso é permanecer no momento: "eu não me iludo com absolutamente nada. Porque tudo é passageiro". E é aí que começa a busca verdadeiramente real. É aí que começa o Satsang. Porque aí você só vai precisar encontrar aquele que sozinho encontrou, e vive em paz com essa Realização.

A sua natureza já é satisfeita em si. Você não precisa de nada! Tudo o que você precisa, você já tem. É claro que você não acredita. É claro que o seu trabalho aqui é encontrar sentido em tudo o que estou compartilhando, e experimentar no dia-dia. Quando você sofre ou quando você se ilude com uma alegria extrema em relação a um objeto qualquer que apareceu na sua consciência naquele instante, em pouco tempo você descobre que não era nada daquilo que você estava pensando. Se você já teve essas experiências, você pode criar um afastamento, esse afastamento é inteligente. Esse afastamento é Meditação, é estar no mundo, sem fazer parte dele.

Você precisa ter muito zelo com as experiências que você tem, com todo esse hábito que você tem as coisas se tornam automáticas, "inconscientes": "Eu faço assim, porque eu já fiz ontem do mesmo jeito". Zelo! Atenção! Eu observo as árvores e elas não choram porque os frutos caem de maduros, choram? Você já viu alguma árvore triste porque caíram todas as folhas no inverno? Não, não é!? Sua tristeza é inventada!

O hábito nos diz que tem de ser feita alguma coisa. A voz do Silêncio diz que nada precisa ser feito, que tudo está bem do jeito que está. Não faça nada! As coisas vão acontecer por si mesmas. Note que todos os seus movimentos na vida têm sido influenciados por algo transcendente, por algo maior que você. Note isso com atenção e veja que nada precisa ser feito. Porque a idéia de que se precisa fazer algo é uma idéia bem egóica: "eu preciso fazer algo, para depois dizer que eu fiz algo". Mas se você não faz nada, você não vai ter como dizer que fez alguma coisa... Isso é desapego - inclusive a idéia de quem faz. Dê-se conta disso e verá! "Sim! Eu não preciso fazer nada. Eu posso permanecer silencioso. E posso, porque essa é a minha natureza. Eu apenas tenho que notar! E isso não impede que eu pense". Os pensamentos irão existir...

Existe uma idéia, que é comum e equivocada, de que Meditação é nunca mais pensar. Como é que você vai parar de pensar? Se eu sigo essa idéia à risca ("Eu preciso parar de pensar"), supõe-se que eu, espontanemente, voluntariamente comecei a pensar. E se for verdade que eu, voluntariamente, comecei a pensar, eu, voluntariamente, posso parar de pensar. Mas, se vocês observarem verão que seus pensamentos não são vontade de vocês. Que não é a sua vontade que decide quando é que você vai pensar ou não. Os pensamentos existem. Quando você se dá conta de que os pensamentos que ocorrem não foram voluntariamente trazidos à tona, você se dá conta de que é ineficaz ou equivocado pensar que pode pará-los. "Se não fui eu que os criei, como posso descriá-los?"

O Silêncio do qual a Meditação fala é um destacamento, um desapego, é um ir para um outro lugar onde os pensamentos permanecem ali, mas você não está pensando. Simplesmente porque não é mesmo você, em essência, que está pensando. Os pensamentos estão ocorrendo, e você os está observando. Mas você já leu e, equivocadamente entendeu através de algumas pessoas, que tem de parar os pensamentos. Mas esse "parar os pensamentos" implica (e de novo eu volto ao começo) que alguém tem de fazer esse parar. Não tem de parar os pensamentos, só tem de ver que os pensamentos não são você.

Pergunte-se, com fidelidade, de Verdade: quem quer parar de pensar? Você não vai encontrar um alguém. Você só vai encontrar um outro pensamento, que você tomou como sendo você. De repente, é como se você desejasse que o mar parasse de fazer ondas. Você está sempre atentando aos pensamentos, e gostaria de parar de pensar. Quem é que gostaria? Quem é que pensa esses pensamentos? Ou, antes de mais nada, esse pensamento não é apenas mais um pensamento dentro daquela tela de pensamentos que você quer remover? Agora, como é que um pensamento pode remover um outro pensamento? Você não pode. Você tem apenas que ver que o pensamento está fazendo o papel dele, não se envolva. Descubra qual é o seu papel. Se é que tem algum papel a ser feito por você... Ou melhor, existe apenas um papel a ser feito por você: não faça nada!

A sua mente precisa de luz, ela precisa sair da confusão em que se encontra. Confusão de equívocos, porque você viveu até hoje num mundo onde as pessoas não sabem nada disso. E o pior é que você entrou no caminho da Meditação e da Terapia, e de novo encontrou pessoas confusas, que confundem certas coisas, que são inadequadas. Por exemplo, tem gente que diz que pode haver a paz no corpo, e isso é impossível. A paz no corpo pode acontecer, mas apenas temporariamente. É só marcar uma massagem, você ficará "em paz" pós-massagem, mas depois vai embora aquela paz. Tanto que você precisará marcar uma outra sessão. De tanto em tanto tempo, o corpo precisará de uma massagem. O corpo precisa de uma massagem na medida em que fica tenso com a tensão que ele percebe, com a tensão que ele vive. No momento em que você não mais fica tenso com a tensão dos pensamentos, você está livre. Por si só, o corpo e os pensamentos relaxam, você não fica mais tenso. Porque a tensão do corpo e dos pensamentos é baseada numa idéia interna (que é um outro pensamento) que diz que você não pode ficar "assim". Mas por que não poderia? Onde está escrito?! É certo que você deseje que as coisas não sejam assim, mas você precisa levar esse desejo a sério? Você precisa se envolver nesse desejo? O meu convite é para que você deixe que todos os desejos venham e possam ir. Não se envolva! Permaneça como observador. E você pode fazer isso, porque essa é a sua natureza.

Sente e fique quieto! Eu sei que vai vir o pensamento: "Ah! Eu poderia colocar uma musiquinha, iria ficar mais agradável." Você ouve esse pensamento, esse desejo, e deixa passar. Você não põe. Continua parado! Aí vem um outro pensamento: "Bem que eu poderia tomar um chá, agora". Você novamente ouve, e não faz nada. Você vai ver um monte de desejos surgindo, porque todos os desejos tentarão "tirará-lo dali" e, eles só "o tiram", na medida que você faz alguma coisa, que você os atende. Se você não faz nada, eles vão tentar, tentar, tentar, até que param. Mas a sua atenção, o seu zelo, tem de ser total. Você tem de ficar "ali". Muitas coisas irão aparecer..."

