segunda-feira, 7 de junho de 2010

Poema que aconteceu - (Bruna Caram)


"Fui lá e disse:

- Vou fazer um poema pra você!

E ele:

- Vai nada!

E eu:

- Vou sim!

Mas eu não ia nada.

O impulso era a fé.



Até

Que ele sorriu da porta

- Eu sorri de volta -

E ele veio pro beijo.

(Meu Deus!, e que beijo!

Quente, perfumado…)

Depois, o lampejo

Da luz amarela

No sorriso branco

Escancarava, puro,

O escuro da barba

Criando, brilhante,

Amor grande e sem farpa.



O resto do corpo,

Só se aprochegava:

Crescia

Cobria

Coloria a gente!

Somente a beleza

Era nosso presente -

Tão forte e serena,

Que fez-me envolvida:

Nem vi, distraída,

Que ele era o poema…"



"* Confirmo e esclareço desde já que o título foi irresistivelmente furtado do poema de Carlos Drummond de Andrade, o Poema Que Aconteceu. Afinal, caiu como uma luva, além do quê, o poema do mestre trata de um domingo – data em que terminei este aqui. Que Drummond me perdoe o empréstimo póstumo – e a ele, todas as reverências."


Fonte: http://www.brunacaram.com.br/blog/?p=1303

Um comentário:

JB disse...

Nossa,
Até posso sentir!

Valeu!