quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Como atrair a felicidade para a sua vida - (Gilberto Cabeggi)

"Tudo o que existe em sua vida, existiu um dia em sua mente. Ou ainda, tudo o que você pode conceber, pode realizar. Isso lhe soa familiar?

Com certeza, você já teve uma ou mais experiências que comprovaram isso em sua vida. Basta buscar em sua memória e surgirão situações que se concretizaram em sua vida depois de você tê-las imaginado e desejado intensamente.

Seus pensamentos são a matéria-prima das suas realizações. Você pensa e deseja verdadeiramente e as condições para a realização dos seus desejos surgirão. Então, se você quer ser feliz, sinta-se feliz. Quando você mantém pensamentos felizes, atrai para si a felicidade.

Mas, se tudo é tão simples, por que existem tantas pessoas que se sentem infelizes? Simplesmente porque elas buscam a felicidade nos caminhos errados. Ou melhor, até buscam a felicidade nos caminhos certos, mas com as atitudes erradas. Lamentavelmente, a grande maioria das pessoas, quando questionadas se são felizes, apenas responde “Um pouco”, “Mais ou menos”, “De vez em quando”, “Não sei”, “Às vezes”, “Acho que sim”... Na verdade, poucos se sentem realmente felizes ou têm consciência da felicidade que possuem.

As pessoas acham que a felicidade não é possível e por isso sofrem muito. Por não acreditarem que podem ser felizes, arrastam-se pela vida, sem viver tudo aquilo a que têm direito e se negando a possibilidade de terem um relacionamento amoroso feliz, de serem profissionais realizados, de terem uma família harmoniosa, de gozarem de boa saúde, de serem mental e espiritualmente mais equilibrados. Reclamar só atrapalha. Se você pensa em coisas tristes, isso é tudo o que vai ter. Quando você reclama que não é feliz, ou não admite que o é, a felicidade fica de longe, apenas à espera do momento que você lhe der permissão para entrar em sua vida.

Pense por alguns instantes: quando você se sentiu feliz, o que havia em seus pensamentos? Apenas felicidade, é claro, associada àquela situação que lhe proporcionou aqueles momentos felizes. Não poderia ser diferente. Se você ousou, naqueles momentos felizes, arriscar um pensamento de tristeza, com toda a certeza a felicidade se desfez instantaneamente.

Mas não se assuste! A felicidade é assim tão volátil, mas é totalmente recuperável. Basta você lembrar que a contrapartida dessa situação também é verdadeira. Isto é, se você está triste, lembre de uma situação feliz e automaticamente passará a ser feliz.

Não existem impedimentos se o que você deseja é ser feliz. Apenas aqueles em que você acredita. Então, que tal rever, e até mesmo mudar, suas crenças quanto à felicidade e se candidatar a receber uma boa dose dela do universo? Acredite: a felicidade é para você também.

Mas, além de ter consciência do seu direito a ser feliz, é preciso também que você tome posse da felicidade. E, para ajudá-lo a fazer isso o mais rápido possível, tenho aqui algumas dicas.

Dica número 1: Goste daquilo que você tem. Para ser feliz, é imprescindível que você aprecie as coisas que já estão em sua vida. É importante ter sonhos e metas, sim. Mas não deixe para ser feliz apenas quando realizá-los. O agora é o seu momento de glória. E contém a sua possibilidade real de ser feliz.

Dica número 2: Deixe nas mãos de Deus. Para ser feliz é imprescindível que você tenha fé verdadeira e deixe que o Criador cuide do seu amanhã e da solução das dificuldades ditas “sem solução”. Não se trata de cruzar os braços e esperar que Deus resolva tudo. O que é preciso é entregar nas mãos Dele tudo aquilo que está fora do seu alcance resolver. As preocupações roubam a sua felicidade, por isso são inadequadas. A sua ocupação, amparada na fé, tem o poder de fazê-lo mais feliz.

Dica número 3: Saboreie as coisas boas da vida, apesar das possíveis dificuldades. Para realmente ser feliz é imprescindível que você reserve um espaço em sua vida para apreciar as coisas boas que existem ao seu redor. Se você ficar esperando que as dificuldades acabem para começar a viver feliz, sua vida vai passar sem que você a tenha desfrutado. É preciso que você entenda e aceite que as dificuldades existem e sempre existirão. Mas não são impedimentos para a sua felicidade.

Na verdade, não importa quais sejam os motivos que o levaram a crer na infelicidade. O que realmente tem importância é você saber que sempre é possível reverter essa situação. Que é possível passar a acreditar na felicidade e, como conseqüência, passar a ser mais feliz.

Os obstáculos estão aí para serem superados. E quando você os superar, novos obstáculos surgirão. Afinal, eles fazem parte da sua vida; eles são a própria vida. Superá-los faz parte do seu processo de tornar-se ainda mais capaz de alcançar a felicidade.

Você pode ser feliz. Tudo depende apenas da sua atitude. Tudo começa com o seu sentimento de gratidão pelo que existe de bom em sua vida e pela sua consciência de que tudo, inclusive as coisas que não lhe agradam, são obras suas.

Assuma a responsabilidade perante sua vida e seja grato por todas as oportunidades de crescimento que ela lhe oferece. A gratidão traz consigo o sentimento de satisfação e o torna mais feliz."



Fonte: http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=12222
Gilberto Cabeggi é escritor, autor do livro “Todo Dia É Dia de Ser Feliz”, pela Editora Gente.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A Entrega ... - (Elisabeth Cavalcante; baseado em texto do Osho)

"Entregar-se em confiança aos desígnios da existência, é uma das lições mais importantes que temos a aprender, em nossa jornada em direção ao autoconhecimento.


E um dos aprendizados mais belos também, pois nos torna ligados de forma indissociável ao mistério da vida, aquela dimensão sobre a qual não temos qualquer controle.

Mas, para isto, precisamos desenvolver uma fé inabalável e uma atenção permanente aos sinais que a vida nos envia. Sem isto certamente nos enredaremos nos artifícios e nas ilusões criados pela mente, e perderemos a chance de experimentar o melhor da vida.

Todas as vezes em que nos sentirmos perdidos, à procura de uma resposta para nossos problemas cotidianos, precisamos aprender a relaxar, permanecer em silêncio, à espera de que as respostas surjam de algum lugar.

E elas sempre surgem para aqueles que confiam, ainda que não seja no tempo desejado pelo ego. A impaciência e a ansiedade são os maiores inimigos da entrega, pois nos impedem de aguardar serenamente pelas respostas que desejamos.

Não por acaso a meditação é algo quase impossível para pessoas ansiosas. Muitas buscam nesta prática um antídoto para sua ansiedade, mas o primeiro passo que precisam aprender é permanecer em silêncio, sem qualquer expectativa. A ação neste caso se torna inútil e o maior obstáculo para que possam perceber as respostas que a intuição lhes envia.

Entregar-se significa desarmar todas as defesas e deixar que uma nova dimensão se abra para nós, aquela em que as palavras, assim como as ações, se tornam dispensáveis. É no silêncio que nossa verdadeira essência se revela."






"Existem coisas que só acontecem, que não podem ser feitas. O fazer diz respeito a coisas muito banais, mundanas. Você pode fazer alguma coisa para ganhar dinheiro; pode fazer alguma coisa para ser poderoso, pode fazer alguma coisa para ter prestígio; mas não pode fazer nada quando o assunto é amor, gratidão, silêncio.

É importante entender que o "fazer" significa o mundo, e o não fazer significa aquilo que está além deste mundo - onde as coisas acontecem, onde só a maré o arrasta para a praia. Se você nadar, a coisa não acontece. Se você fizer algo, estará na verdade cooperando para que ela não aconteça; porque todo fazer é mundano.

Muito poucas pessoas chegam a conhecer o segredo do não fazer e a deixar que as coisas aconteçam. Se você almeja grandes coisas - coisas que estão além do pequeno alcance das mãos humanas, da mente humana, das capacidades humanas -, então você terá que aprender a arte do não fazer. Eu a chamo de meditação.

....E a meditação significa basicamente o início do não fazer, relaxar, seguir a maré - ser apenas uma folha na brisa, ou uma nuvem se movendo no céu.

....Lao-Tsé chegou à iluminação sentado sob uma árvore. Uma folha tinha acabado de cair; era outono e não havia pressa; a folha voava ao sabor do vento, devagar. Ele observou a folha. A folha foi caindo até chegar ao chão, e enquanto observava a folha caindo e pousando no chão, de algum modo ele também foi se aquietando. Desse momento em diante, ele se tornou um não fazedor.

.... Todo o ensinamento de Lao-Tsé se assemelhava ao do rio: siga a corrente seja para onde ela for, não nade. Mas a mente sempre quer fazer alguma coisa, porque desse modo o crédito vai para o ego. Se você simplesmente seguir a maré, o crédito vai para a maré, não para você. Se você nadar, você pode ter um ego maior: "Eu consegui atravessar o canal da Mancha!"

Mas a existência o dá à luz, lhe dá a vida, lhe dá amor; lhe dá tudo o que é precioso, tudo o que não pode ser comprado com dinheiro. Só aqueles que estão prontos para dar todo o crédito pela sua vida à existência percebem a beleza e as bênçãos do não fazer.

....É uma questão de ausentar-se como ego, de deixar as coisas acontecerem. Entregue - essa palavra contém toda a experiência.

.....Criamos uma sociedade que acredita somente no "fazer", enquanto a parte espiritual do nosso ser morre à míngua porque precisa de algo que não se faz, mas acontece.

.... nós damos um jeito em tudo, transformamos tudo num "fazer" e o resultado final é que aos poucos a hipocrisia se torna uma característica nossa. Nós nos esquecemos completamente que se trata de hipocrisia.

E na mente, no ser de uma pessoa que é hipócrita, qualquer coisa do mundo do não fazer é impossível. Você pode continuar fazendo mais e mais; você se tornará quase um robô.

Portanto, sempre que você passar, subitamente, por uma experiência de acontecer, encare-a como uma dádiva da existência e faça desse momento o arauto de um novo estilo de vida.

Simplesmente reserve alguns momentos das 24 horas do dia, quando não estiver fazendo nada, simplesmente deixe que a existência faça algo a você. E as janelas começarão a se abrir para você, janelas que o ligarão com o universal, o imortal". (OSHO)

sábado, 20 de novembro de 2010

Mantras e Sons Vocálicos - (Luis Fabio Miranda, FRC)

"Encontramos certa confusão entre os termos Mantras e Sons Vocálicos - e com frequência uma simplificação ao apresentá-los ao iniciante como sinônimos - mas veremos que também é muito fácil diferenciá-los, principalmente através da forma de aplicação e dos seus objetivos específicos.


Ambos - Mantras e Sons Vocálicos - são ferramentas onde a base é o som. Muito já se falou sobre o poder do som. Várias tradições - inclusive indígenas - afirmam que ele é um elemento tão importante que estaria ligado à formação do mundo. Até mesmo a ciência refere-se a um "Big Bang", na origem ao Universo. Mas, afinal, o que é o som?

Para o ser humano, som é uma vibração aproximadamente entre 20 e 20.000 ciclos por segundo (medida também chamada de "hertz", cuja abreviação é Hz), propagando­se da fonte que o produz até estimular o tímpano, que transmite a informação ao cérebro, onde ela é interpretada. Outros animais têm faixas diferentes de percepção; no caso dos cães, por exemplo, eles conse­guem ouvir vibrações de até 100.000 Hz e assim podem ser chamados através de apitos inaudíveis para as pessoas. Além disso, há muitas espécies em que as orelhas se movem, ampliando a sua área de alcance. Nos morce­gos, elas captam o retorno das ondas que eles próprios emitem, permitindo o seu deslocamento preciso e alimentação, mesmo na total ausência de luz. Assim, genericamente podemos definir som como uma faixa vibratória que afeta de certa forma tanto a matéria quanto os seres vivos, vegetais, animais e o Homem.



O poder do som em nossas vidas

Todos sabemos muito bem o quanto somos influenciados pelo som, seja por aqueles bruscos, que nos alertam e mesmo protegem - como um estampido, uma buzina, um grito - ou pelos suaves e harmoniosos, que conseguem alterar até o nosso estado de espírito - como um riacho, um acorde, um canto. Especialmente a música, pode mudar nossa disposição, exaltando-nos, entriste­cendo-nos e mesmo nos emocionando até provocar lágrimas.

O som inclusive nos facilitou construir a linguagem, para estabelecer uma comunicação sofisticada com nossos semelhantes, num patamar incrivelmente superior aos demais seres vivos, sem a qual a civilização não teria tido as mesmas condições de surgir e se desenvolver tanto. A ciência avalia que o Homem, fisicamente, já possuía as caracterís­ticas atuais há mais de cem mil anos. A constituição do corpo e do cérebro não teriam mudado significativamente desde então. A civilização, porém, é bem mais recente; ela apareceu há cerca de dez mil anos, depois da estruturação da linguagem, que permitiu a transmissão do conheci­mento, de geração a geração e de povo a povo. Quando a linguagem ganhou a forma escrita, houve um avanço ainda maior, com a fixação do conhecimento e sua transmissão através do tempo e do espaço. Todo este processo culminou no mundo atual, onde minúsculos chips eletrônicos armazenam bibliotecas inteiras e pesquisadores comuni­cam-se instantaneamente, mesmo vivendo em países ou continentes muito distantes, podendo realizar trabalhos em conjunto ou complementares, evitando duplicidades e colaborando para o crescimento exponencial do conhecimento humano.

Mas, voltando ao som: a Tradição ensina que certas combinações sonoras são parti­cularmente eficazes no campo psíquico para atingir objetivos específicos, como o estado meditativo ou os patamares mais elevados da consciência. Aplica-se também aqui o fenômeno conhecido como ressonância, onde uma determinada vibração entra em harmo­nia com níveis de oitavas superiores, fora do alcance de qualquer ouvido.


Símbolo do OM,
considerado o Mantra
do qual se originaram
todos os outros.


Com relação aos sons da Tradição, podemos então analisar e comparar oriente e ocidente:

O termo "MANTRA" é original do sânscríto, combinando MAN (pensar) com TRA (instrumento). Mantras são sons, sílabas, palavras, frases ou mesmo textos, mais conhecidos como ferramentas para a meditação. São utilizados através da entoa­ção, mas podem ser também murmurados, mentalizados, copiados em papel, sempre com a mesma finalidade. Conforme o caso, a vocalização dos Mantras pode ser acompanhada por instrumentos musicais ou mesmo palmas. O resultado é semelhante ao de certas práticas ocidentais de orar até a exaustão: a repetição de sons, palavras e frases, após minutos e mesmo horas, induz determinado estado mental devido à mono­tonia, uma vez que um ato simples e contí­nuo provoca certa anestesia ou indiferença ao próprio ato, como já cientificamente provado. O objetivo de tal prática é suprimir a instabi­lidade da consciência e assim atingir a condição em que a mente está pura, vazia: consciente, mas não-reativa. E o que chama­mos "estado neurofisiológico da meditação". Mas há Mantras para induzir outras condi­ções como: relaxamento, sono profundo, concentração, alegria, exaltação, e ainda aqueles destinados a criar, proteger, energizar, purificar e até mesmo curar. Estima-se que esta prática tenha surgido há alguns milhares de anos, entre o povo do vale do Rio Indo, região noroeste da índia. Mas talvez não seja originária dali, porém tenha sido levada para a região por outra civilização mais antiga. Provavelmente, em tempos ancestrais, os Mantras constituíssem fórmulas mágicas, com a finalidade de afastar certas forças ou eventos e atrair aquilo que era desejado.

Quanto ao tamanho ou extensão, há dois tipos de Mantras: o primeiro é aquele simples, curto, até mesmo monossilábico, chamado BIJA (semente). Como exemplo, podemos citar o "OM", de suma importância, uma vez que ele é considerado "a palavra das palavras", "o passado, o presente e o futuro", ` o mundo inteiro, com tudo o que existe ou que venha a existir", "o Mantra original, do qual se originaram todos os outros". Há um poema antigo que diz:

OM é o arco
a ALMA é a seta
BRAHMA é o alvo
cumpre feri-lo
constantemente

O segundo tipo de Mantra é o complexo, longo, como frases ou textos védicos recita­dos em seu idioma original, o sânscrito.

Quanto aos efeitos, os Mantras podem ser JAPA (repetição) - para introspecção - ou KIRTAN (cântico) - para extroversão, festivos. A chamada "Meditação Trans­cendental", criada por Maharíshi Mahesh Yogi, que ficou conhecido mundialmente como o guru do grupo The Beatles nos anos 60 do século XX, baseia-se na repetição de um Mantra específico, pessoal, indicado por um professor e supostamente o mais ade­quado àquele que o utiliza.