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

If I Could Be Where You Are - (Enya)

Viajando no silêncio do amor que ama sem nome - (Wagner Borges)

Quando você observar a tragédia de alguém e as emoções aflorarem sem controle, pense em MIM.

Olhando o cadáver de uma criança ou de um ancião, de um homem ou de uma mulher, de rico ou de pobre, pense em MIM.

Observando a vítima de um assassinato ou da loucura do suicídio, pense em MIM.

Por onde você for, pense que os meus olhos estão em seus olhos, o meu coração em seu coração, as minhas mãos nas suas mãos, o meu espírito em seu espírito, e o meu amor no seu amor.

Nas provas aflitivas da carne, ande COMIGO.

No Céu de sua mente, pense no azul do Meu Céu.

No Céu de seu coração, pense na Luz do Meu Amor.

Diante dos acontecimentos tristes do mundo dos homens e das emoções pesadas evocadas, pense em MIM.

E mesmo no meio das trevas da tristeza, EU estarei com você.

Sob a luz do sol ou da lua, no calor e no frio, na carne e além dela, EU estarei com você.

Capte o prana do ar, e ME respire junto.

Pise no chão da Mãe-Terra, e EU estarei sob os seus passos.

Sinta as pulsações vitais de seu coração, e no centro de sua alma EU sorrirei.

Olhe para os outros, e ME veja neles.

Se toque, toque-os e ME toque.

No cadáver estirado no chão, ou no espírito que voou para longe, EU estou.

Respire-ME... EU SOU!

No Céu, na Terra, ou nos mundos inferiores, EU estou!

Toque-ME... nos outros.

Sinta-ME... em cada ser.

Os Meus olhos nos seus olhos...

O Meu coração em seu coração...

Filho MEU, por onde você for, pense em MIM.

E nas horas das provas aflitivas, não se esqueça:

O espírito é eterno. Jamais nasce ou morre, apenas entra e sai dos corpos perecíveis.

Tire o "cansaço de sua visão" e ME veja em tudo!

Tire o peso da tristeza e veja o Dharma* em cada prova.

Aprenda a lição de cada coisa.

Se toque, toque o mundo, e ME toque junto.

Toque a vida, o Dharma, os homens... e ME toque.

Pense em MIM em cada ser, em você e em tudo.

E por onde você for, EU estarei juntinho.

E mesmo em situações difíceis, você perceberá a lição.

E em seu coração, onde também está o Meu coração,

Você perceberá um sorriso e uma benção fluindo entre os homens.

No silêncio, além da sensibilidade de suas lágrimas, EU estarei!

Você sentirá o MEU toque espiritual, e tocará os homens tristes...

E EU estarei dentro deles também, em espírito, em silêncio...

Rindo ou chorando, dentro do corpo ou fora dele, pense em MIM!

E por onde você for, EU estarei juntinho...

No silêncio... No silêncio... No silêncio...

Do Amor Que Ama Sem Nome.


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PS: Escrevi essas linhas logo após ler o e-mail emocionado de um amigo se lamentando da perda de alguém, por causa do suicídio. Então, lembrei-me de Krishna e deixei o coração guiar os escritos. Particularmente, lembrei-me de um ensinamento onde ele diz: "Quando você observar uma criança morta, pense em MIM!"

A partir disso, "me toquei" de algo e resolvi tocar o meu amigo (e o seu amigo que se foi...), e tocar os leitores com esses escritos simples... que tocam em nome de Krishna, o Senhor de todos os Dharmas.

(Esses escritos são dedicados ao meu amigo Fernando Golfar).

OM TAT SAT.


Fonte: http://www.ippb.org.br/modules.php?op=modload&name=News&file=article&sid=2618

Palavras de Sabedoria - (Ramana Maharshi)


Ramana Maharshi foi considerado por muitos um dos maiores sábios do nosso tempo. Viveu na Índia, de 1879 a 1950, e nele se notava total ausência de distinção entre homens e mulheres, entre castas, credos, raças e religiões, entre um príncipe e um lavrador, e entre um asceta e um pai de família. Seu sentido de igualdade ia além dos seres humanos e abrangia animais e plantas. Ele acreditava que cada criatura, desde o homem até o menor dos insetos, é manifestação do Ser Supremo, do Único Imperecível.

Ramana Maharshi nada queria de ninguém. Estava inteiramente satisfeito com a plenitude do Ser Supremo. De seu espírito emanava silenciosa onda magnética capaz de estimular grandes transformações e importantes descobertas interiores nos demais. Permanecia em silêncio a maior parte do tempo. Mas, às vezes, ao responder às perguntas dos visitantes, deixava entrever, também em palavras, sua sabedoria:

Que significa renúncia?
Ramana Maharshi - Deixar o ego.


Qual a melhor postura do corpo para o exercício espiritual?
Ramana Maharshi - Qualquer uma. Contudo, a postura para o Caminho é imaterial. Postura realmente significa firmeza, estabilidade, imperturbabilidade, posição característica do Ser. Essa é a postura. Encontre o Ser, permaneça n'Ele, e não dê importância a posturas.


Não consigo chegar bastante fundo dentro de mim.
Ramana Maharshi - É errado dizer isso. Onde você está agora, senão no Ser? Aonde você quer ir? Tudo o que de fato é necessário é crer firmemente que você é o Ser.


Como o Senhor pode dizer estar o coração do lado direito, enquanto os anatomistas afirmam estar ele do lado esquerdo do peito?
Ramana Maharshi - Que o coração físico esteja do lado esquerdo, é indiscutível. Porém, o coração de que falo fica do lado direito. É a minha experiência. O cosmos inteiros está ligado a um pontinho no coração.


Como pode o Todo Imanente, Deus, residir no coração?
Ramana Maharshi - O coração não é um lugar. Olhe para dentro. O coração não é físico. É o ponto central de onde surgem todas as coisas.
No coração podemos encontrar nosso laço indestrutível com o universo cósmico. E, uma vez que sentimos nele esse universo como presença viva, nossa consciência se eleva muito acima do egoísmo. Advém-nos uma satisfação interna que é completa em si mesma e que nada tem a ver com as circunstâncias externas da vida.
Quanto mais interiorizamos a atenção, mais nos deixamos atrair e guiar por essa imensa e misteriosa presença espiritual que reside no coração.


