quarta-feira, 24 de junho de 2009

Onde me procuras? - (Kabir)

"Onde me procuras?
Estou contigo.
Não nas peregrinações ou nos ídolos, tampouco na solidão.
Não nos templos ou mesquitas, tampouco na Caaba ou no Kailash.
Estou contigo, ó homem, estou contigo.
Não nas preces ou na meditação, tampouco no jejum.
Não nos exercícios iogues ou na renúncia,
tampouco na força vital ou no corpo.
Estou contigo, ó homem, estou contigo.
Não no espaço etéreo ou no útero da terra,
tampouco na respiração da respiração.
Procura ardentemente e descobre, em um instante único de busca.
Kabir diz: escuta com atenção! Onde está tua fé, lá estou".



"Um bosque, quantas folhas têm?
Quantas gotas, o Ganges?
Os sábios esgotam seus cérebros.
De Kabir só sai uma palavra.

Em um bote de ferro
carregado de pedras
(e em seus ombros um fardo de veneno):
assim queres alcançar a outra margem.

Estes poemas são
olhos da sabedoria.
Olha em teu coração e os compreenderás.
Graças a estes poemas
as penas deste mundo
poderão ter um fim.

Buscaram e buscaram
por todos os lugares
porém nada.
E seguiram buscando muito mais
sem encontrá-lo.
Ao final, esgotados, se renderam
com a certeza unânime
de que, com efeito, estava "mais além".

Que tu és um santo?
Tu que falas e falas sem parar
atravessando a aqueles que te escutam
com a afiada espada de tua língua?

Ao galho de um sândalo subiu Kabir.
Desde ali grita sem parar
para ensinar a todos o caminho.
E se não fazem caso, ele que pode perder?

As cores geram mais cores
e assim até o infinito.
Para Kabir somente há uma cor.
Responde-me se puderes:
De que cor é um ser vivo?

Não tem forma nem perfil.
Não tem pé nem carne.
No meio desse templo construído
no alto,
vê um homem sem corpo.

Lhes falo da realidade
para ascetas irreais
e, claro, não me creem.
Diz Kabir:
Só um diamante pode
romper outro diamante."

Nenhum comentário: