O vegetarianismo tem sido adotado maciçamente pelos praticantes de Yoga desde milênios atrás, por três motivos:
1) o dharma e a ética ambiental,
2) a saúde e
3) o progresso espiritual.
Em relação ao primeiro ponto, vale lembrar o contexto da experiência do George: considera-se comer carne um crime contra a lei universal, porque isso significa participar, mesmo que indiretamente, em atos de crueldade e violência contra o reino animal, mas também contra o meio ambiente, quando somos coniventes com a destruição das florestas para fazer pasto para engordar o gado. Se uma parte da extensão de terra fértil usada atualmente para criar gado fosse utilizada para plantar cereais, o problema da fome no mundo acabaria imediatamente.
Em relação à questão da saúde, está mais do que claro que uma dieta rica em carnes é diretamente responsável por uma interminável série de problemas de saúde, que vão desde a prisão de ventre até o câncer de cólon, desde o mal de Parkinson até o mal da vaca louca, desde a halitose até problemas cardíacos como o enfarte, que, aliás, é a principal causa de mortes no mundo. Se continuarmos de olhos fechados para essas constatações gritantes, continuaremos vivendo mal e morrendo cedo. O Uruguai, por exemplo, país onde o consumo de carne vermelha é maciço, é recordista planetário em mortes por câncer de cólon (em números relativos à população).
Em relação ao último ponto, o progresso espiritual, devo dizer que nem todas as tradições espirituais do Oriente abraçaram o vegetarianismo. O Buddhismo tibetano, por exemplo, não menciona o assunto. Isso acontece por dois motivos. Por um lado, o Tibet é um país íngreme, alto e muito frio, onde não é possível para a maioria da população seguir uma dieta vegetariana. Por outro lado, Buddha não quis colocar nenhuma restrição a seus monges em relação à alimentação para evitar que eles se apegassem a uma dieta ou deixassem de aceitar o alimento que lhes era dado como esmola.
De fato, o próprio Buddha morreu em decorrência de uma intoxicação que adquiriu num jantar onde lhe foi servido porco, que ele não rejeitou pela questão do desapego mencionada acima. Não obstante esses dois motivos, e outros que poderíamos mencionar, o Dalai Lama recomenda aos seguidores do Buddhismo tibetano a dieta vegetariana.
Excetuando-se o Buddhismo, todas as demais tradições ascéticas da Índia são taxativas em relação à dieta vegetariana: hindus, jainistas e parses aderem desde tempos imemoriais ao vegetarianismo como meio para purificarem não apenas seus corpos mas igualmente suas mentes e corações.
Para o yogi consciente, devorar a carne de animais mortos é um ato de barbárie que carrega consigo conseqüências kármicas muito indesejáveis.
Considera-se como regra que, se o alimento foge de você quando você estende sua mão para pegá-lo, você não deve comê-lo. Se estender minha mão para pegar um frango com a intenção de matá-lo para comer, é natural que ele fuja para proteger sua vida. Até mesmo animais com limitações de locomoção como as ostras fugiriam de você se tivessem pernas e sentissem que você está atrás delas para comê-las!
Por outro lado, o reino vegetal parece dar seus alimentos sem demasiado sofrimento. Se estender minha mão em direção a um cajueiro para pegar seus frutos, este generosamente permite que me alimente com eles. A árvore não sofre, o alimento é bom e eu tenho direito de me beneficiar dele. Por causa disso, considera-se que a dieta vegetariana esteja em harmonia com o dharma.
A lista de razões para adotarmos o vegetarianismo não se esgota aqui. Sugiro que o leitor amplie sua pesquisa lendo bons livros sobre o assunto ou pesquisando na internet. Um bom começo é visitar o website da Sociedade Vegetariana Internacional no Brasil: www.vegetarianismo.com.br
Fonte: www.ekadantayoga.com.br/vegetarianismo-e-yoga.html
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