Fonte: www.yoga.pro.br

Maharshi e a busca do verdadeiro eu - (Ramana Maharshi)



Ramana Maharshi (1879-1950) é considerado um dos maiores sábios da idade moderna. Nascido no sul da índia, aos 17 anos ele teve a experiência da iluminação e perdeu o interesse pelas coisas do mundo. Em seguida, abandonou o lar sem a permissão dos pais e foi viver retirado junto à montanha sagrada de Arunachala.
Durante vários anos, Ramana manteve silêncio completo. Quando sua mãe foi até seu retiro implorar que voltasse para casa, ele escreveu em um pedaço de papel: "0 destino da alma é determinado por seu carma maduro, prarabda-carma. 0 que não deve acontecer, não acontecerá, não importa o quanto você deseje. 0 que deve acontecer, acontecerá, não importa tudo o que você faça para evitar. Quanto a isso, não resta dúvida.
"Portanto, o melhor caminho é permanecer em silêncio."
Quando ele saiu do regime de siêncio total, formou-se ao seu redor um ashram - uma comunidade de aprendizes. 0 escritor Paul Brunton, aluno seu, teve papel decisivo na popularização mundial do seu ensinamento. A sabedoria de Ramana conquistou o Ocidente, e Carl G. Jung escreveu uma introdução para um dos livros que reúnem seus ensinamentos.
A principal técnica meditativa de Ramana Maharshi consiste em perguntar "quem sou". Gradualmente, aquele que persevera na investigação dessa pergunta se liberta de tudo o que não é seu verdadeiro eu. Essa técnica de jnana ioga coincide com o diagrama de meditação ensinado por Helena Blavatsky a seus discípulos mais próximos. Nos dois casos, o praticante aprende a identificar-se com o espaço e o tempo infinitos.
De fato, Ramana vivia na consciência eterna e fora do tempo cronológico que, para ele, era uma ilusão. Certa vez, ao ganhar de presente um calendário, afirmou: "Você me dá um novo calendário para ajudar-me a lembrar dos dias, quando eu tenho sérias dúvidas sobre em que ano nós estamos. 0 tempo é todo uma coisa só para mim." Em outra ocasião, Paul. Brunton contou a ele que havia ido a um determinado encontro social, que havia sido "uma perda de tempo". Ramana comentou: "Se o tempo não existe, como é que você consegue perder tempo?
A seguir, fragmentos de um diálogo interno com a obra de Ramana Maharshi - tal como o desenvolvi em Brasília, reexaminando seus livros em minha biblioteca, entre as árvores do Sítio Céu e Terra.

-Qual o objetivo mais elevado da experiência espiritual?
-Maharshi - A compreensão do "eu superior".
-A solidão é necessária ao buscador?
-Maharshi - A solidão está na mente do homem. É possível estar em plena vida mundana, mantendo-se, contudo, uma serenidade perfeita da mente; tal pessoa está sempre em solidão. Outra pessoa pode permanecer na floresta e, ainda assim ser incapaz de controlar sua mente. Não se pode dizer que esteja em solidão. A solidão é uma atitude da mente; o homem apegado às coisas da vida não pode alcançar a solidão, onde quer que esteja. Um homem desapegado está sempre em solidão.

-O que é mouna (silêncio mental)?
-Maharshi – É o estado que transcende a linguagem e o pensamento, é a meditação sem atividade mental. A subjugação da mente é meditação; a meditação profunda é a linguagem eterna. O silêncio é a linguagem eterna; é o fluxo perene da “linguagem” eterna(...) Existe um estado em que cessam as palavras e prevalece o silêncio.

-Como se pode pode obter o estado de bem-aventurança eterna, em que não há sofrimento?
-Maharshi – Além da afirmativa dos Vedas de que onde quer que haja um corpo existe sofrimento, essa é também a experiência direta de todas as pessoas; portanto, o buscador deve investigar a sua verdadeira natureza que é sempre destituída de corpo, e deve permanecer nela. Esse é o meio de alcançar aquele estado.

-O que significa dizer que o buscador deve investigar a sua verdadeira natureza e compreendê-la?
-Maharshi – Experiências como “eu fui, eu vim, eu estava, eu fiz" vêm naturalmente a todos. A partir dessas experiências, nao parece que a consciência "eu" é a autora daqueles vários atos? A investigação da verdadeira natureza daquela consciências enquanto se preserva a consciência de si mesmo, é o meio de compreender a verdadeira natureza do buscador.
-Como se deve investigar "quem sou eu"?
-Maharshi - Ações como "indo" e "vindo" pertencem apenas ao corpo. Assim, quando alguém diz "eu fui, eu vim, isso significa dizer que o "eu" é o corpo. Mas será possivel dizer que a consciência do corpo é o "eu" já que o corpo não existia antes do meu nascimento? (...), não existe no estado de sono profundo e se torna um cadáver quando morto? Será que esse corpo que está inerte como um tronco de árvore pode ser considerado brilhante como um "eu"? A consciência chamada "eu" que surge em primeira fuga em relação corpo é descrita de várias maneiras como auto-ilusão, egocentrismo, ignorância; maya, impureza e alma individual. Será que podemos deixar de lado a investigação sobre isso? Não será para nosso bem que todas as escrituras afirmam que eliminar a auto-ilusão produz a libertação? Desse modo, deixando que o corpo-cadáver permaneça como corpo, e nem esboçando sequer a palavra "eu", devemos investigar intensamente o seguinte: "O que é que se apresenta como um 'eu'?" Então brilhará no coração uma espécie de revelação sem palavras do verdadeiro eu. Isto é, surgirá por si mesma a pura consciência que é una e ilimitada, porque desapareceram os pensamentos diversos e limitados. Se permanecermos quietos e sem abandonar essa experiência, o egocentrismo, o sentido individual, a sensação "eu sou o corpo" serão totalmente destruídos, e no final a sensação de "eu" também será apagada (...). Os grandes sábios e as escrituras dizem que só isso é libertação.
-Dos meios de controle da mente, qual é o mais importante?
-Maharshi - O controle da respiração é o meio de controlar a mente.
-Embora a prática da retenção da respiração seja perigosa e deva ser evitada, a respiração profunda e outros exercícios respiratórios moderados trazem serenidade e são, de fato, um meio central de controle da mente. O senhor pode dizer mais sobre isso?
-Maharshi - Não há dúvida de que o controle da respiração é o meio de controlar a mente, porque a mente, como a respiração, participa da natureza do ar; porque a natureza da mobilidade é comum a ambos; porque o lugar de origem de ambos é o mesmo e porque quando um deles é controlado, o outro também é controlado.
-Qual a importância da dieta do aprendiz?
-Maharshi - O alimento afeta a mente e a torna mais sátvica (vital, vibrante, rítmica) para a prática de qualquer ioga. Vegetarianismo é absolutamente necessário.
-A aparição de visões ou o escutar de sons místicos durante a meditação ocorrem antes que a mente concentrada esteja imóvel e vazia ou depois?
-Maharshi - Podem ocorrer tanto antes quanto depois. O importante é ignorá-los e continuar prestando atenção apenas ao eu, ao ser.
-Sou digno de ser um aprendiz?
-Maharshi - Todos podem ser aprendizes. O alimento espiritual é comum a todos e nunca é negado a ninguém.

