“E se vós dormísseis? E se, no vosso sonho, fossem para o céu e lá colhessem uma estranha e linda flor? E, se, quando despertásseis, tivésseis a flor na vossa mão? Ah, e então?” – Samuel Taylor Coleridge
Vi o filme “A Origem” na semana passada. Adorei, porque me lembrou, de modo fantástico, as linhas cada vez mais esbatidas da nossa realidade actual e da realidade do sonho. No filme, Leonard Di Caprio interpreta o papel de um “arquitecto sonhador”, cujo trabalho consiste em “inserir” uma ideia no subconsciente de uma pessoa com o objectivo de a influenciar a fazer algo na sua vida de vigília que, de outro modo, não faria. O “arquitecto-sonhador” pode inserir – ou roubar – ideias, criando ou inserindo um espaço de sonho compartilhado. O “sonho” parece tão real que todas as pessoas que trabalham no serviço carregam com eles um totem que lhes dirá se eles estão na realidade do sonho ou na sua realidade habitual. Por exemplo, Di Caprio tem um pião que gira sem cair se ele estiver no mundo dos sonhos.
Enquanto via o filme, eu pensava em algo que os meus guias me dizem o tempo todo “a realidade é o que pensas que é”. No seu nível mais elementar, isto significa que a vossa percepção determina se vós pensais que uma experiência é grande, ou dura, ou transformadora ou abundante ou escassa. Todos nós temos leis mentais e energias emocionais que influenciam a nossa percepção e, é por esse motivo, que duas pessoas nunca estão verdadeiramente a viver na mesma realidade, ainda que estejam a partilhar uma experiência. Num nível mais fisicamente tangível, isto significa exactamente o que diz: a realidade é o que vós pensais que é. A vossa vida hoje é exactamente um instantâneo do que, a um determinado ponto, haveis pensado, sentido e acreditado. A vossa saúde, a vossa conta bancária, casa, relações e trabalho são representações físicas directas que vos mostram realmente, de modo claro, o foco e o sabor dos vossos pensamentos dominantes, sentimentos e crenças. O que é animador, agora, é que todos nós estamos a despertar para a compreensão de que vamos criando à medida que vamos andando! Estamos a criar de maneira consciente em oposição à criação subconsciente.
O que significa isto? Significa que o nosso estado de saúde ou a nossa conta bancária de hoje não têm nada a ver com a forma como as coisas vão estar amanhã – a não ser que o queiramos. Elas são, simplesmente, o resultado daquilo em que vos estivestes predominantemente a focar nas vossas cadeiras de “arquitectos de sonhos”, durante dias, meses e anos até agora. Vós estais vivendo o vosso próprio filme pessoal. Estais a viver e a criar o vosso próprio sonho pessoal. A única razão pela qual nós repetimos as cenas é porque ninguém nos ensinou que não temos que o fazer. Ninguém nos ensinou que somos os argumentistas do nosso próprio filme, que somos os arquitectos do nosso próprio sonho e que podemos projectar a realidade da maneira que nós queremos.
Fomos ensinados que a nossa realidade energética vibratória é o nosso mundo do sonho e que a nossa realidade física é o nosso mundo real, quando o oposto parece ser a verdade. A nossa realidade energética vibratória é mais o nosso mundo real, pois é onde está o nosso verdadeiro poder de criar mentiras. É onde as nossas ferramentas de pensamento, crença e sentimento estão. É aí que estão os nossos problemas de sabotagem e os velhos padrões. Se queremos mudar alguma coisa na nossa vida, temos que entrar nos nossos campos de energia vibratória porque é onde tudo tem origem! A energia é o composto de modelagem(1) do universo. Podeis moldá-la e puxá-la e usá-la da maneira que gostais. Ela aparecerá na vossa vida exactamente da maneira que haveis pensado que ela o fará. A nossa realidade física é simplesmente o resultado do nosso jogo energético.
O nosso eu superior existe predominantemente nos campos de energia vibratória mais altos, assim, para alguém que lê o pensamento, não podemos substituir a maior necessidade da nossa alma para experimentar alguma coisa que não escolheríamos necessariamente, de modo consciente, com o propósito de crescimento, ou não devíamos tentar manifestar alguma coisa que não esteja em sintonia com o nosso autêntico desejo; eu não estou a sugerir que, em conexão com o nosso “arquitecto sonhador”, nos voltemos para as aberrações do controlo do ego. Não recomendo colocar o nosso ego no comando da nossa arquitectura do sonho. Idealmente, nós queremos entrar no nosso papel de “arquitecto sonhador” em alinhamento com o nosso autêntico eu superior. Relembro que o papel de “arquitecto sonhador” é um dom para ser usado com sabedoria. É um indício positivo e animador que milhões de pessoas ao redor do mundo estejam a recordar-se deste dom, porque é um sinal, eu acredito que estamos a entrar, colectivamente, no nível de maturidade exigido para que o usemos de modo consciente e responsável.
Muitas pessoas estão, neste momento, a despertar da ilusão de que o nosso mundo físico é o mundo mais “real” ou o único mundo, e a esfregarem os seus olhos do sono para verem que existe um outro, um mundo maior disponível para eles. Isto, na verdade, pode parecer bastante confuso, chocante e até perturbador ao início. Faz-me lembrar a personagem do Jim Carrey, no programa O Truman, que descobre toda a sua vida inteira tinha sido um grande espectáculo da realidade e, depois de anos a pensar que a vida tinha que ser de uma maneira, descobre que a vida funciona num outro jogo todo com novas regras.
Mesmo aqueles de nós que se sentiram bastante despertos durante muito tempo podem achar difícil deixar ir o aperto da mente sobre a velha realidade, pela insistência do ego de que “Algumas coisas têm que ser justamente difíceis” ou “É preciso dinheiro para viver e eu não posso ganhar dinheiro a fazer o que eu amo”. Como disse Henry Ford, “O que quer que penseis que podeis, ou que penseis que não podeis, estareis sempre certos.”. Vigiai os vossos pensamentos agora mais do que nunca. Alguma vez pensais: “é apenas da maneira que tem que ser” ou existe alguma coisa que penseis que é impossível de alcançar? Tendes um sonho ou um objectivo que continuais a reprimir porque não conseguis imaginar como é que ele pode acontecer? Que tal começardes a imaginá-lo a acontecer? E se decidísseis brincar com esta ideia de serdes o vosso próprio “arquitecto sonhador”? Como seria o vosso sonho? O que sonhais ser? Se pudésseis criar a vossa visão do sonho, o vosso mundo, sem limites, como seria ele?
“Não adianta tentar, disse Alice; não se pode acreditar em coisas impossíveis.”
“Eu ouso dizer-te que não tens muita prática, disse a Rainha. Quando eu tinha a tua idade, fazia-o sempre meia hora por dia. Porque, às vezes, eu acreditava em tantas como seis coisas impossíveis antes do pequeno-almoço.” (Lewis Carroll)
O nosso maior obstáculo é a falta de crença da nossa mente na realidade e na validade do mundo do “sonho” e a falta de crença do nosso ego em qualquer coisa que não possa ver, ouvir, tocar, provar ou cheirar com os seus cinco sentidos. O “mundo do sonho” existe numa vibração mais elevada e, por isso, é óbvio que a mente não pode compreender de maneira lógica nem o ego o pode perceber! É como se alguém com acesso apenas a 5 estações de televisão públicas recusasse rigidamente aceitar que há, literalmente, centenas de outros programas disponíveis para as muitas pessoas ligadas em satélite!
Por vezes, não é a nossa recusa em acreditar que nos impede de nos abrirmos plenamente para a realidade do nosso sonho, é a falta de um quadro de referência – simplesmente nós nunca tivemos esta experiência antes. Tenho visitado muitos clientes ultimamente que deram o salto quântico de casamentos infelizes para o encontro com as suas almas-gémeas, de passarem de empregos infelizes para, de repente, se encontrarem dispensados e livres para finalmente fazerem o que sempre quiseram fazer. Outros recebem convites inesperados para viagens ou doações financeiras. É como se alguém derrubasse os véus e gritasse alegremente “Bem-vindos à Terra dos Conto de Fadas onde todos os sonhos se tornam verdade”! Vinde, vinde, há muito para ver e ainda mais para fazer!”. O que faz a maioria de nós quando isto acontece? Nervosamente, saímos pela cortina, atrevendo-nos apenas a dar uma pequena olhada nesta misteriosa até-agora Terra de Contos de Fadas. Quero dizer, encontrar almas-gémeas e fazer o que amais na vida só acontece nos contos de fadas, e os contos de fadas não são reais, são? Bem, adivinhai? Estão destinados a tornarem-se reais.
