sábado, 4 de setembro de 2010
Busca - À Procura da Morada de Deus - (Osho)
"Reúna toda sua coragem e mude tudo. Você continuará existindo, mas de uma forma tão nova que não conseguirá conectá-la com a antiga. Haverá uma descontinuidade. A velha era tão pequena, tão baixa, tão mesquinha, e a nova é tão vasta. A partir de uma gota de orvalho, você tornou-se um oceano. Porém, mesmo a gota de orvalho caindo da folha de lótus treme por um instante, tenta se segurar um pouco mais, porque pode ver o oceano... Uma vez que tiver caído da folha de lótus, estará acabada. Sim, de certa forma não existirá mais, pelo menos não como gota de orvalho. Mas não será uma perda. Terá se tornado oceânica. E todos os outros oceanos são limitados. Apenas o oceano da existência é ilimitado.
Falei muitas vezes sobre um lindo poema de Rabindranath Tagore. O poeta está à procura de Deus durante milhões de vidas. Ele o viu algumas vezes, longe, ao lado de uma estrela, e começou a mover-se nessa direção, mas, quando chegou à estrela, Deus havia se deslocado para outro lugar. Ainda assim continuou a procurar - ele estava realmente determinado a encontrar a morada de Deus - e, para sua grande surpresa, um dia encontrou uma casa em cuja porta estava escrito: "Morada de Deus." Você pode imaginar seu contentamento, seu êxtase. Subiu correndo os degraus e, na hora em que ia bater na porta, sua mão ficou paralisada. Pensou: “Se essa for mesmo a morada de Deus, então estou acabado, minha busca terminou. Me identifiquei com essa busca, não há nada mais que eu conheça. Se a porta abrir e eu estiver diante de Deus, a busca terá terminado. O que farei depois?” Começou a tremer de medo, tirou os sapatos e desceu de volta os magníficos degraus de mármore. Seu medo era de que Deus abrisse a porta, mesmo sem que ele tivesse batido. Depois começou a correr o mais rápido que pôde. Achava que estivera correndo atrás de Deus o mais rápido possível, mas nesse dia correu ainda mais, e nunca olhou para trás. O poema termina assim: “Estou em busca de Deus. Conheço sua morada, então evito passar por perto e procuro em todos os outros lugares. Há uma grande excitação, um grande desafio, e em minha busca continuo a existir. Deus é um perigo – eu seria aniquilado. Mas agora não tenho mais medo nem de Deus, pois sei onde ele mora. Então, deixando sua casa de lado, posso continuar procurando por ele em todo o universo. Lá no fundo sei que não é Deus que busco. Minha busca serve para alimentar meu ego.” Geralmente não se associa Rabindranath Tagore com religião. Mas apenas um homem religioso extremamente experiente poderia ter escrito esse poema. Não é um poema qualquer, ele contém uma grande verdade. Essa é a situação: o êxtase não permite que você exista, você tem que desaparecer. É por isso que você não vê muitas pessoas em êxtase pelo mundo. A infelicidade alimenta seu ego, e é por isso que há tantas pessoas infelizes no mundo. O ponto central e básico é o ego. Para atingir a verdade suprema, você precisa pagar o preço. E o preço nada mais é que se desfazer do ego. Então, quando você encontrar um momento assim, não hesite: desapareça, dançando. Com uma grande risada, desapareça. Com canções em seus lábios, desapareça."
Tarô da Transformação - Osho - Carta Busca
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