VENKATARAMAN - nome dado por seus pais, nasceu em Tiruchuzi, pequena aldeia no sul da Índia, a 30 de dezembro de 1879. Sua infância foi igual à de todos os meninos de sua época. Porém, aos doze anos seu pai faleceu e a família foi morar com um tio na vizinha cidade de MADURA.
Aos quatorze anos preparava-se para entrar na Universidade de Madras, no entanto sentia que aqueles estudos não tinham qualquer utilidade para ele, pois a sabedoria do mundo material não poderia torná-lo consciente da verdade de Ser.
No fim do ano de 1895, o jovem Venkataraman, ao encontrar um tio que vinha de uma peregrinação, abordou-o com a pergunta:

“De onde está vindo?”
“De Arunachala.” Foi a resposta.


A aparente simplicidade da frase de seu tio encontrou profundo eco em seu coração, como se a palavra “ARUNACHALA” lhe despertasse alguma sutil recordação. Em julho de 1896, na tenra idade de dezessete anos, Ventakaraman teve a experiência extraordinária, que transformou Sua vida e despertou-O para o verdadeiro significado do SER: sentiu que se integrava no universo, e perguntou:
"Quem sou eu? Minha consciência não é atingida." Então compreendeu que era independente do corpo físico, da mente e dos sentidos. Sentia apenas o pulsar cósmico e concluiu: "Sou Consciência". Depois disso, Ramana pouco tempo depois deixa a casa do tio e parte para Tiruvannamalai em direção ao Monte Arunachala - local onde o Deus Shiva apareceu a seus devotos na forma de uma coluna de luz, instalando-se em cavernas e templos. Com a chegada de muitos discípulos, mudou-se para um Ashram construído ao pé de Arunachala, onde recebia pessoas de todas as partes do mundo para aprender com ele. Durante os cinqüenta e quatro anos seguintes, sua vida foi um exemplo vivo de Suprema Paz, Compaixão Universal e Auto-Consciência incessante. Ele ensinou o Caminho do Auto-Conhecimento e a Auto-Renúncia através da Vichara (a pergunta ¨Quem sou Eu?¨). Quando se estava próximo a Ele, as ondas incansáveis da mente eram acalmadas: corações aflitos encontravam conforto e paz e os buscadores sinceros da Verdade encontravam a Suprema Beatitude. Sri Ramana deixou de ser apenas um admirável Mestre da Índia. Saltou dos quadros que enfeitam os altares dos templos para dentro de nossa existência. Ordenou a Sri Maha Krishna Swami que fizesse, no Ocidente, a Grande União entre os homens, tornando conhecida e acessível a todos a Verdade de Ser. Foi por sua vontade que Sri Maha Krishna Swami instalou-se no Brasil, a terra apontada pelo Sat Guru como o local onde seriam preservados os sagrados ensinamentos de todos os Grandes Mestres, onde também seriam vivificados e tornados acessíveis a todos.
A sabedoria de Bhagavan é insofismável, não está limitada às palavras, ela toca a essência de cada um: é a força do silêncio, a Upadesa Sharanam, que irradia de Sri Ramana para todos. Ao codificar o caminho da autoconscientização, Sri Ramana criou, efetivamente, a solução para todos os que buscam o autoconhecimento. Até então, o acesso à sabedoria dos Mestres era exclusivo dos reclusos do silêncio. Sri Ramana mostrou um caminho possível de ser trilhado livremente, conforme as condições da vida moderna.
Certa tarde em que estava sozinho em casa, sentiu que iria morrer. Deitou-se com os membros distendidos, susteve a respiração, mantendo a mente em completa introspecção e o corpo inerte; sentiu toda a força de sua personalidade e até mesmo ouviu a voz do SER dentro de si, totalmente apartada do corpo. ¨O corpo morre, mas o espírito que o transcende é imune à morte. Isso quer dizer que sou um Espírito Imortal¨
Daí em diante sua absorção no Ser é permanente. No dia 14 de abril de 1950, Sri Bhagavan deixa o corpo. Entretanto, muitos devotos, espalhados por todos os rincões do planeta, até hoje, crêem firmemente em suas palavras quando inquirido sobre Sua partida: “Para onde mais poderia Eu ir?”
Este é o Santo Sábio que, em Seu silêncio e olhar de bem-aventurança, segue vivo nos corações de todos os seus discípulos.




"O destino da alma é determinado segundo seu prarabdha-karma. O que não deve acontecer, não acontecerá, não importa o quanto você deseje. O que deve acontecer, acontecerá, não importa tudo o que você faça para evitar. Quanto a isso, não resta dúvida. Portanto, o melhor caminho é permanecer em silêncio."

"A consciência do corpo é o 'Eu' errado. Desista desta consciência-corpo. Isto é feito através da busca da fonte do 'Eu'. O corpo não diz 'Eu sou'. É você quem diz 'Eu sou o corpo'. Descubra quem é este 'Eu'. Procurando a sua fonte, ele irá desaparecer. Seja o que você é. Não existe nada para ser manifestado. Tudo o que é necessário é a perda do ego. A verdade de si mesmo é a única que vale a pena ser buscada e conhecida. Realização não é nada a ser adquirido. Ela está sempre aí, mas obstruída por uma tela de pensamentos. Todos os seus esforços devem ser dirigidos para a superação desta tela, e então a realização é revelada. Realização é simplesmente a perda do ego. Destrua o ego pela procura da sua identidade. Uma vez que o ego não é nenhuma entidade, ele automaticamente desaparecerá, e a realidade irá brilhar por si mesma. Este é o método direto, enquanto todos os outros se concretizam somente através da retenção do ego"

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Dança e arte, pura expressão do Divino! - (Morgana)





http://www.nieblasdeavalon.com

Canção - (Cecília Meireles)



"Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar


Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.