Para os leitores que desejarem se apro­fundar no estudo dos Mantras, a Diffusion Rosicrucienne, da França (www.drc.fr), oferece um livro escrito por Thierry Guinot: "L;Univers des Mantras" (0 Universo dos Mantras), ainda não traduzido para o português. Embora possua 576 páginas, e pareça um tratado, com muitas ilustrações e diagramas, o livro propõe-se a ser apenas um resumo da vastíssima bibliografia existente sobre o assunto, principalmente no oriente. Muito didático, apresenta o conhecimento passo a passo, desde o conceito da "Palavra Perdida" - tão familiar aos estudantes de Misticismo - até a análise da origem, estrutura, tipos e aplica­ções dos Mantras. 0 texto vai além do princípio científico de que "o som é produ­to de vibrações", afirmando que o som existe por si mesmo, associado a cada fase dos mundos físico, psíquico e espiritual, sendo percebido desta forma direta por aqueles que desenvolveram tal capacidade. Assim sendo, as vibrações que ouvimos seriam apenas a liberação, em oitavas ressonantes inferiores, do que já pre-existe, podendo então ser captado pelo sentido mais grosseiro da audição. Em trechos muito místicos e mesmo poéticos, o autor faz comparações, mostrando o quanto a palavra é poderosa, seja quando é logos, que descende e cria, seja quando é prece, que ascende e reintegra.


Sons Vocálicos

Os Rosacruzes não utilizam Mantras em seus exercícios e experimentos, mas sim Sons Vocálicos. A Grande Loja de Língua Portuguesa disponibiliza um CD, que pode ser adquirido inclusive por não-Membros, com as entoações praticadas pelos estu­dantes da Ordem, gravadas na Câmara do Rei da Grande Pirâmide do Egito. Utili­zando tais sons, é possível observar de imediato que eles produzem uma sensação geral de bem-estar, pois todos são bené­ficos; alguns acalmam, tranquilizam, e outros tonificam, elevam a vitalidade.

Som Vocálico, ao contrário do que muitos pensam, não se refere à voz, como pode ser constatado através da consulta a um dicio­nário, mas sim às vogais, ou seja, aquilo que as pessoas em geral conhecem como A, E, I, 0, U, mas que os linguistas desmembram, em cada idioma, para uma análise detalhada, não necessária a este nosso estudo. Em inglês, fica ainda mais clara a exata signifi­cação da expressão e o fato de não se referir à voz: vowel sound (som de vogal) e não vocal sound (som vocal).

Desta forma, qualquer som que inclua pelo menos uma vogal seria um "som vocálico". Na verdade, quando não se utilizam as vogais costuma-se dizer que não temos "som", mas "ruído". Através do estudo e da experimentação, ao longo de sua história milenar, os Rosacruzes encon­traram doze Sons Vocálicos que estimulam os doze Centros Psíquicos do corpo. Para um perfeito entendimento do que são os Centros Psíquicos - e sua diferenciação dos chamados "Chacras" - sugerimos a leitura do artigo já citado no início deste trabalho. Os Sons Vocálicos Rosacruzes são os seguintes: OM, AUM, RA, MA, THO, EHM, EH, KHEI, MEH, EHR, MAR e THA. Cada um deles é entoado em nota musical apropriada. Existem mínimas variações sobre os doze sons e também há algumas combinações que podem ser feitas entre eles, gerando um tipo de cântico, como fica claro na audição do citado CD, que enfatiza a visualização para um melhor aproveitamento da sua prática.

Assim, a primeira diferença entre Mantras e Sons Vocálicos está em sua quantidade: há um número imenso de Mantras, porém existe um conjunto pequeno, bem definido, de Sons Vocálicos Rosacruzes.

Alguns estudantes da Ordem confun­dem Mantras com Sons Vocálicos princi­palmente porque o Mantra "OM" é usado pelos Rosacruzes como Som Vocálico. Porém, mesmo quando se utiliza o mesmo som, no caso, o "OM", a aplicação e o objetivo são muito diferentes.

Vejamos primeiro a diferença com relação à aplicação: o Mantra é repetido por minutos ou mesmo horas. Os praticantes utilizam inclusive o "japa mala" ("cordão de repetição", chamado também "rosário indiano"), um colar com 108 pedras, para acompanhar as séries que fazem. 0 Som Vocálico é entoado geralmente apenas três vezes (em alguns casos específicos, um pouco mais, mas em geral não chegando a dez repetições).

Com relação ao objetivo, como vimos, a função dos Mantras é conduzir um estado profundo de meditação, pelo fenômeno da monotonia, ou - no caso de um Kirtan - euforia, com base no mesmo principio. Outros Mantras têm outra finalidade: relaxamento, sono, concentração, alegria, exaltação, criação, proteção, energização, purificação, cura... Os Sons Vocálicos Rosacruzes são utilizados principalmente para estimular e desenvolver gradativamente e de forma segura os Centros Psíquicos, provocando certos efeitos desejados pelo estudante, ao longo do tempo, como a ampliação ou expansão da consciência, maior equilíbrio, paz, saúde e felicidade.

Este é mais um dos fascinantes assun­tos que fazem parte dos Ensinamentos Rosacruzes.


Autor: LUIS FABIO MIRANDA, FRC
Fonte: Revista – O Rosacruz

O rio e o oceano - (Osho)

"Diz-se que, mesmo antes de um rio

cair no oceano, ele treme de medo.
Olha para trás, para toda a jornada:
os cumes, as montanhas,
o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados,
e vê a sua frente um oceano tão vasto
que entrar nele nada mais é
do que desaparecer para sempre.

Mas não há outra maneira.
O rio não pode voltar.
Ninguém pode voltar.
Voltar é impossível na existência.
Você pode apenas ir em frente.

O rio precisa se arriscar e entrar no oceano.
E somente quando ele entra no oceano
é que o medo desaparece,
porque apenas então o rio saberá que
não se trata de desaparecer no oceano.
Mas tornar-se oceano.
Por um lado é desaparecimento
e por outro lado é renascimento.

Assim somos nós.
Voltar é impossível na existência.
Você pode ir em frente e se arriscar .
Coragem!"

