terça-feira, 26 de junho de 2012

Sexo dos anjos e dos homens - (Maria Silvia Orlovas)



"Num momento tão especial como este que vivemos ainda me espanta o preconceito de certas pessoas. Para falar a verdade acho estranho as pessoas se ocuparem da vida umas das outras. Porque ficar olhando o casamento do outro, o caminho afetivo, os parceiros, ou parceiras de alguém. Porque pensar na vida alheia? Quando já é tão difícil a gente se concentrar em arrumar nossa própria vida?
Acho que estamos num tempo que não cabe mais homofobia, não cabe mais julgar as pessoas por quem se ama. Aliás, se amamos alguém parece um bom sinal, pois onde há amor não deveria caber um outro sentimento. Mas devo confessar que a clareza que hoje toma conta do meu pensamento, no que diz respeito a aceitar as pessoas como elas são, não foi sempre assim.

Lembro que nos idos de 1990, eu e mais as milhares de pessoas que estavam no darshan de Sai Baba tivemos uma importante lição sobre não julgar, não olhar as pessoas pelas aparências. Estava com um grupo de brasileiros. Pessoas do bem, gente dedicada à vida espiritual e bem comprometida com a lapidação do caráter. Porém, devo dizer que nos achávamos o máximo, e tínhamos certeza que seriamos recebidos por Sai Baba. Rezávamos todos os dias logo cedo, cantávamos mantras, não comíamos carne, não bebíamos, tentávamos falar o menos possível e manter a aparência calma e tranqüila como deve ser com gente iluminada. Hoje acho graça de tudo o que aconteceu, mas na época a "Lila", jogo divino, foi se formando à nossa volta para trazer uma grande lição. Como tínhamos a esperança de sermos chamados para uma entrevista particular com Swami, como acontecia na época, fomos intensificando nossas obrigações. Então, as mulheres compraram roupas indianas cada vez mais recatadas, os casais nem sequer davam as mãos para caminhar, pessoas faziam votos de silêncio e aumentavam as restrições. Tudo muito respeitoso, organizado e tenso na esperança de sermos recebidos, e no meio de tanto esforço, Sai Baba nos surpreendeu chamando seguidamente para 3 ou 4 entrevistas, dois rapazinhos estranhos, notadamente homossexuais, usando roupas esquisitas e cabelos pintados de roxo e laranja! Enquanto nós, o grupo das pessoas perfeitas, praticantes da espiritualidade mais elevada, nem passou perto da esperada audiência.

Foi naquele momento que todos nós fomos convidados a repensar no que estávamos colocando foco, onde estávamos tentando nos aprimorar?

Hoje entendo que a alma não tem sexo, que já fomos homens e mulheres em vidas passadas, e que o que é realmente importante nessa vida é a nossa conduta, o respeito e, principalmente, o amor.

Perfeição não tem nada a ver com escolhas sexuais, ou caminhos de vida. Cada um de nós tem a sua individualidade, suas histórias, sentimentos, e tendências. Quem somos nós para julgar alguém?

Quem somos nós para dizer para uma outra pessoa como ela deve se portar ou como, ou quem ela deve amar?
Se não se discute o sexo dos anjos, porque discutiremos o sexo das pessoas?
Por que não respeitar o caminho de cada um?

Como ensinam os Mestres, se o amor não for incondicional, então, não é amor!

Pode ser que você tenha suas crenças a esse respeito, pode ser que você também tenha duvidas, o que é natural. Penso que mesmo conhecendo essas e outras histórias o aprendizado é seu, e você é que terá que resolver suas questões, dúvidas e sentimentos a respeito do amor e do seu comportamento. Mas seja como for, na hora de olhar para o outro, lembre-se de que o olhar nasce em você, e que você é o foco do seu mundo, e que ser feliz vem justamente desse olhar mais amoroso que pode brotar do seu coração."


* Maria Silvia Orlovas - é uma forte sensitiva que possui um dom muito especial de ver as vidas passadas das pessoas à sua volta e receber orientações dos seus mentores.
http://somostodosum.ig.com.br/clube/c.asp?id=30997

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