O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...


Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.


Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas."

O que você não é - (Nisargadatta Maharaj)


"Minha experiência é que todas as coisas são êxtase, alegria pura. Mas o desejo por
alegria cria dor.
Alegria se torna a semente da dor. O universo de dor nasce com o desejo."


"Momentâneo alívio da dor nós chamamos prazer - e nós construímos castelos na
areia pelo prazer sem fim, o qual nós chamamos felicidade. Isso é tudo má
compreensão.


"Você não pode conhecer a si mesmo através do êxtase. O êxtase é sua própria
natureza essencial. Você deve olhar o oposto, o que você NÃO é, para encontrar
iluminação."

Swami Dayananda fala dele mesmo, do Hatha e do Conhecimento - (Ana Sereno entrevista Swami Dayananda Saraswati)



Nos dias 11 e 12 de Outubro, Swami Dayananda Saraswati veio encher de luz a Quinta das Águias, em Paredes de Coura, Portugal, e o coração de quem teve a oportunidade de o conhecer. Durante dois dias, Swamiji partilhou a sua visão clara sobre o ensinamento e ainda respondeu a algumas perguntas que lhe colocámos.

1. Como e quando entendeu que podia conseguir moskha através do estudo das Escrituras?

Primeiro entendemos que existe moksha, para ser conquistada aqui, nesta vida. Depois entendemos que moksha é uma compreensão. O que é o quê, a realidade? Esta realidade é o tema desses livros que chamamos escrituras, os livros espirituais, os livros originais: Vedas e Upanishads. Chamamos-lhe Vedanta. E depois existem os livros de suporte, como a Gita e os demais. Hoje em dia, as pessoas apresentam-no como um conhecimento intelectual, um conhecimento indirecto, que temos de fazer directo através da meditação, etc… Isso é o que ouvimos habitualmente.

Então, quando vamos mais fundo na questão percebemos que não existe conhecimento indirecto, porque estamos a falar de nós mesmos. Eu não sou conhecimento indirecto. Eu sou uma pessoa auto-evidente, por isso o conhecimento tem de ser directo, não pode ser indirecto. Se é assim, o professor também tem de ter presente esse conhecimento directo. Isso levou-me algum tempo a perceber, porque eu percebia a insuficiência nas escrituras. A forma como é apresentada é insuficiente, eu percebi-a como sendo insuficiente. Então tive um professor e, ao ouvi-lo, percebi que o método de ensino é tão importante quanto o ensinamento em si. É um método de ensino, e o método é de tal forma que as palavras têm de ser usadas para fazer-te ver quem tu és. É, por isso, um tipo diferente de ensinamento e perceber isso levou algum tempo…



2. Quando é que decidiu renunciar a tudo para se tornar um sannyasi? Que idade tinha nessa altura?

Tinha 32. Comecei a levar isto muito a sério em 1952 e em 57 desisti do meu trabalho, tinha apenas 27 anos. Era jornalista e o meu jornalismo foi útil porque quando me juntei ao meu professor original, ele tinha uma organização, que editava uma revista e livros e eu comecei a editá-los. Portanto, foi útil e as minhas habilidades também foram úteis. No processo aprendi muito e cresci. Depois percebi as limitações no ensinamento e tive de procurar uma solução, de novo procurar, é assim que é…



3. Qual é a sua opinião sobre Hatha Yoga, a prática de ásana, pranayama e meditação?

Hatha Yoga é ásana e pranayama. No Hatha Yoga explicam-se quais são os ásanas. O Yoga de Patanjali não explica qualquer ásana. Só o Hatha Yoga explica os ásanas. O livro Hatha Yoga Pradípika explica tudo isso. O que é svastikásana, o que é siddhásana, o que é sarvangásana, o que é shirshásana. Encontramos nesses textos todos eles explicados. Os ásanas são muito bons, porque nos ajudam a descobrir o amor-próprio. No princípio começamos a cuidar do corpo, na aeróbica também se cuida do corpo, mas o objectivo é tentar queimar calorias. Na aeróbica, com o seu 1,2,3,4, durante uma hora só se queima peso do corpo, só se quer queimar esse peso extra.

Aqui, no Hatha Yoga, come-se apropriadamente, não se come demais. Mantém-se o corpo saudável, e para isso servem os ásanas. Não é sequer exercício. É um método de se manter saudável, assim como o pranayama. É possível curar muitas doenças através do pranayama. Por isso, ásana e pranayama são óptimos.

Como eles próprios ensinam, a meditação é importante. É muito importante porque te ajuda a ser tu mesmo e ajuda-te a descobrir a tua conexão com o todo, se for adequada. Meditação é uma palavra genérica. O que se faz na meditação é muito importante, por isso a meditação clássica é algo que te conecta com Íshvara, isso é muito, muito importante. E assim, tudo isto é útil para entender o que o ensinamento é. Repara que existem dois níveis. Tenho de olhar para mim mesmo e perceber que sou o todo. Não é fácil, sabes? É uma reorientação. A orientação é que sou insignificante e a reorientação é que sou o único significante, nada é mais significante. A tudo o resto empresto vida, a tudo o resto empresto realidade, então é uma coisa muito especial e isso requer preparação. E a preparação é ásana, pranayama, dharana, dhyana, todos estes são úteis.



4. Li um comentário seu numa entrevista que deu ao Andrew Cohen* em que dizia o seguinte: “não há nada neste mundo mais tolo do que a experiência. De facto, foi a experiência que nos destruiu”. Pode explicar esta frase?

É verdade. Foi o que eu disse. Isso foi a única coisa que ele transcreveu tal qual aconteceu, depois disso já não.

Percebeste o que eu disse? Ele não. Uma experiência nunca nos vai relevar o que é, toda a experiência que temos é Brahman, é o ilimitado Brahman. Uma vez que dizemos que Brahman é eterno, ele não se pode esconder do tempo e Brahman é tudo, pelo que não nos pode manter afastados dele, nem tão pouco podemos afastarmo-nos dele. Então tudo o que é, é Brahman em qualquer experiência, seja triste ou abençoada, tudo é Brahman. Se tudo é Brahman temos de o saber.