A nossa vida de contos de fadas esteve sempre destinada a ser a nossa vida real. Muitos de nós estamos a despertar para esta vida neste momento mas, lutámos por tanto tempo no velho sonho que acabámos por acreditar que ele era a nossa realidade e estamos a achar difícil deixá-lo ir. Ainda por cima, os outros tentam convencer-vos de que estais a sonhar por acreditardes na Terra dos Contos de Fadas, e pedem-vos que acordeis, que entreis na realidade e que volteis para o mundo real, que é na verdade o velho mundo do sonho do qual viestes aqui para acordar!!!
Estou apaixonada para usar o nosso despertar não apenas para as nossas vidas pessoais, mas para ver o nosso despertar pessoal como uma parte integrante de um grande quadro: o despertar de uma nova e mais poderosa Terra e humanidade. Assim, não quero insensivelmente insinuar que no nosso novo mundo não há problemas e que tudo é perfeito e, que de alguma maneira, não teremos mais pessoas a viver na pobreza ou pobres saudáveis, ou que não temos responsabilidades com aqueles que ainda vivem nessa realidade. (Embora esteja bastante segura que, com o tempo, o nosso futuro parecerá cada vez mais equilibrado e maravilhoso para cada vez mais pessoas). De preferência, o nosso mundo recentemente construído é um lugar e um espaço a partir do qual podemos usar a nossa consciência mais conscientemente! Podemos usá-la para lidarmos com os nossos problemas, sejam eles pessoais ou internacionais, de um modo mais harmonioso. Podemos usá-la para ajudar os nossos irmãos e irmãs de uma maneira mais prática, mais útil. Podemos usá-la para interagir com a Terra de uma maneira mais atenciosa. De novo, existe uma grande diferença entre um ser um arquitecto sonhador do vosso ego ou um arquitecto sonhador do vosso autêntico eu superior.
Então, entrai no vosso Eu Arquitecto Sonhador e começai a construir. Os vossos instrumentos são os pensamentos, crenças e sentimentos. O vosso cabo de alimentação é a vossa conexão com a Energia da Fonte, que muito habilidosamente vos fornece um GPS seguro que aparece como a vossa intuição e sincronismo. Os vossos instrumentos cabo de alimentação e GPS conduzir-vos-ão de modo natural para as acções e oportunidades que vos ajudarão a materializar a vossa visão do sonho no plano físico. Edificai com a atitude de que nada é impossível e que tudo é possível. Acontece nos vossos sonhos a toda a hora “Estava sentado num cavalo e ele transformou-se num carro e subitamente eu estava em Paris”. Deste modo, se isso pode acontecer nos vossos sonhos, pode acontecer na vossa vida física, porque, em algum nível de consciência, isso aconteceu!!
Quando a nossa mente e ego pensam que estamos apenas a brincar ou a imaginar ou a sonhar, as defesas baixam. Assim, deixai o vosso jornal e fazei uma brincadeira com isto: “Se a vida fosse um sonho…………...........”. Incluí informação sobre cada área da vossa vida, e alargai-a mesmo ao modo como vedes o vosso grande mundo ideal. Principalmente, incluí as coisas que vos fazem felizes, porque a ferramenta do “sentir-se feliz” é uma das mais poderosas do kit de construção. Diverti-vos!!
1 - Play-Doh é um composto de modelagem usado por crianças para arte e projectos artesanais em casa e na escola. Composto de farinha, água, sal, ácido bórico e óleo de silicone, o produto foi fabricado em Cincinnati , Ohio , E.U.A. como o papel de parede mais limpo em 1930.
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Dana Mrkich 2010. É concedida autorização para partilhar este artigo livremente na condição de ser creditado o nome do autor, e o URL URL www.danamrkich.com seja incluído.
Tradução: Ana Belo – anatbelo@hotmail.com
Fonte: Luz de Gaia
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
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Um comentário:
É incrível como as palavras do texto incorporam em Mim como uma verdade. O que li já senti antes, meditei antes sem saber que havia algo pronto, uma idéia, um pensamento. Me encontrei neste blog, nesta postagem, nesta maneira de pensar a vida. Parabéns e obrigado.
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