Até porque, meu intuito não é relatar a história e sim a essência da mulher; é falar da alma feminina e não dos estereótipos, máscaras e papéis que elas vêm utilizando para garantir seu espaço.
Infelizmente, feridas por regras patriarcais, muitas mulheres saíram do extremo da submissão em busca de seu real valor, mas se perderam. Assim, morrendo de medo de serem engolidas pelas rédeas do passado, insistem em renegar sua alma acolhedora, sua beleza encantadora, seu coração fértil, receptivo...
Neste momento, desejo enaltecer esse doce coração, provocar - no bom sentido - o desabrochar escancarado dessa alma legitimamente romântica, sensível, terna.
Que possamos, hoje, baixar as armas, as defesas e as desconfianças... e simplesmente amar! Porém, não com um amor maquiado, afiado, dolorosamente sociabilizado; proponho um amor autêntico, com direito à sua notável delicadeza, à doçura que há muito foi substituída pelo espírito de competição e comparação equivocada com os homens.
Que deixemos, enfim, de lutar por uma igualdade que mais nos desvaloriza do que enobrece. Que passemos a assumir nossas maravilhosas e caras diferenças e atuemos decididamente a partir de nossa feminilidade essencial, preciosa, sublime. E que façamos isso, sobretudo, no exercício de amar.
Desejo que nós, mulheres, recuperemos nossa capacidade de sedução e envolvimento sem, contudo, termos de agir como os homens. Não somos homens. Não somos melhores nem piores. Somos mulheres, divinamente suas complementares e vice-versa.
Não precisamos de igualdade, apenas de nossa singularidade. Portanto, sugiro que sejamos firmes, justas e produtivas, mas sem nunca renegarmos nossa natureza criadora. E com certeiros atos, que possamos, de fato, conquistar o mundo.
Porém, não falo de uma conquista cujo adversário se chama homem! Não precisamos de adversários, mas de companheiros, aliados, protetores e amigos. Quando proponho que sintamos o amor femininamente, estou sugerindo um sorriso meigo, uma palavra que demonstre nossa capacidade de compreender, um gesto que perdoa, um abraço que sabe envolver a alma do outro...
Saber silenciar no momento preciso, servir com carinho e respeito, doar-se humildemente por amor ao outro, afagar o ser amado com ternura não são, absolutamente, atitudes que nos diminuem ou desvalorizam. Muito pelo contrário: são provas de que nosso valor e nossa grandeza vêm sumariamente do coração.
Sei que muitas mulheres são subjugadas em suas relações afetivas; sei que muitas delas não encontram espaço para o amor e a compreensão. Por isso mesmo, hoje especialmente, quero defender a urgência do feminino.
Que todos nós possamos dar passagem à alma da mulher... para que o mundo seja salvo da agressividade, do abandono e da carência profunda de amor!"
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