A experiência é Brahman, a consciência é Brahman, toda a experiência é consciência e ela é Brahman, e porque é que não o sabemos? Se a experiência pudesse dizer-mo, eu deveria ser iluminado. Ele não entendeu isto! Eu também lhe disse isto, mas ele não percebeu. Ele tem um paradigma, e ele quer experimentar. A experiência de Brahman não é alguma coisa do coração. Todos eles pensam que é alguma coisa no coração que temos de experimentar e da qual depois temos de sair. No calor da meditação tu vais experimentar Brahman, (risos), como se fosse queijo derretido. Imagina que fazes uma tosta de queijo e no meio das duas fatias de pão pões uma camada de queijo. Então, quando pões a tostar, o queijo começa a derreter e a transbordar, consegues ver o queijo a sair por todos os lados. Isto é exactamente o que acontece no calor da meditação, atman derrete-se, transborda e é o êxtase! (risos)… Paradigma. Ele não entendeu nada disto, e naquilo que escreveu ridicularizou tudo. Ele não teve o cuidado de confirmar se tinha ou não entendido. Ele tinha de ter confirmado. É um tema que pede uma escrita responsável e ele escreveu de forma irresponsável.



5. Como podemos entender a não-dualidade (advaita) e, ao mesmo tempo, sermos capazes de criar um distanciamento (uma não-identificação) entre nós mesmos e as nossas emoções?

Não precisamos criar um distanciamento. Uma coisa é satyam e a outra é mithya. Quando a não-dualidade é entendida, aquilo que é auto-evidente é não-dual. Tudo o resto é mithya, logo é não-dual. Se existem cem jarros mas compreendemos que só há barro, isto é não-dual. Há apenas um barro em relação aos jarros. Cem jarros e um barro. Contamos barro, há apenas um barro. Então um barro e cem jarros é o quê? Não-dual, não há soma. Se um jarro entendeu que é barro, então é livre. O jarro é mithyam, é aparente.

Então, se analisarmos, mesmo no nível de Íshvara, se Íshvara é tudo na forma de ordem, então as emoções também estão na forma de ordem e eu posso ter emoções, eu dou as boas-vindas às emoções. Vou até ao nível de Íshvara e vejo-as como ordem, logo são aceitáveis. A distância parece muito simples. Por isso eu disse que o devoto é aquele que descobre a relação entre ele, o indivíduo, e o todo, aí ele torna-se um devoto. E este devoto desempenha o papel de filha, de irmão, de irmã,... O papel de devoto está lá em todos os papéis, e existe uma distância entre os papéis e o devoto. O papel é o devoto, o devoto não é o papel. Esta é a distância. B é A, A não é B.



6. Como devemos lidar com as nossas emoções?

Sabes, como disse, lidamos com as nossas emoções como sendo válidas. Lidamos com todas as emoções objectivamente. São todas emoções válidas. Qualquer emoção é válida. Está ali, porque tem de estar ali. Existe uma razão para isso. Assim, não te julgas baseado nas tuas emoções, não fazes qualquer julgamento. Estas emoções são reais, elas têm um passado, uma relação causa-efeito e, por isso, aceitas as emoções e fazes aparecer Íshvara. Assim, recebes melhor a Ordem que é Íshvara. A única coisa que tens de dizer é que é a ordem de Íshvara. As emoções estão aí por causa da ordem que é Íshvara. Acolhes as emoções mas nunca vitimizas quem quer que seja. Na raiva, em qualquer emoção, ninguém é tua vítima, nem tu és a vítima. Assimilas isso, se não o fazes tornas-te vítima. Assimilas e então existe um processo. O primeiro é chamado dama e o segundo shama. Dama é não vitimizar e shama é o processo que acontece assimilando, escrevendo, falando com alguém. Escrever é melhor, porque se falas tens de ser cuidadoso com as palavras. Escrever é melhor porque podes dizer o que quiseres, em verdadeiro português. Escreves, escreves, escreves, e depois destróis. Algumas pessoas guardam, guardam como se fosse uma escritura. A destruição faz parte do processo, tens de destruir. Isto é um processo.



7. O que é conhecimento revelado – a origem dos Vedas? Revelado como, por quem, quando?

Conhecimento revelado é epistemológico. É uma questão de pramana. Os meios de conhecimento que temos não objectificam, nem têm acesso a determinadas coisas, como por exemplo, punya e adrishta. Punya é o resultado de um bom karma, uma oração, um grande ritual ou caridade. Tudo isto trás punya. Bom, nós não vemos punya, vemos apenas o resultado de punya. Este resultado é estar no lugar certo à hora certa. Esse é o resultado de punya, e estar no sítio certo à hora errada é o resultado de papa. Imagina que estamos na estrada, que é o sítio certo para estar. O teu carro segue na estrada, no sítio certo, mas à hora errada, porque queres ocupar um lugar e outra pessoa quer ocupar o mesmo lugar, ao mesmo tempo. Então tens um acidente, o que está fora do teu controlo. Isso é papa, o resultado de papa. Papa não é pecado, papa é apenas papa. Não existe palavra em inglês [nem tão pouco em português]. Para punya também não existe palavra equivalente. Punya e papa têm de ser conhecidos por outro meio de conhecimento, e se ele existe, é o que chamamos conhecimento revelado. Isso está nos Vedas.

De forma semelhante, Atman é Brahman, a causa do mundo, Íshvara, é impossível conhecer. Porquê? Porque não está ao alcance da percepção ou inferência, tem que nos ser dito. Uma vez que nos é dito, e que está correcto, podemos remover completamente todas as objecções. O resultado é conhecimento, mas tem de ser ensinado. Aquele que conhece não pode conhecer a verdade de si mesmo, porque o conhecedor tem apenas os sentidos e a informação que chega através deles é baseada na inferência. Assim, o conhecedor pode objectivar e conhecer, por isso o que é objectivado, o que é o conhecedor e o conteúdo de ambos, é um Brahman. E como sabe ele isso? Tem de lhe ser dito.

Isto vem sendo transmitido. De quem veio primeiro, alguém o deve ter dito. Existe apenas Íshvara. Íshvara manifestou tudo e o seu conhecimento veio com isso. Em todas as culturas existem afirmações como tu és tudo, tu és o todo, tu és Íshvara. Isso é Vedanta, não precisa de ser em sânscrito. Em todas as culturas isso esteve presente. Esse é conhecimento comummente disponível, mas na índia temos uma tradição de ensino, não apenas uma afirmação, um ensinamento, mas um método de ensino. Que és o todo está em todas as escrituras e mesmo fora das escrituras estas afirmações também existem. Mesmo pessoas iliteradas produziram essas afirmações. Místicos tiveram essas experiências, pessoas literadas revelaram-nas, mas ninguém sabe o que é. Têm insights, porque o todo é percebido mas não existe método de ensino.

