quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Frutos da perseverança - (Teresa Cristina Pascotto)



"O caminho da autotransformação é extremamente belo, porém, é bastante difícil. Para trilhá-lo, há que se ter muita perseverança.

Durante a trajetória, sofremos muitos abalos, passamos por momentos turbulentos, por desconstruções de ilusões, por revisão de valores e princípios, "perdemos nossa identidade", a vida parece perder seu sentido, ficamos desorientados, tudo parece ruir à nossa volta, sentimo-nos perdidos, confusos e angustiados. Atravessamos momentos de "noite escura da alma". Passaremos por isso com dor -que é inevitável -, mas sem sofrimento, porém, se escolhermos fazer esse rito de passagem, com sofrimento, assim será.

Não há transformação verdadeira sem esses abalos. Mudanças reais só ocorrem quando verdadeiramente abandonamos o velho e o falso e partimos em busca daquilo que é REAL. Pisar na realidade, apesar de ser algo maravilhoso, é também doloroso nos primeiros momentos, pois passamos a vida criando e vivendo ilusões e nos aferramos a elas, fizemos das ilusões a nossa "realidade" e não conseguimos acreditar que existe outra realidade que não seja aquela com a qual nos habituamos e aprendemos a lidar.

Muitas vezes, durante o processo de autotransformação que ocorre através da corajosa jornada interior, somos tomados de dúvidas, medos e vontade de desistir. É mais fácil sermos prisioneiros do mundo ilusório a termos que passar por todo o processo de transformação, temos a tendência de questionarmos se estamos no caminho certo, pois o ego quer respostas e mudanças imediatas, se damos alguns passos no processo e o ego não vê mudanças "palpáveis", a primeira coisa que faz é nos trazer dúvidas, fazendo com que desejemos desistir.

A perseverança é o ingrediente fundamental neste processo; sem ela, desistimos facilmente, pois o ego nos seduz com as facilidades e "vantagens" da vida na ilusão. Enquanto estamos na jornada, passando por desconfortos e dores, o ego providencia situações agradáveis e ilusórias que nos encantam e nos seduzem, fazendo com que passemos a sentir a forte diferença entre a angústia dentro do processo e o pseudo-prazer dentro da ilusão. O ego faz o que for preciso para nos tirar da jornada interior, ele só quer que encontremos formas de tornarmos nossa vida mais prazerosa, promovendo ajustes dentro do nosso "velho mundo", ele não quer que aconteçam mudanças reais, que ocorrem quando abandonamos o velho e partimos para o novo. Ele sabe manipular e dominar o velho mundo, por isso, o novo o assusta.

Quanto mais nos aprofundamos em nosso inconsciente e nos tornamos conscientes de nossa realidade interior, e aprendemos a educar e a lidar com nossas forças negativas, na busca pela libertação de nossa essência, mais ameaçado o ego se sente e mais rigidez ele promove, criando recursos e atraindo situações que nos tirem do caminho, para nos levar para fora, para a superfície, tentando nos fazer desistir da jornada, pois sabe que ao resgatarmos nossa essência passaremos a viver a partir da realidade divina, construindo uma vida verdadeiramente nova, onde ele não terá poder sobre nós. Sabemos que o ego entra em "pânico" diante dessa possibilidade.

Nessa profundidade, o ego criará resistências assustadoras, nossos piores medos se erguerão e se lançarão contra nós, na tentativa de nos fazer travar de medo, nos paralisando de forma intensa. Sentimo-nos perdidos e desorientados. Durante a jornada, já havíamos passado por muitas fases de medo e paralisação, também já havíamos nos acostumado a elas e acreditávamos que já sabíamos lidar com essas fases. Assim, acabamos relaxando um pouco, tornando-nos menos atentos ao processo. É nesta hora que o ego aproveita e usa os medos mais terríveis que contemos em nosso inconsciente e somos pegos de surpresa, fazendo com que não consigamos compreender o que está ocorrendo. Tudo o que estava fluindo dentro de nós trava de tal forma, que se manifesta até mesmo em nosso corpo, podendo nos trazer dores musculares e forte pressão na cabeça. Se tentarmos resistir e lutar contra, mais confusos e tensos nos sentiremos. Com certeza, a primeira coisa que vem à nossa mente neste momento é: vou desistir isto nunca dará certo, estou cada vez pior no processo, ao invés de ficar bem! É justamente o que o ego quer.

Diante deste momento, só nos resta uma possibilidade: percebermos essa sabotagem e dinâmica interior e aceitarmos. A aceitação fará com que paremos de lutar e isso promoverá o relaxamento adequado para que possamos pedir ao nosso Eu Superior que nos envie os recursos que temos à nossa disposição para irmos além dessa intensa e terrível barreira do ego. Natural e espontaneamente nos sentiremos mais aliviados e tranqüilos, com uma agradável sensação de que "saberemos o que fazer" sem termos que "pensar" sobre isso. Não será a mente que trará os recursos e possibilidades de mudança, mas nosso coração. Ter a sensação de que saberemos o que fazer é tudo o que precisamos. A partir disto, é só confiar e deixar que o Eu Superior nos guie.

Nesta guiança, ele nos conduzirá fazendo com que passemos pelas "provocações da vida" de forma segura e tranqüila, com consciência e responsabilidade, levando-nos a superar as dificuldades de forma sábia. Passaremos sim, por dificuldades, pois estamos mergulhados na terceira dimensão e somos afetados pelos ventos da dualidade. Mas com a nova consciência que acessamos, saberemos que esse é o verdadeiro processo da vida e não iremos agir como crianças mimadas, reclamando que "somos tão bonzinhos, mas a vida não é boa conosco", e agiremos como sábios que aceitam o curso da vida e esta atitude madura e responsável fará com que caminhemos de forma firme, em qualquer solo ou circunstância.

Firmes e perseverantes na nossa jornada interior, deixando-nos guiar pelo Eu Superior, quando menos esperarmos e sem grandes alardes, perceberemos que já estamos colhendo os frutos da perseverança e iremos saborear esses frutos de forma humilde, silenciosa e reverente, sem precisarmos mostrar ou provar para o mundo o quanto somos capazes, será algo agradável e acolhedor somente ao nosso coração. Não serão aqueles frutos evidentes que o ego deseja, mas frutos sutis e poderosos em sua essência, os frutos da realidade divina. Sentiremo-nos seguros e serenos, sabendo que a jornada continua... e gostaremos disso. É um prazer poderoso em sua suavidade e sutileza, sublime e indescritível em palavras. Experimente!"





* Teresa Cristina Pascotto
- "Atuo através da manifestação de meus dons naturais, sou sensitiva. Desenvolvi um trabalho de Aconselhamento Terapêutico, com metodologia própria. Considero-me uma pesquisadora do insconsciente, sempre em busca de novos conhecimentos sobre realidade oculta na mente humana."
Fonte: http://somostodosum.ig.com.br/clube/c.asp?id=28909

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