Palavras de sabedoria - O nome SAI - (Sathya Sai Baba)

O nome SAI


Numa de suas temporadas em Brindavan, seu segundo ashram, Sathya Sai Baba falou sobre si mesmo, em 19 de junho de 1974, explicando o significado de seu nome:

Ao redor de um guia espiritual, naturalmente se reúnem aqueles que querem obter experiência e conhecimento - este local, onde habitam o guia e os aspirantes, denomina-se ashram, na Índia. "Deus é inescrutável. Ele não pode ser percebido no mundo objetivo externo; Ele está no coração de cada ser. Pedras preciosas devem ser procuradas nas profundezas do solo; elas não flutuam em pleno ar. Procure Deus nas profundezas de si mesmo, e não na tentadora e caleidoscópica Natureza. O corpo é concedido a você para este elevado propósito; mas, você está atualmente fazendo um uso impróprio dele, como a pessoa que cozinhava sua comida diária na vasilha de ouro cravejada de jóias que chegou a suas mãos como relíquia de família.

O homem exalta Deus como onipresente, onisciente e onipotente, mas, ele ignora Sua Presença nele mesmo! É claro, muitos se aventuram a descrever os atributos de Deus e O proclamam como sendo assim e assado; mas, esses atributos são somente suas próprias suposições e os reflexos de suas predileções e preferências.

Quem pode afirmar que Deus é isso ou aquilo? Quem pode afirmar que Deus não é tal forma ou possuidor de tal atributo? Cada um pode adquirir da vasta extensão do oceano somente o quanto pode ser contido no vasilhame que levar até a praia. A partir dessa quantidade, pode-se conhecer um pouquinho daquela imensidão. Cada religião define Deus dentro dos limites que demarca e então alega conhecê-Lo todo. Como os sete cegos que falavam do elefante como um pilar, um abanador, uma corda ou um muro, porque eles entravam em contato com apenas uma parte e não podiam compreender o animal inteiro, similarmente, as religiões falam de uma parte e afirmam que essa visão é completa e total.

Só há uma religião, a Religião do Amor

Cada religião esquece que Deus é todas as Formas e todos os Nomes, todos os atributos e asserções. A religião da Humanidade é a soma e a substância de todas essas fés parciais; portanto, existe somente uma Religião e essa é a Religião do Amor. Os vários órgãos do elefante que, para os buscadores sem visão da sua verdade, pareceram separados e distintos, foram todos fomentados e ativados por uma única corrente sanguínea; as várias religiões e fés que se sentem separadas e distintas são todas fomentadas por uma única corrente de amor.

O sentido da visão não pode ver a Verdade. Apenas pode fornecer informação falsa e turva. Por exemplo, muitos observam Minhas ações e começam a declarar que Minha natureza é assim e assado. Eles são incapazes de avaliar a santidade, a majestade, e a realidade eterna que Eu Sou. O poder de Sai é ilimitado; manifesta-se eternamente.

Todas as formas de 'poder' residem nas palmas das mãos de Sai.

Mas, aqueles que declaram ter Me entendido, os intelectuais, os Yogis (praticantes de Yoga), os Pandiths (eruditos), os Jnaanis (sábios), todos eles estão conscientes apenas do menos importante, o casual, a manifestação externa de uma parte infinitesimal desse poder: os chamados 'milagres'! Eles não desejaram entrar em contato com a Fonte de todo Poder e toda Sabedoria, que está disponível aqui em Brindavan. Eles estão satisfeitos quando garantem uma chance de exibir seu conhecimento dos livros e alardear sua erudição em Ciência Védica, sem perceber que a Pessoa da qual os Vedas emanaram está entre eles, para seu próprio bem. Em seu orgulho, eles ainda pedem por mais oportunidades! Os Vedas são as Escrituras Sagradas indianas que contém os princípios e a sabedoria do Sanathana Dharma (Religião Eterna Universal), que constitui a raiz e essência de todas as religiões.

'Derrotas' experimentadas pelos Avatares são parte do Lila

"Avatar" significa "Encarnação Divina". Entenda melhor lendo o artigo "O que é Avatar".

É difícil traduzir em poucas palavras o conceito sutil de Lila. O mundo pode ser pensado como "Lila" no sentido de "Jogo Divino". Podemos pensar em "Lila" como "divertimento", "entretenimento" ou "brincadeira" de Deus. Este tem sido o caso, em todas as épocas. As pessoas podem estar muito próximas (fisicamente) do Avatar, mas, vivem suas vidas sem se dar conta de sua fortuna; elas exageram o papel dos milagres, que são tão triviais, quando comparados com Minha glória e majestade, quanto um mosquito é em tamanho e força, comparado ao elefante sobre o qual pousa. Portanto, quando vocês falam sobre esses 'milagres', eu dou risada por dentro, de compaixão, por vocês tão facilmente se permitirem perder a preciosa consciência da Minha Realidade.

Meu poder é incomensurável; Minha verdade é inexplicável, insondável. Eu estou anunciando estas coisas sobre Mim, porque a necessidade surgiu. Mas, o que Eu estou fazendo agora é apenas a dádiva de um 'Cartão de Visitas'! Deixem-me dizer a vocês que declarações enfáticas da Verdade por Avatares foram feitas com tanta clareza e tão inconfundivelmente assim somente por Krishna. Apesar da declaração, vocês vão reparar, na história do próprio Krishna, que Ele submeteu-se a derrotas em Seus esforços e empenhos, em algumas poucas ocasiões; vocês deverão notar ademais que aquelas derrotas também eram parte do drama que Ele havia planejado e que Ele mesmo dirigiu.