Este é um conhecimento revelado, revelado aos Rshis, de quem não sabemos a idade, nem o momento em que foi revelado. Revelado aos Rshis que por sua vez revelaram a outros e assim tem vindo a ser passado. Funciona, e isso é que é importante.



8. Há quem diga que “que para nos conhecermos não é necessária qualquer aprendizagem ou conhecimento das escrituras, uma vez que nenhum homem precisa de um espelho para se ver”. Como comenta esta afirmação?

De facto, nenhum homem consegue ver a sua pópria face sem um espelho, correcto? Suponhamos que os olhos se querem ver a eles próprios, não conseguem, os olhos não se conseguem ver, precisam de um espelho. No espelho eu vejo os meus olhos. Eu vejo os meus próprios olhos através do espelho. Quando olho para um espelho o meu compromisso não é olhar para o espelho, mas olhar para mim mesmo. Na verdade, o espelho são os meus olhos. Eu vejo-me, vejo a minha cara no espelho, mas não existe qualquer dúvidade de que eu sou. Perceber isso não requer qualquer espelho ou meio de conhecimento. Eu sou. Toda a gente sabe isto. Eu sou auto-evidente. Existes ou não? Tens de responder “sim, eu sou, eu existo”. Não precisas de consultar, não precisas de ver, não precisas de ouvir, porque estás ali tu vês, ouves e por isso não precisas de nada.

Mas quem és tu? Essa é a questão. Tu és auto-evidente, mas quem és tu? Aí começam todos os problemas. Eu sou assim,sou assado, sou isto, sou aquilo, esta é a pessoa… Quem és tu? Eu sou tanto quanto este complexo corpo-mente-intelecto. E então alguém diz, “não, eu sou diferente de tudo isto”. Como é que sabes? Porque olho para todos eles. Mas então quem és tu? Ainda, quem és tu? E o que é este complexo corpo-mente-intelecto?Isto é dualidade, duas coisas diferentes. Então jagat, o mundo está aí, e a causa do mundo, Íshvara está aí, como vais saber isso? Para isso serve o espelho. Até para veres a tua própria cara precisas de um espelho. Para veres a realidade de ti mesmo também precisas de um espelho de palavras. É um espelho. Estás a olhar para ti próprio. É um espelho de palavras. Sabes, há frases como “para olhares para ti próprio não precisas de um espelho”... Tu precisas de um espelho, de ambos. Para olhar para a tua cara precisas de um espelho. Nem sequer consegues olhar para as tuas orelhas, nariz, bochechas, testa, cabelo... não consegues olhar para nada. Os olhos não estão posicionados para isso. Para isso há um espelho que é fornecido, para veres o espelho e veres além. Então precisas de um espelho, não só para te ver, mas para ver quem és. Para saber que sou não preciso de um espelho, mas para saber o que sou preciso de muitos espelhos. Yeah! (risos)



9. Se existe uma ordem universal, e se esta ordem é perfeita, apesar do modo como agimos no mundo, porque devemos agir de acordo com o dharma?

Porque dharma é a ordem, porque dharma é Íshvara e se eu vou contra a ordem existe uma pressão, raga-dvesha, a pressão está lá e eu cedo a essa pressão. Mas também me é dada pela ordem a capacidade de contrariar essa pressão, porque a pressão é falsa. O dharma é real, a pressão só lá está devido à minha falta de compreensão das prioridades. Se as prioridades estão claras, e para isso eu tenho budhi ( o meu intelecto) – para perceber quais são as prioridades – então posso ter/ser um sistema de suporte. Posso ir contra a pressão, conformar-me com o dharma e evitar o conflito. Quando vais contra o dharma estás sujeito ao conflito e à culpa, não podes evitá-lo, porque é a ordem. E ninguém quer sentir culpa, logo, para se livrar da culpa, para ter a satisfação de ser eu próprio, para estar alinhado com Íshvara, tenho de me conformar ao dharma. No início com algum sistema de suporte escondo-me da pressão. Depois, com mais compreensão torna-se mais fácil. Com maior compreensão as minhas prioridades mudam, é muito, muito fácil. Suponhamos que até existe alguma pressão devido a uma velha orientação, posso livrar-me disso “fingindo e fazendo”. Ao fingir como se “dharmico” eu fosse, ajo, e então “dharmico” me torno. É como nadar. Nadando, eu aprendo a nadar. Não há outra forma. Tens de nadar para a aprender a nadar, e tens de agir de acordo com o dharma para te tornares “dharmico”.

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Esta entrevista foi totalmente elaborada com a ajuda preciosa de Miguel Homem, sem a qual teria sido impossível estruturar de forma tão fidedigna as palavras sábias do Swamiji.


Fonte: http://www.yoga.pro.br/artigos.php?cod=803&secao=3015

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Meditação - (09:09:09)




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"Eu acolho a Luz Cristica na Unidade e na Verdade!"

Guerreiro da Paz - (video)



GUERREIRO DA PAZ
"El que une la verdad
Eu chamo a força, eu chamo a força
eu chamo a força
força das pedras para me firmar
Eu chamo a terra, eu chamo a terra
eu chamo a terra
eu chamo a terra para me enraizar

Eu chamo o vento, eu chamo o vento
eu chamo o vento
eu chamo o vento vem me elevar
Eu chamo o fogo, eu chamo o fogo
eu chamo o fogo
eu chamo o fogo para me purificar

Eu chamo a Lua, chamo o Sol
chamo as estrelas
Chamo o universo para me iluminar
Eu chamo a água, chamo a chuva
e chamo o rio
Eu chamo todos para me lavar

Eu chamo o raio, o relâmpago e o trovão
Eu chamo todo o poder da criação
Eu chamo o mar, chamo o céu e o infinito
Eu chamo todos para nos libertar

Eu chamo Cristo, eu chamo Budha
Eu chamo Krishna
Eu chamo a força de todos orixás
Eu chamo todos com suas forças divinas
Eu quero ver o universo iluminar

Eu agradeço pela vida e a coragem
Ao universo pela oportunidade
E a minha vida eu dedico com amor
Ao sonho vivo da nossa humanidade

Sou mensageiro, sou cometa, eu sou indígena
Eu sou filho da nação do Arco Íris
Com meus irmãos eu vou ser mais um
guerreiro
Na nobre causa do Inka Redentor

Eu sou guerreiro, eu sou guerreiro e vou lutando
A minha espada é a palavra do amor
O meu escudo é a bondade no meu peito
E o meu elmo são os dons do meu senhor

Eu agradeço a nossa Mãe e ao nosso Pai
E aos meus irmãos por todos me ajudar
A minha glória para todos eu entrego
Porque nós todos somos um nesta união

Ñdarei a sã
ñdarei a sã
ñdarei a sã
Desde o principio
todos nós somos irmãos!
Orei ouá
Orei ouá
Orei ouá
Viva o Poder de todo o universo!"


