quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O Buda - (Monja Coen)


"Buda é o ser iluminado. Buda é a pessoa que desperta. Buda é Sabedoria.

Buda é Compaixão. Buda é Xaquiamuni, o príncipe Sidarta Gautama, após uma semana de zazen (sentado só sob uma árvore, como na solitária), tendo passado por todas as tentações dos diabos (dualidades, divisões, ódios, desejos, rancores, aversões), ao ver a estrela da manhã exclama: "Eu e todos os seres da grande Terra simultaneamente nos tornamos o Caminho".

O "eu" são todos os seres da grande Terra. Budas são tantos quanto são os grãos de areia - incontáveis, infinitos.

Assim são Budas. Leves como borboletas, pesados como chumbo. Cada um de nós é manifestação da Terra. A vida de todos os seres da Terra se manifesta em cada um de nós.

Mas é preciso praticar Buda. Falar Buda, pensar Buda e agir Buda. Iluminação. Sabedoria. Compaixão.

Ah! Se pudermos abrir os corações-mente de todos os seres. Se pudermos nos libertar das amarras diabólicas (diabo de dois, de dual, de separar), todos poderemos brincar na Terra Pura.

Budas e mais Budas compartilhando a vida, em plenitude.

Com suficiência de alimentos e de bebidas. Trabalho, diversão, em profusão. Com amor e afinidades. Conflitos resolvidos sem violência, na maior tranqüilidade. Saúde e escolas bem servidas. Mestras ensinando, pajés curando, formando, sem discriminações. A trans-disciplinar-idade. Em cada disciplina o complemento que forma seres humanos livres e capazes.

Capazes de ser Buda. Capazes de permitir que Buda se manifeste livremente em seus corpos e mentes.

Buda que é capaz de compreender todos os seres, todos os pensamentos, todas as emoções, confusões e discernimentos.

Buda que é capaz de transformar sentimentos, emoções, pensamentos, palavras, gestos e ações prejudiciais em benéficos.

Buda líder amoroso, que cuida com ternura.

Buda 1íder rigoroso, que ensina, com firmeza. Mas sem dureza. Sem matar, sem ferir, sem violentar.

Desperte. Buda se aproxima. Abra seu coração e esqueça a rixa, a briga, o desafeto. Desacato passa e não me pega, que meu Ser é mais rápido que um raio. Voa livre no vazio. Vazio repleto de todas as possibilidades.

Escolha. Junto comigo. Escolha a não-violência ativa.

Há tanto a mudar. Bilhões de dólares? Não. Bilhões de pessoas, de seres, dementes. Que não são objetos. São sujeitos. Sujei­tos que não se sujeitam ou não devem se sujeitar aos abusos, injustiças, falta de oportunidade, de comida, de respeito, de acolhida.

Hospital acolhe, hospitalidade recebe com alegria. Bem vindas criaturas de todas as espécies e cores. Cada forma de vida é significativa e importante.

Não destrua Buda. Não mate Buda. Não afogue a verdade que é minha e que é sua: somos um só corpo e uma só vida.

Invoco Buda em você. Invoco Buda em mim. Invoco Buda em todo as direções - norte, sul, leste, oeste, nordeste, sudeste, noroeste, sudoeste, para cima e para baixo. Invoco Buda em todos os tempos - ontem, hoje, amanhã. Invoco todos os Budas.

Desperta, humanidade. Cessa guerras e violências, cessa abusos e maldades.

Unidos, organizados, braço com braço, lado a lado, formaremos uma grande roda, um grande círculo de luminosidade inefável. Protegeremos a Terra, nossa mãe, nossa vida, nossos filhos e filhas com a força da bondade.
Buda é o uno, a unicidade."



Fonte:Livro: Sempre Zen;  Monja Coen.

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