Por exemplo, quando muitos Reis suplicaram a Ele que evitasse a guerra com os Kauravas, Ele confessou que Sua Missão na Corte dos Kauravas para assegurar a paz havia 'falhado'! Mas, Ele não havia desejado que tivesse sido bem sucedida! Ele havia decidido que a guerra deveria ser empreendida! Sua Missão tinha a intenção de punir a cobiça e iniqüidade dos Kauravas e de condená-los perante o mundo inteiro.

Krishna foi um Avatar que viveu na Índia há cerca de 5000 anos atrás.

Nome da facção cobiçosa e iníqua que perdeu a guerra contra os virtuosos Pandavas, na batalha em que Krishna ensinou a Bhagavad Gita ao guerreiro Arjuna, guiando-o para a vitória.

'Não anseie de Mim triviais objetos materiais'

Agora, Eu devo dizer a vocês que, durante o advento deste Avatar Sai, não há lugar nem mesmo para tal 'drama' com cenas de fracassos ou derrotas! O que Eu quero, deve acontecer; o que Eu planejo, tem que acontecer. Eu sou Verdade (Sathya); e a Verdade não tem necessidade alguma de hesitar, ou temer, ou curvar-se.

'Querer' é supérfluo para Mim. Minha Graça, pois, está sempre à disposição dos devotos que têm Amor e Fé firmes e constantes. Desde que Eu me movimento livremente entre eles, falando e cantando, até mesmo intelectuais são incapazes de compreender Minha Verdade, Meu Poder, Minha Glória, ou Minha real Missão como Avatar. Eu posso resolver qualquer problema, seja o quão espinhoso for. Eu estou além do alcance da investigação mais intensa e da avaliação mais meticulosa. Somente aqueles que reconheceram Meu Amor e experimentaram esse Amor podem afirmar que vislumbraram Minha Realidade. Assim, o Caminho do Amor é a estrada Real que leva a humanidade a Mim.

Não tentem Me conhecer através dos olhos externos. Quando você vai a um templo e fica diante da Imagem de Deus, você reza de olhos fechados, não é? Por que? Porque você sente que somente o olho interno da Sabedoria pode revelá-Lo a você. Portanto, não anseie de Mim triviais objetos materiais; mas, anseie por Mim, e você será recompensado. Isso não significa que você não deva receber quaisquer objetos que Eu dê, como sinal da Graça oriunda da plenitude do Amor.

Eu devo dizer a vocês por que Eu dou esses anéis, talismãs, rosários, etc. É para sinalizar a ligação entre Mim e aqueles aos quais foram dados. Quando a calamidade cai sobre eles, o artigo vem a Mim num flash e retorna noutro flash, levando de Mim o remédio da Graça da proteção. Essa Graça é disponível para todos que Me chamam através de qualquer Nome ou Forma, e não meramente para aqueles que vestem esses presentes.

O Amor é a ligação que conquista a Graça.

Não existe criatura sem Amor

Considerem o significado do nome, Sai Baba. Sa significa 'Divino'; ai ou ayi significa 'mãe' e Baba significa 'pai'. O Nome indica a Divina Mãe e o Divino Pai, assim como Saamba-shiva, que também significa Mãe e Pai Divinos. Seus pais físicos exibem Amor com uma dose de egoísmo; mas, este 'Mãe e Pai' Sai derrama afeição ou reprimendas, apenas para levá-los rumo à vitória na luta pela auto-realização.

Desse modo, este Sai veio em função de realizar a suprema tarefa de unir a humanidade inteira como uma família através dos laços da irmandade, e de afirmar e iluminar a Realidade Átmica de cada ser para que se revele a Divindade que é a base sobre a qual repousa todo o Cosmos, e de instruir a todos a reconhecer a Herança Divina comum que conecta cada ser humano com cada ser humano, de modo que o ser humano possa soltar a si mesmo do animal, e elevar-se à Divindade que é sua meta. Referente a Atma, a Divindade, que reside em todos os seres e lhes dá vida.

Eu sou a encarnação do Amor; Amor é o Meu instrumento. Não existe criatura sem Amor; a mais inferior ama a si mesma, pelo menos. E este 'si mesmo' é Deus. Então, não existem ateístas, ainda que alguns possam não gostar dEle ou recusá-Lo, assim como doentes de malária não gostam de doces ou diabéticos recusam a ter qualquer coisa a ver com doces! Aqueles que se envaidecem como ateístas irão um dia, quando sua doença tiver passado, saborear Deus e reverenciá-Lo.

Eu tive que dizer a vocês muitas coisas sobre Minha Verdade, porque Eu desejo que vocês gostem de contemplar estas coisas e extraiam alegria delas, de modo que sejam inspirados a observar e cumprir as disciplinas estabelecidas por Mim e progridam em direção à Meta da Auto-realização, a Realização do Sai que brilha em seus corações."


Fonte:  http://www.sathyasai.org.br

Ouvir com o coração - (Sri Prem Baba)

"O trabalho que realizo acontece através do silêncio, e não das palavras. Utilizo as palavras como uma ferramenta - é o meu sacrifício, porque sei que você não pode compreender o silêncio.  Mas, aquilo que tenho para compartilhar só é possível através do silêncio.  Se você se prende às palavras, perde aquilo que estou transmitindo.  E somente se você estiver conectado a mim, através do coração, poderá receber o que estou transmitindo.


Utilizo as palavras com a esperança de que, pouco a pouco, você possa olhar para mim, para o meu interior; para que você possa me perceber verdadeiramente.

Aquilo que está sendo transmitido, o está sendo além da mente.  Se você tenta me entender com a sua mente, perderá algo.  Assim, procure escutar com o coração - apenas ouvir o que estou dizendo não lhe ajudará. As palavras não promoverão transformação. Você tem lido tantos livros e ouvido tantos discursos e continua o mesmo.

