quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Vivendo Felizes Para Sempre - (Abraham Hicks)

Fique feliz! - (Abraham Hicks)

Da argila ao pote - (Tereza Freire)


"Sofremos da síndrome do potinho. Se, ao invés de humanos, nascêssemos como potes de argila dotados de mente, pensaríamos mais ou menos assim: "sou um ínfimo potinho, vulnerável, esquecido numa prateleira qualquer da cozinha, muito inferior aos outros potes que existem na casa".

O que não sabemos é que os demais potes, por maiores e enfeitados que sejam, também se sentem muitas vezes inferiores a outros potes. Também se acham mofados e esquecidos no porão daquela casa onde os donos vivem viajando.

Pensamos que somos um pobre potinho e queremos ser o outro, maior, mais decorado e atraente. Queremos ter a forma do outro, a função do outro, o design do outro. Morremos de medo de cair da prateleira e quebrar. Ou pior, de sermos esquecidos ou jogados fora...

Vivemos com medo porque não sabemos que antes de sermos pote, somos argila. Apenas estamos, transitoriamente, na forma de pote. Como potes, nos sentimos limitados. Mas, se quebrarmos, continuaremos a ser argila. Portanto, não há nada a temer.

O pote está para a argila assim como o corpomente está para o Ser. Por conta da ignorância existencial, confundimos o corpomente, com todas as suas limitações e dificuldades, com o Ser que somos, e acabamos por atribuir ao Ser, que é intrinsecamente ilimtado e pleno, as limitações inerentes ao corpomente.

E não devemos querer ser mais do que argila porque a argila é perfeita em si mesma. Ela é o Todo! Nós já somos as pessoas que queremos ser, perfeitas dentro das nossas imperfeições. Porque o nascimento em si já é um big bang. Já é uma forma perfeita nesta ordem chamada Universo.

Cada dia de nossa vida é um milagre. Cada pensamento, cada palavra, cada gesto, faz parte desta ordem. Faz parte deste Ser. Nosso dharma é agir, disto não podemos fugir. Nosso svadharma é compreender aquilo que é correto fazer na vida, a cada momento.

Mas que seja por escolha e nunca por falta de opção, porque somos importantes demais para vivermos de forma mecânica e sem sentido. É preciso achar o sentido das coisas. Mesmo daquelas que, aparentemente, sejam simples e sem importância.

Não estamos sozinhos nunca porque fazemos parte desta ordem chamada Ishvara. Nascemos por uma complexa combinação de punya e papa, méritos e deméritos. Existe uma razão. Portanto, não precisamos desperdiçar as nossas vidas, ou descartá-las como se elas não tivessem valor.

Elas fazem todo o sentido do mundo. E como somos interligados, como as ondas que fazem parte do mesmo mar, cada gesto importa, e muito. Cada palavra, cada pensamento faz toda a diferença. Tudo o que eu fizer, e ainda o que deixar de fazer, reflete-se na ordem. Portanto, ao invés de lamentar pelo que não temos, devemos nos centrar em apreciar aquilo que temos.

Neste momento, agora, ser feliz agora, sabendo que o que tenho é aquilo que me cabe naquele determinado momento e não precisa ser diferente, já que a ordem é justa e adequada, sempre.

Devemos tirar as amarras, as cordas que fazem com que sejamos como o elefante que pensa que a frágil corda que o segura desde pequeno é capaz de detê-lo quando grande. Ou como a águia que foi criada como galinha e ignorava que seu dharma era voar.

Algo que une os humanos é a procura pela felicidade, pela libertação dos condicionamentos. Por nos livrar desse complexos de potinho, desse sentimento de insignificância, dessa ideia de sermos limitados. De nos livrar de nossas amarras e viver, finalmente, cada dia como uma obra de arte, dando pequenas pinceladas, errando e tentando de novo, descobrindo novos acordes, surfando ondas diferentes, sendo pessoas melhores.

Sendo melhores amigos, pais, filhos, irmãos. Sendo, de fato, um reflexo desta ordem maravilhosa na qual fazemos parte. Somos tão perfeitos como as ondas do mar. Somos completos e plenos como a Natureza. Somos livres como os pássaros e auto-efulgentes como o Sol, que brilha com luz própria. Apenas estávamos esquecidos disso.

