"Ao longo da minha vida sempre tentei entender Deus. Queria descobrir o que estava por trás do sofrimento, e sempre perguntava: por que alguém nasce pobre ou rico, saudável ou doente?
Foi na filosofia espírita, na qual fui criada, que me deparei com as primeiras explicações sobre o karma, e durante um tempo tudo parecia que estava nos seus devidos lugares, mas quando cheguei na adolescência e novos desafios me alcançaram, comecei a questionar esse sistema, porque não parecia correto, afinal, como uma pessoa do bem como eu, teria que pagar por coisas de um passado remoto que nem sabia se de fato existiu?
Parecia tudo muito injusto, e por que afinal iria amar, respeitar um Deus que não perdoa?
Como estava sofrendo, queria um Deus que me acolhesse e, de preferência, que me aliviasse a dor. Sentindo que isso não acontecia, fui vivendo numa profunda inconsciência, cada vez mais distante do amor. Queria receber amor dos parceiros do mundo. Aliás, parecia esquisito querer um Deus que não tinha interesse em me ajudar.
Porém, tudo foi ficando tão negro, tão difícil que voltei a pensar em Deus e pedir perdão, mesmo daquilo que não tinha consciência. Queria ser amada, ser feliz, e sair da escuridão. Estava magoada, com raiva, doente na emoção. Tudo o que conhecia era doloroso e, mesmo tendo lido e estudado livros com uma abordagem menos fatalista sobre a vida espiritual, que falavam de atração dos semelhantes, de poder pessoal, de se perdoar, tudo soava complicado, sem sentido.
Queria comandar a vida para que as respostas fossem do meu jeito. Não queria abrir mão do controle. E foi com estas questões que cheguei à terapia de vidas passadas e acessei memórias bem doloridas, mas cheias de explicações, respostas e aberturas para uma cura.
Aprendi que expandir a consciência faz total diferença, pois resgatamos o poder pessoal quando compreendemos que fomos nós que de forma consciente, ou não, criamos o destino. Quando compreendemos que fizemos alguma coisa muito ruim, que até hoje oferece frutos negativos, podemos mudar, fazer diferente, e ter outros resultados. Esta linha de pensamento me conduziu durante anos e trouxe vitorias. Mas ainda não era suficiente, precisava de mais, mas não sabia o que...
Já tinha aprendido tantas coisas, mas faltava a chave final. O insight chegou quando percebi que nem tudo precisamos compreender no racional, que nem tudo é necessário cuidar, ou limitar ao poder da mente consciente. Entendi que existem muitas coisas que acontecem pela graça divina, e não são frutos de esforço e, sim, do amor. Mas até chegar a este ponto, tinha passado anos me esforçando, estava meio cansada e triste. Tinha que me perdoar, e não sabia.
Foi com o Ho´ponopono que descobri como acessar esta graça divina, perdoando-me por colocar sobre mim mesma tanto peso, e depois tanta vontade de acertar com tantas exigências e esforço. Quando descobri que era responsável pelo meu destino, passei a querer ser perfeita para ser amada e cai numa outra armadilha do ego, o perfeccionismo.
Olhar para mim mesma com amor parecia irresponsável, pois não conseguia entender que não é preciso fazer tudo, nem ser perfeito, para receber amor. Hoje sinto que isso exige apenas humildade e compaixão, pois já que sou um espelho para o mundo à minha volta que seja de luz e amor. Por isso, amigo, sinto que se desejamos atrair amor para nossa vida, precisamos ter compaixão para nós mesmos e para tudo ao nosso redor. Muita luz!"
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