O que promove a transformação é o poder que emana do coração. Então, leve o escutar para o plano do sentimento.  Não me ouça como quem assiste a uma aula, mas como quem ouve o vento, o canto dos pássaros, o rio correndo. Essa atitude evoca a presença e o coração, e assim você pode receber, e algo verdadeiramente pode acontecer. Só assim você é possível romper o círculo vicioso do amor imaturo gerado pela sua identificação com a mente.

O amor é a ponte.

Para isso, se faz necessário confiar, de ter um “quê” de fé.  Confiar é escutar com o coração, e não com a sua mente duvidosa, questionadora, julgadora. Não há problemas em querer continuar assim por mais algum tempo. Porém, a transformação só pode ocorrer se você abrir um espaço e se tornar vulnerável.

Se você se relacionar comigo como um aluno, se esforçará para aprender; mas não é certo que isso ocorrerá, porque você está tentando se melhorar, e essa tentativa está no futuro. Eu estou lhe dizendo que a única possibilidade de se melhorar está aqui e agora.

Só quando você abandona as suas tentativas de se melhorar, é que, de fato, melhora. Enquanto estiver agindo como um “aluno tentando melhorar”, nada poderá acontecer de verdade.  Quando você estiver se movendo em minha direção como um amante se dirige na direção de outro amante, algo poderá acontecer.  (risos)

Esse é um mistério da relação guru-discípulo.

Nesses dias, percebi-me apaixonado pelo meu guru, e nesse estado de amor eu bebia cada palavra que Ele me dizia, e pude perceber que as palavras não eram nada perto do que ele me estava transmitindo. Mas foi o amor que sinto por ele que me fez viver essa experiência. Enquanto estava me relacionando como um aluno, estava preso às palavras, tentando acertar e fazer direito; ainda havia uma criança ferida tentando ser importante - esse é um fenômeno que ocorre no plano da mente.

Mas o mistério só é revelado no plano do coração.  A vida não é algo para ser entendido com a cabeça: é um mistério a ser vivenciado e desfrutado.  E o único caminho que permite essa vivência é o caminho do coração. Mas, em algum momento, você se desviou desse caminho e se deixou envenenar pela sua mente. Você deixou o coração de lado.

Assim, a única possibilidade de achar a saída do labirinto da mente é por meio do coração. Não procure entender o que eu digo, apenas sinta o que transmito."

domingo, 14 de novembro de 2010

Desapego, Transitoriedade das coisas e Segurança - (Xamã Alba Maria)

"A Xamam, em seus 25 anos de trabalhos contínuos ,aprendeu a arte de estar com sua guiança e segui-La. Em momentos preciosos senta e partilha o que lhe é revelado. Em um jorro ardente de inspiração, as respostas às inquietas questões que os buscadores lhe apresentam são respondidas de forma tranquila e profunda. Usufrua de alguns desses momentos...








Buscador/a: Eu preciso te escutar falar sobre o desapego.
Alba: Desapegar-se é poder perceber o vazio interior que é preenchido pelo divino. O fazer porque é o tempo do fazer, mas não buscar no ato a perpetuação dele mesmo. Permitir que as forças do Universo dirijam a vida e tudo que nele existe, ser o rio que flui para o oceano que tudo acolhe e tudo sabe. Práticas simples podem ajudar neste aprendizado. O ato de podar uma árvore, ou cozinhar um alimento podem ser práticas extremamente reveladoras. Você pratica o ato e permite que o objeto se libere de você mesma, que a árvore siga o fio dela mesma, que o alimento seja ingerido por todos. Que você dê à luz ao seu/ua filho/a e permita que ele/a se vá. Porque você não é dono/a dele/a, você foi o suave instrumento para que ele/a pudesse vir a este planeta, mas verdadeiramente ele/a é filho/a da Existência. Na Índia eu vejo as pessoas desenharem mandalas nas portas todas as manhãs, e durante o dia as pessoas pisam ali, o vento leva o desenho, mas não importa, no dia seguinte lá estão os/as devotos/as fazendo aquela maravilhosa composição novamente O estado do desapego envolve você se libertar do outro, do olhar do outro, da crítica do outro, quebrar o espelho e tocar em si próprio/a.






Buscador/a: Alba, eu sei que quero mudar, mas quando dou o primeiro passo me bate uma insegurança e eu retorno ao meu conhecido jogo. O que devo fazer?
Alba: Essa é uma tomada de decisão muito séria. Mudar significa se conhecer, trilhar um caminho desconhecido, portanto sem nenhuma “segurança”. Eu nunca compreendi o que as pessoas chamam de segurança, porque a vida não nos oferece nenhuma segurança, Deus/a ou outro nome que se queira dar não assina embaixo do nosso cotidiano. Ele/a não nos diz:” olha, você vai viver com essa pessoa durante tantos anos, você vai viver até o dia tal, etc.etc.” Teu emprego não te dá segurança, pois o que é hoje, amanhã não é mais. Sendo assim, o que nos cega a ponto de estarmos sempre em busca de uma pseudo segurança? Será que é tão difícil para nós percebermos que estamos aqui, no planeta Terra como simples passageiros? Que por termos pernas e não raízes como árvores devemos sempre mudar, cambiar de valores, de espaços e de relacionamentos? Somos crianças brincando em um jardim de Deus/a e nos travestimos de adultos cheios de humores, mas sem nenhuma consistência espiritual. Confundimos tudo e podemos perceber isto em determinadas reuniões onde ser sério, sisudo, mal humorado é sinal de sensatez, de confiabilidade. Mas quem nos assegura que aquela seriedade, aquela sisudez não é sinal de doença, de uma prisão de ventre, de um sexo mal resolvido? Estacionamos na fase infantil emocional e espiritual, buscando um pai e uma mãe que nos assegure, que nos proteja dos perigos de assinarmos embaixo de nossos atos. Como crianças famintas em busca de super heróis, buscamos fenômenos, milagres, grandes acontecimentos sem termos a percepção de que o herói somos nós, a jornada é absolutamente de nossa inteira responsabilidade. Perdemos a capacidade de brincar, de rir e sonhar, porque estas virtudes ficam destinadas aos loucos e insensatos ou no máximo às crianças. Delegamos o ato de ousar, de gargalhar aos personagens que não levamos a sério. Isto é o que chamo insensatez, insegurança, porque Deus brinca, a vida brinca, a natureza gargalha e explode em festa e luz. Não existe segurança em nada, tudo é mutante, somos mutantes, somos seres em evidente e constante mutação. Imagine que somos energia materializada, nosso corpo é luz em alta densidade, somos átomos em constante e infinito movimento."