Tirando a plenitude da plenitude
Resta apenas plenitude...
Harih Om!"

Jóia-estrela do Leão Azul - (Wagner Borges)



Ele veio num raio de luz e flutuou à minha frente.
Fitou-me com seus olhos brilhantes, e uma onda de serenidade e ternura preencheu todo meu Ser.
Então, ele depositou um pequeno pacote de presente em meu coração.
Eu o agradeci, mas ele me disse, naquela linguagem iniciática do silêncio, de espírito a espírito:

"Todos os presentes vêm de Brahman (1).

Eu só vim entregar o pacote. Agradeça a Ele, que é o Verdadeiro Poder Gerador da Vida".
Envolvido pela ternura dele, eu, homem quarentão nessa vida, velho iogue de outros tempos, novamente tornei-me criança.
Sim, eu virei criança; e ele, um leão, que, com sua sabedoria, serenidade e simplicidade, devorava o meu ego e minhas tolices.
Sob sua ação direta, o meu chacra básico (2) se encheu de luz dourada. Em seguida, um jorro de "luz líquida brilhante" se projetou dele até o centro do meu coração (3). E aí, o pequeno pacote se abriu na luz...
Dentro dele havia uma flor de lótus branca, em botão (4).
Ele riu e me disse: "Abra o presente. Está dentro da flor. Pense em Jesus, Krishna e Babaji. E agradeça a eles, por tudo".
Concentrei-me suavemente na flor e abri suas pétalas. Bem no meio dela havia uma esfera de luz dourada. Por dentro dela, outra esfera, azul opalina. E, no centro dela, uma estrela prânica (5).
Maravilhado, percebi que outras consciências extrafísicas também estavam ligadas no lance, algures, em outros planos, na mesma sintonia de amor.
Eu, a criança, estava recebendo um presente do Alto, pelas mãos do Leão Azul (6).
À minha frente, ele novamente fitou-me, e me disse: "Pense em Ganesha (7). Agradeça, por tudo!"
Então, do centro da estrela prânica emergiu uma pequena jóia (como uma pérola, só que transparente). E eu, velho iogue, espiritualista escolado por vários anos de trabalho e incontáveis experiências parapsíquicas, tornei-me criança de vez, embalado por um Grande Amor.
Do centro da estrela, a pequena jóia se desprendeu e ascendeu por dentro, pela parte superior do meu corpo, até chegar ao meio do alto da cabeça (8).
E ali, no centro das mil pétalas, na borda do samadhi (9), eu, criança do Eterno, percebi miríades de consciências espirituais felizes e despertas, saudando-me na luz.
E, de espírito a espírito, elas me disseram: "Continue falando sobre a imortalidade da consciência e os valores espirituais entre os homens, seus irmãos de jornada.
Seja você mesmo, sem máscaras, simples e criativo, sempre melhorando e aprendendo...
Cumpra sua jornada, com dignidade, simpatia e alegria.
Faça o bem, sem olhar a quem.
Só Deus é que sabe o tempo certo de cada coisa.
Só Ele é que conhece o valor real de cada Ser.
Agradeça a Ele, por tudo!
Ele é o Poder, a Glória e a Sabedoria.
O seu tempo de vida é d'Ele.
Então, entregue os frutos de seu trabalho a Ele.
Ele, o seu Grande Amor, que conhece o seu coração.
Ele, o Senhor de todos os presentes".

No centro da luz, eu vi a pequena jóia se derreter no centro do alto de minha cabeça, e se fundir em mim.
E, agora, um pedacinho do Céu está comigo.
Eu, velho iogue, mais criança do que nunca, nas asas de um Grande Amor, que não se explica, só se sente...

P.S.: Enquanto isso, o Leão Azul continua me dizendo, no centro do coração: "Agradecimento é sabedoria. É graça.

Continue agradecendo, por tudo, sempre..."


1. Brahman - do sânscrito - O Supremo, O Grande Arquiteto Do Universo, Deus, O Amor Maior Que Gera a Vida. Na verdade, O Supremo não é homem ou mulher, mas pura consciência além de toda forma. Por isso, tanto faz chamá-Lo de Pai Celestial ou de Mãe Divina. Ele é Pai-Mãe de todos.

2. Chacra Básico - é o centro de força situado na área da base da coluna. É o responsável pela absorção da energia telúrica e pelo estímulo direto da energia no corpo e na circulação do sangue. Está ligado às glândulas supra-renais e tem relação direta com os fenômenos bioenergéticos e parapsíquicos oriundos da ativação da kundalini. O seu nome em sânscrito é "Muladhara", a base e fundamento do corpo.
Obs.: Chacras - do sânscrito - são os centros de força situados no corpo energético e que têm como função principal a absorção de energia - prana, chi - do meio ambiente para o interior do campo energético e do corpo físico. Além disso, servem de ponte energética entre o corpo espiritual e o corpo físico.
Os principais chacras são sete - que estão conectados com as sete glândulas que compõem o sistema endócrino: coronário, frontal, laríngeo, cardíaco, umbilical, sexual e básico.

3. Chacra Cardíaco - é o centro de força responsável pela energização do sistema cardiorrespiratório. É considerado o canal de movimentação dos sentimentos. Por isso é o chacra mais afetado pelo desequilíbrio emocional. Bem desenvolvido, torna-se um canal de amor para o trabalho de assistência espiritual. Está ligado à glândula timo. O seu nome em sânscrito é "Anahata", o inviolável, o invicto, o som sutil do espírito imperecível.

4. No Oriente, o lótus simboliza a abertura espiritual. Por isso, os chacras são chamados simbolicamente de lótus espirituais.

5. Estrela Prânica: técnica iogue de concentração no olho espiritual. Consiste na visualização de uma estrela energética dentro de um círculo azul, que por sua vez, está situado dentro de outro círculo amarelo dourado. Isso é visualizado no ponto energético entre as sobrancelhas (próximo ao ajna chacra - chacra frontal). Essa técnica foi ensinada por Krishna a Arjuna e também é ensinada pelo sábio espiritual Vyasa.
A estrela prânica também pode ser visualizada em qualquer um dos chacras principais, com destaque para o chacra cardíaco. Eis um trecho de seus escritos inspirados, em que ele revela a estrela prânica no centro do coração: "Digo tudo isso para que compreendais, não só com a mente, mas também no espírito. A mente pesa e mede, mas é o espírito que atinge o coração da vida e abraça o segredo; e a semente do espírito é imortal.O vento pode soprar e, então, aquietar-se, e o mar erguer-se e então acalmar-se, mas o coração da vida é uma esfera quieta e serena, e a estrela que ali brilha está fixada para sempre". (Trecho extraído do inspirado livro "Jesus - O Filho do Homem" - de Khalil Gibran - página 118 - Editora Martin Claret.)
Obs.: Khalil Gibran (1883-1931) - ensaísta filosófico, romancista, poeta e pintor americano de origem libanesa, Gibran - cujo nome completo em árabe era Jubran Khalil Jubran - produziu uma obra literária marcada pelo misticismo oriental, que alcançou popularidade em todo o mundo. Suas obras mais conhecidas são: "O Profeta" e "Jesus - O Filho do Homem".

6. Leão Azul é uma forma carinhosa de chamar Sry Yuketswar, que foi um dos maiores mestres de Kryia-Yoga da Índia.

7. Ganesha - dentro da cosmogonia hinduísta é o deus com cabeça de elefante, o removedor dos obstáculos, filho de Shiva e Parvati.

8. Chacra Coronário - é o centro de força situado no topo da cabeça, por onde entram as energias celestes. É o chacra responsável pela expansão da consciência e pela captação das idéias elevadas. É também chamado de chacra da coroa. Em sânscrito o seu nome é "Sahashara", o lótus das mil pétalas. Está ligado à glândula pineal.
Obs.: A pineal é a glândula mais alta do sistema endócrino, situada bem no centro da cabeça, logo abaixo dos dois hemisférios cerebrais. Essa glândula está ligada ao chacra coronário, que, por sua vez, se abre no topo da cabeça, mas tem a sua raiz energética situada dentro dela. Devido a essa ligação sutil, a pineal - também chamada de "epífise" - é o ponto de ligação das energias superiores no corpo denso e, por extensão, tem muita importância nos fenômenos anímico-mediúnicos, incluindo nisso as projeções da consciência para fora do corpo físico.

9. Samadhi - do sânscrito - expansão da consciência; consciência cósmica.