sábado, 29 de novembro de 2008
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Quando eu for somente um sonho - (PARAMAHANSA YOGANANDA)
"Venho para falar Dele a todos,
De como guardá-lo no peito
E da disciplina que atrai Sua graça.
A ti, que me pediste
Guiar-te à presença do meu Bem-amado,
Com minha silenciosa mente te advertirei,
Ou falarei contigo, através de um doce e expressivo olhar,
Sussurrarei baixinho com a voz do meu amor,
Ou te alertarei em voz alta quando te afastares Dele.
Mas quando eu me tornar apenas uma lembrança,
Ou imagem mental, ou voz silenciosa,
Quando nenhum apelo terrestre revelar
Meu paradeiro no espaço insondável,
Quando nenhuma leve súplica ou ordem severa
Trouxer de mim uma resposta,
Sorrirei na tua mente quando estiveres certo,
E quando errares, chorarei através de meus olhos,
Fitando-te veladamente na escuridão.
E chorarei através de teus olhos talvez;
E murmurarei através de tua consciência,
E raciocinarei contigo usando da tua razão,
E amarei todos através do teu amor.
Quando não mais puderes me falar,
Lê meus "Sussurros da Eternidade";
Por meio deles, falarei contigo eternamente.
Incógnito, andarei a teu lado
Protegendo-te com braços invisíveis.
E assim que conheceres o meu Bem-amado
E ouvires a Sua voz no silêncio,
Reconhecer-me-ás novamente, mais tangível
Do que me conheceste na Terra.
Mas quando eu for somente um sonho para ti,
Voltarei para te lembrar que também não passas
De um sonho do meu Bem-amado Celestial.
E quando souberes que és um sonho, como agora eu sei,
Estaremos despertos Nele para sempre."
Copyright© 1995 Self Realization Fellowship. All Rights Reserved.
Paramahansa Yogananda - "When I Am Only a Dream" (Portuguese)
Samadhi - (PARAMAHANSA YOGANANDA)
"Levantados os véus de luz e sombra,
Evaporada toda a bruma de tristeza,
Singrado para longe todo o amanhecer de alegria transitória,
Desvanecida a turva miragem dos sentidos.
Amor, ódio, saúde, doença, vida, morte:
Extinguiram-se estas sombras falsas na tela da dualidade.
A tempestade de maya serenou
Com a varinha mágica da intuição profunda.
Presente, passado, futuro, já não existem para mim,
Somente o Eu sempiterno, onifluente, Eu, em toda parte.
Planetas, estrelas, poeira de constelações, terra,
Erupções vulcânicas de cataclismos do juízo final,
A fornalha modeladora da criação,
Geleiras de silenciosos raios X, dilúvios de elétrons ardentes,
Pensamentos de todos os homens, pretéritos, presentes, Futuros,
Toda folhinha de grama, eu mesmo, a humanidade,
Cada partícula da poeira universal,
Raiva, ambição, bem, mal, salvação, luxúria,
Tudo assimilei, tudo transmutei
No vasto oceano de sangue de meu próprio Ser indiviso.
Júbilo em brasa, freqüentemente abanado pela meditação,
Cegando meus olhos marejados,
Explodiu em labaredas imortais de bem-aventurança,
Consumiu minhas lágrimas, meus limites, meu todo.
Tu és Eu, Eu sou Tu,
O Conhecer, o Conhecedor, o Conhecido, unificados!
Palpitação tranqüila, ininterrupta, paz sempre nova,
Eternamente viva.
Deleite transcendente a todas as expectativas da imaginação,
Beatitude do samadhi!
Nem estado inconsciente,
Nem clorofórmio mental sem regresso voluntário,
Samadhi amplia meu reino consciente
Para além dos limites de minha moldura mortal
Até a mais longínqua fronteira da eternidade,
Onde Eu, o Mar Cósmico,
Observo o pequeno ego flutuando em Mim.
Ouvem-se, dos átomos, murmúrios móveis;
A terra escura, montanhas, vales são líquidos em fusão!
Mares fluidos convertem-se em vapores de nebulosas!
Om sopra sobre os vapores, descortinando prodígios.
Mais além,
Oceanos desdobram-se revelados, elétrons cintilantes,
Até que ao último som do tambor cósmico,
Transfundem-se as luzes mais densas em raios eternos
De bem-aventurança que em tudo se infiltra.
Da alegria eu vim, para a alegria eu vivo, na sagrada alegria,
Dissolvo-me.
Oceano da mente; bebo todas as ondas da criação.
Os quatro véus do sólido, líquido, gasoso, e luminoso,
Levantados.
Eu, em tudo, penetro no Grande Eu.
Extintas para sempre as vacilantes, tremeluzentes sombras,
Das lembranças mortais:
Imaculado é meu céu mental – abaixo, à frente e bem acima;
Eternidade e Eu, um só raio unido.
Pequenina bolha de riso, eu,
Converti-me no próprio Mar da Alegria."
Copyright© Self Realization Fellowship. All Rights Reserved.
Paramahansa Yogananda - (Portuguese)
Evaporada toda a bruma de tristeza,
Singrado para longe todo o amanhecer de alegria transitória,
Desvanecida a turva miragem dos sentidos.