Fonte: http://xamaalbamaria.blogspot.com/search?updated-max=2009-07-16T00%3A40%3A00-03%3A00&max-results=8

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Qual é a linguagem do amor?!? - (Rosana Braga)

"Quando estamos vivendo um sentimento importante por alguém, desde um simples flerte, passando por um caso, um namoro, um casamento ou até uma separação... creio que as perguntas que mais nos fazemos são: Como agir? O que falar? Como falar? O que demonstrar e o que esconder? Devo escancarar meu coração ou fingir que nem ligo? Essas perguntas surgem especialmente quando o que sentimos não é correspondido!

Enfim, poderia resumir questões como essas numa única pergunta: qual é a linguagem do amor?

E eu diria que a linguagem do amor é a mais simples e, ao mesmo tempo, a mais complexa que pode existir... porque é a linguagem do coração! Mas cairia, inevitavelmente, num abismo, tão profundo e surpreendente que todas as nossas perguntas encontrariam-se novamente sem respostas prontas, óbvias ou fáceis de serem obtidas!

E isso aconteceria porque o coração de uma pessoa é o que ela tem de mais precioso e, ao mesmo tempo, mais distante... Tal qual um tesouro que Deus nos deu, mas com uma condição: para que possamos usufruir dessa riqueza, muito teremos de nos dedicar e de nos empenhar para desbravar o caminho do coração...

Portanto, diante de questões como as que citei acima, eu começaria dizendo que precisamos ir por partes! Primeiro, conseguindo entender e enxergar que nesse caminho até o coração (onde estão as nossas respostas), vamos colocando muitos obstáculos, milhares dele, sem nos darmos conta...

É como se eu dissesse que nossa mente cria, até como forma de se defender daquilo que não conhece muito bem, alguns inimigos para o coração, como o orgulho, a vaidade e o egoísmo. Esses inimigos agem em nossa mente, criando situações e nos fazendo imaginar pelo outro, tirando conclusões precipitadas e renegando os nossos sentimentos mais genuínos e puros.

Deixamo-nos contaminar por esses inimigos, tomamos atitudes mascaradas e, por fim, nos sentimos absolutamente insatisfeitos e tristes. Obviamente, na maioria das vezes, não percebemos que estamos permitindo essa contaminação... Pelo contrário, consideramos nossos sentimentos contaminados como legítimos e perdemos a essência, o contato com a fonte: o coração!

Devo admitir que diferenciar uma voz da outra é uma tarefa extremamente difícil e requer trabalho para toda a nossa existência. Confundimos essas vozes freqüentemente e fazemos isso porque o coração exige todo o nosso potencial, toda a nossa inteligência, tanto a mental quanto a espiritual e a emocional.

O coração conhece nossa verdadeira força e não aceita menos do que podemos, enquanto a vaidade e a tendência a racionalizar nos satisfazem com atitudes imediatistas, tomadas de emoções equivocadas e parciais, senão injustas e distorcidas.

A vaidade não nos deixa ver o essencial; o orgulho nos revela apenas sentimentos mesquinhos, pequenos e que não nos fazem felizes em hipótese alguma. Traz-nos apenas uma sensação de satisfação momentânea, mas logo depois nos remete ao vazio e à estagnação.

No entanto, quando conseguimos ouvir a voz do coração, sabemos que nossa felicidade não está no que nos fazem ou nos dizem. Está em nossas próprias atitudes, em nossos próprios sentimentos e em nossas próprias intenções.

Certamente escrever tudo isso é infinitamente mais fácil do que praticar, mas é uma questão de consciência, de treino. Como disse anteriormente, conseguir ouvir o coração é tarefa para toda nossa existência e errar hoje não anula nossa chance de acertar amanhã (e vice-versa). Todos nós sentimos raiva, nos deixamos ofender e magoar e isso é absolutamente humano e compreensível.

Talvez, ao ler esse artigo, você fique com a impressão de que não sabe ouvir o seu coração, mas a verdade é que todos nós sabemos e, ao mesmo tempo, não sabemos. Isto é, o coração sempre fala, mas o orgulho também sempre fala. Nós é que vamos, aos poucos, ajustando o som de um e de outro, até que consigamos deixar que o coração fale mais alto.

E isso não significa ser bobo, correr pros braços de quem já não nos quer ou insistir num relacionamento que já acabou... Mas significa parar de tentar encaixar nossas atitudes em regras, como se o amor fosse um jogo, onde um deve ganhar e o outro, perder!

O amor é o mais nobre sentimento que pode existir... E é nesse sentimento, que existe dentro do nosso coração, que devemos nos basear para fazer nossas escolhas, seja para tentar ou para desistir, seja para falar ou calar, mas sempre, sempre nos baseando no que realmente sentimos e não no que queremos fazer com que o outro sinta!"




Texto adaptado do livro Alma Gêmea
Rosana Braga é Escritora, Jornalista e Consultora em Relacionamentos Palestrante e Autora dos livros "Alma Gêmea - Segredos de um Encontro" e "Amor - sem regras para viver", entre outros.
http://www.rosanabraga.com.br/ e Comunidade no Orkut
Fonte: http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=2928