quinta-feira, 29 de abril de 2010
Repetição do Mantra ou Meditação Ma-Om? - (Amma)
O mar azul-esverdeado e um lindo entardecer tornou-se o pano de fundo para uma outro satsang acarinhado pela presença da Amma. Ela sentou-se debaixo de um coqueiro na praia, próximo ao prédio de Ayurveda. Depois de uma breve meditação, a Amma respondeu a uma pergunta feita por um brahmachari.
Pergunta: "Qual é a diferença entre a repetição de mantra (Mantra Japa) e a técnica de meditação Ma-Om, como Sadhana (prática espiritual)?"
A Amma respondeu: "Todas estas práticas são para irmos mais a fundo dentro de nós mesmos. Deus e o Guru estão dentro de nós. Mas a mente vê apenas o material e não percebe a verdade. A Amma se lembrou da história de seus dias de escola. Um corvo sedento viu um jarro com água, mas com um nível muito baixo para alcançar a bebida. No desejo de saciar sua sede, o pássaro começou a jogar pedras no recipiente até o nível da água subir para ele poder beber. Por causa da sede, o corvo fez um esforço. Da mesma forma, é preciso colocar esforço para trazer o conhecimento à tona dentro de nós. Através de nosso esforço e com atenção, podemos despertar o conhecimento interior."
"No mundo de hoje, as pessoas fingem que estão dormindo. Não se pode acordá-las. Da mesma maneira, ainda não estamos prontos para acordar. De fato, o discípulo tem de abrir a porta para que o mestre possa entrar ", explicou Amma.
Amma falou: "Nossa mente está sempre nos puxando em todas as direções. Através do Mantra conseguimos concentrar a mente e, com isso, ganhamos energia. Como uma lupa que faz com que os raios do sol possam convergir em um ponto de tal intensidade que o fogo é produzido. Através de práticas espirituais, pode-se economizar muita energia e usar a mesma para fazer o bem para o mundo. Se uma pessoa normal pode ser comparada a uma lâmpada, um Tapasvi (Sadhak avançado) é como um transformador. Ele pode fazer muito bem para o mundo".
Amma se lembrou então de um advogado que tinha o hábito de carregar a caneta enquanto discutia seus casos. Com o clique constante ele era capaz de aliviar a tensão e se concentrar e, assim, ganhava vários processos. Um dia, ele se esqueceu da caneta e a tensão mental tomou conta dele, resultando em um argumento patético e, por fim, a perda do caso. A caneta insignificante foi útil para aliviar suas tensões. Pode parecer irracional, mas ela tinha valor prático. Da mesma forma, as práticas espirituais nos ajudam a aliviar a mente.
"Muitas pessoas falam de Pranayama (exercícios respiratórios) e dizem que o controle da retenção da respiração é bom para a concentração. Se fosse assim, todos os pacientes asmáticos atingiriam a Auto-realização", brincou Amma.
Ela continuou: "Nós precisamos fazer práticas com conhecimento e consciência". A Amma também nos explicou como a meditação Ma-Om foi descoberta. Quando ela era pequena, costumava caminhar pela praia. O fluxo e refluxo das ondas do mar soava como Ma e Om para a Amma. Ma-Om tornou-se como a respiração, contínua e automática. Assim, cada passo na praia era a meditação.
A Amma apontou como estamos vivendo a vida de forma agitada. "As pessoas estão tão impacientes... Eles pulam para conclusões súbitas. A ave estava sentado em um porto e queria ir para o outro lado. Viu um navio e pensou que ele poderia levá-la ao outro lado do porto, então voou para o mastro e pousou sobre ele. O navio começou em seu curso e em algum momento foi parar longe no mar. Enquanto o tempo passava, o pássaro ficou entediado e começou a voar para o norte esperando chegar à terra. Depois de um tempo, se cansou e voltou. Mais tarde, tentou voar para o sul. Teve que voltar, já estava ficando esgotado. A ave então procurou o Oriente e o Ocidente e, não vendo nenhuma terra à vista, teve que voltar para o navio outra vez. Só quando a nau se aproximou do porto de novo, o pássaro conseguiu avistar o continente, e pouco tempo depois chegaram à praia. Se o pássaro tivesse sido paciente, teria permanecido em solo, sem viajar tanto com o navio nem voado para cá e para lá, sem chegar a lugar algum.
A Amma concluiu o satsang, explicando: "Da mesma forma, a verdadeira felicidade já está em nosso interior. Seja firme em sua prática. Pratique regularmente. Quando cresce a consciência, vemos mesclar à realidade essa felicidade dentro de nós".
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