domingo, 30 de agosto de 2009

Verdade - (Satyaprem)



"Agora, dizer o que mais fundo me toca, a verdade,
essa coisa que sua comigo, que dorme comigo, que sonha,
que anda, desanda, poemas escreve, se encanta,
desdobra-se em mil sombras e alimenta
o prazer de se manter feliz e inteiro
quando todos os cacos já não grudam,
quando a palha já era, quando as cartas colapsam,
quando os amigos partiram e queridos se foram,
quando nem mesmo as lágrimas adiantam,
quando nem o riso inebria, quando a sensação de estar
e meramente a materialidade de um casaco sobre os ombros,
quando nem resta esse sentido de pertencer
ou possuir, quando tanto faz tanto fez.
no entanto, sem remorso, tristeza ou saudade
mas um profundo ser no instante eterno do aqui e agora.
verticalmente no eterno instante.
vertiginosamente silencioso, integrado às mais finas freqüências,
sem fim nem começo, transcendental."

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