segunda-feira, 10 de maio de 2010

O fantasma do desamor - Maria Silva Orlovas


É impressionante a quantidade de gente que sofre por amor. Parece que o amor é o maior bem que podemos alcançar nessa vida, mas também é o maior sofrimento que uma hora ou outra enfrentamos.

Quem ainda não sofreu por amor, infelizmente, ainda sofrerá. Isso é um fato. E até aí acho normal, porque de uma forma ou de outra sempre passaremos por uma situação de incompreensão afetiva. Pode ser que tenhamos vivido isso na infância ou adolescência, em nossa família, ou com amigos e colegas, ou na vida amorosa com nossos pretendentes e parceiros. O fato é que o desamor nasce da incompreensão. O sentimento de desamor acompanha ou ressoa quando nos sentimos incompreendidos e, infelizmente, muitas vezes somos incompreendidos.

Muitos dos meus clientes acham que o desamor nasceu na infância, quando foram deixados de lado pelos pais, ou quando foram muito cobrados, ou ainda incompreendidos. Algumas pessoas carregam esses sentimentos até a idade madura e não há nada mais triste do que ver um adulto, pai de família, auto-suficiente financeiramente preso a situações da infância. Muito triste mesmo, porque uma pessoa com estes traços acaba maltratando todos os outros que passarem por sua vida, num processo inconsciente de vingança.

Percebo que a maioria das pessoas que sofre por amor quer descontar o desgosto em alguém. Veja, amigo leitor, que se trata de um processo inconsciente. A pessoa não percebe que está fazendo isso, mas quando se apaixona, ou simplesmente começa uma amizade, carrega todo o ranço do desamor consigo. Assim, vem para essa nova história totalmente carente, coloca a nova pessoa na sua vida de forma rápida, sem muito critério, transforma sapos em príncipes e depois desmorona quando descobre quem é o outro.

Embalada no sofrimento não dá tempo ao tempo. Não se permite olhar para ver quem é a pessoa que está chegando em sua vida. Faz julgamentos apressados e cai constantemente na decepção. Tudo isso porque não se sentiu amado, aceito na infância. Será?

Em se tratando de um entendimento mental/emocional/espiritual nada é assim tão linear.

Sempre pergunto para meus clientes o que vem primeiro: o ovo ou a galinha. Espiritualmente, aprendemos que nascemos nos ambientes compatíveis com a nossa vibração (lei da atração). Também sabemos que podemos mudar tudo isso, mas não se trata de um processo mental, porque, afinal todos queremos ser amados, compreendidos, ter saúde, sucesso profissional. O que muda é abrir a mente e o coração.

Como ensina a oração de São Francisco, precisamos amar mais do que esperamos ser amados. E o lindo dessa história é que no momento que amamos de forma ampla, altruísta, fazemos isso porque começamos a compreender melhor o próximo e deixamos de julgar de forma prematura, ou desesperadoramente carente, pois estamos descobrindo que o amor nos faz muito bem, pelo sentimento de oferecer. Assim, naturalmente, vamos nos aproximando de pessoas que também estejam nessa busca de se melhorar, entender e amar.

O passado nos abre para essa compreensão e mostra que a cura do desamor começa em nós.


Fonte: Núcleo de Yoga Shanta - http://www.shanta.com.br/

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