Musica de Orestes Grokar, regente das cerimônias xâmanicas dentro da Doutrina do Santo Daime em Santa Maria no Rio Grande do Sul. Coordenador da nação tutumbaiê. http://nacaotutumbaie.vilabol.uol.com...

Meditação - Entregue o seu amor ao mundo - (Tatyana Martynenko)


"A Energia, a Energia Divina somente pode entrar em seu mundo, ao longo do cordão de cristal ancorado em seu coração - na residência secreta do seu coração

A Energia Divina, ao entrar em seu mundo, através do seu coração, é tingida com os seus pensamentos, sentimentos e aspirações.

Enquanto você está em um estado elevado de consciência e elimina todos os pensamentos e sentimentos opressivos, você se torna uma Fonte de Luz para o seu mundo.

Tente imaginar um fluxo infinito de pura energia Divina vertendo em seu coração

Você é o proprietário desta Energia, plenamente responsável por preservá-la pura e sagrada.

...Sinta esta energia preenchendo a sua aura...

Sua aura se expande e se torna equilibrada. Seu corpo penetra em um estado de êxtase e conforto.

Você sente paz e confiança em seu eu (self) e em seu futuro.

Você compreende que Deus cuida de você a cada minuto de sua vida na Terra.

Tudo o que você precisa é ser sensível e prestar atenção ao conselho que você recebe do seu Eu Superior.

Seu Eu Superior sempre sabe o que você deveria fazer.
Não seja obstinado; preste atenção ao seu conselho e aceite a sua ajuda em suas ações terrenas.

Agora esteja repleto de paz e de amor; tente preencher todo o aposento em que você está com este sentimento.

Imagine a sua aura se expandindo e envolvendo todo o aposento.

Então a sua aura continua a se expandir e preenche toda a casa.

A aura continua a se expandir e então envolve todas as casas vizinhas e toda a cidade.

E cada pessoa que se encontrar sob o efeito de sua aura, fica tão tranqüila, harmoniosa e equilibrada como você.

Todos os pensamentos desagradáveis e perturbadores abandonam cada pessoa que se encontrar dentro do campo de ação da sua aura.

A sua aura continua a se expandir a cada batimento do seu coração. A cada respiração e exalação sua, a área de influência de sua aura se torna maior.

Você pode imaginar todo o país e todo o globo ficando sob a influência de sua aura.

O mundo inteiro vivencia uma constante deficiência de Amor e de paz. Você pode dar o seu Amor ao mundo inteiro, a cada criatura viva no planeta Terra.

Imagine quantos seres no planeta Terra precisam de sua ajuda agora.

As ondas de Amor emitidas do seu coração bem neste momento, são capazes de evitar a morte de alguém ou aliviar o sofrimento de alguém.

Entregue o seu Amor ao mundo.

Isto é o que você pode fazer pelo mundo e isto não requer quaisquer esforços extraordinários de você.

Envie o seu Amor ao presidente do seu país.

Envie o seu Amor a todas as pessoas que têm o poder em seu país e que possam contribuir para a mudança da situação nele.

Quando um humano sente o Amor que lhe é enviado, isto o fortalece e aumenta a sua confiança na realização das corretas ações Divinas.

Ore pelos seus líderes para que sejam capazes de aceitar em seus corações a sabedoria Divina, de modo que os seus corações possam acessar a orientação Divina.

Seu país é o seu bebê, a sua criação coletiva.

Cada um de vocês é responsável por cuidar do seu bebê.

Atualmente o seu país se assemelha a uma criança desamparada: ninguém o quer e todos o amaldiçoam.

Mude a sua atitude em relação a sua criança e a situação em seu país será alterada.

A única condição é a autenticidade e a pureza dos seus sentimentos.

Você não pode gracejar com o Amor, você não pode pretender que aprecia o seu país. Você deve fazê-lo sinceramente.

Envie o seu Amor sinceramente a cada situação desarmônica que ocorra em seu país.

Mas, primeiro você deveria se equilibrar e sentir a energia Divina entrar em seu coração.

Sinta o afeto em seu coração.

Você pode sentir o Amor Divino e a harmonia do mundo Divino penetrando em você.

Agora você pode espalhar este Amor e esta harmonia ao redor de todo o seu país e de todo o mundo.

Quando você for de encontro a uma situação desarmônica em sua vida, você deveria sempre reunir este sentimento de Amor que você esteve sentindo em seu coração durante as suas meditações - e enviar este Amor do seu coração a esta situação desarmônica.

Você não pode lutar com a imperfeição do mundo inteiro, mas pode expulsar toda a imperfeição do seu mundo com a ajuda do seu Amor.

Entregue o seu Amor ao Mundo!"



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Tatyana Martynenko nasceu e vive na Rússia, na cidade de Omsk. Ela diz que durante toda a sua vida esteve orando e pedindo a Deus que lhe concedesse uma oportunidade de trabalhar para Ele. Em 2004, ela recebeu uma oportunidade de levar as Palavras dos Mestres às pessoas. Durante os anos de 2005 a 2008, em determinados períodos de tempo, ela esteve recebendo mensagens dos Mestres Ascensionados de um modo especial. Segundo Tatyana, a única coisa que os Mestres querem é difundir o seu Ensinamento através do mundo. Os Mestres dão as suas mensagens com o sentimento de grande Amor. O Amor não tem limites. Não há limites entre os corações das pessoas que vivem em países diferentes, não há limites entre os mundos. Os limites existem somente na consciência das pessoas.

Tradução: Regina Drumond
http://www.luzdegaia.org/