Amor, ódio, saúde, doença, vida, morte:
Extinguiram-se estas sombras falsas na tela da dualidade.
A tempestade de maya serenou
Com a varinha mágica da intuição profunda.
Presente, passado, futuro, já não existem para mim,
Somente o Eu sempiterno, onifluente, Eu, em toda parte.
Planetas, estrelas, poeira de constelações, terra,
Erupções vulcânicas de cataclismos do juízo final,
A fornalha modeladora da criação,
Geleiras de silenciosos raios X, dilúvios de elétrons ardentes,
Pensamentos de todos os homens, pretéritos, presentes, Futuros,
Toda folhinha de grama, eu mesmo, a humanidade,
Cada partícula da poeira universal,
Raiva, ambição, bem, mal, salvação, luxúria,
Tudo assimilei, tudo transmutei
No vasto oceano de sangue de meu próprio Ser indiviso.
Júbilo em brasa, freqüentemente abanado pela meditação,
Cegando meus olhos marejados,
Explodiu em labaredas imortais de bem-aventurança,
Consumiu minhas lágrimas, meus limites, meu todo.
Tu és Eu, Eu sou Tu,
O Conhecer, o Conhecedor, o Conhecido, unificados!
Palpitação tranqüila, ininterrupta, paz sempre nova,
Eternamente viva.
Deleite transcendente a todas as expectativas da imaginação,
Beatitude do samadhi!
Nem estado inconsciente,
Nem clorofórmio mental sem regresso voluntário,
Samadhi amplia meu reino consciente
Para além dos limites de minha moldura mortal
Até a mais longínqua fronteira da eternidade,
Onde Eu, o Mar Cósmico,
Observo o pequeno ego flutuando em Mim.
Ouvem-se, dos átomos, murmúrios móveis;
A terra escura, montanhas, vales são líquidos em fusão!
Mares fluidos convertem-se em vapores de nebulosas!
Om sopra sobre os vapores, descortinando prodígios.
Mais além,
Oceanos desdobram-se revelados, elétrons cintilantes,
Até que ao último som do tambor cósmico,
Transfundem-se as luzes mais densas em raios eternos
De bem-aventurança que em tudo se infiltra.
Da alegria eu vim, para a alegria eu vivo, na sagrada alegria,
Dissolvo-me.
Oceano da mente; bebo todas as ondas da criação.
Os quatro véus do sólido, líquido, gasoso, e luminoso,
Levantados.
Eu, em tudo, penetro no Grande Eu.
Extintas para sempre as vacilantes, tremeluzentes sombras,
Das lembranças mortais:
Imaculado é meu céu mental – abaixo, à frente e bem acima;
Eternidade e Eu, um só raio unido.
Pequenina bolha de riso, eu,
Converti-me no próprio Mar da Alegria."
Copyright© Self Realization Fellowship. All Rights Reserved.
Paramahansa Yogananda - (Portuguese)
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Moola mantra - (Deva Premal)
O Moola Mantra é uma benção Divina . Você não precisa ser devoto de Sri Amma e Sri Bhagavan para receber esta Graça, mas você precisa invocá-la com o coração.
A benção Divina do Moola Mantra é para todos aqueles que estão buscando o fim do sofrimento e que aspiram atingir um estado elevado de consciência ou iluminação. O Moola Mantra contém a natureza de Deus e da criação.
Aum Sat-Chit Ananda Parabrahma,
Purushotama, Paramatma,
Sri Bhagavathi Sametha,
Sri Bhagavathe Namaha
Aum/Om – Som original do Universo
Sat – Existência
Chit - Consciência
Ananda – Benção
Parabrahma –O maior de todos, Deus, O-sem-forma, Aquele que está além do espaço e do tempo
Purushotama – O Deus manifestado (Jesus, Buddha, Kalki)
Paramatma – O Divino em nosso coração
Sri – Palavra que designa tratamento cerimonioso a uma alta consciência
Bhagavathi – O aspecto feminino do Divino
Sametha – Em conexão com
Bhagavethe – O aspecto masculino do Divino
Namaha – Eu me entrego, reverencio tudo isto
A benção Divina do Moola Mantra é para todos aqueles que estão buscando o fim do sofrimento e que aspiram atingir um estado elevado de consciência ou iluminação. O Moola Mantra contém a natureza de Deus e da criação.
Aum Sat-Chit Ananda Parabrahma,
Purushotama, Paramatma,
Sri Bhagavathi Sametha,
Sri Bhagavathe Namaha
Aum/Om – Som original do Universo
Sat – Existência
Chit - Consciência
Ananda – Benção
Parabrahma –O maior de todos, Deus, O-sem-forma, Aquele que está além do espaço e do tempo
Purushotama – O Deus manifestado (Jesus, Buddha, Kalki)
Paramatma – O Divino em nosso coração
Sri – Palavra que designa tratamento cerimonioso a uma alta consciência
Bhagavathi – O aspecto feminino do Divino
Sametha – Em conexão com
Bhagavethe – O aspecto masculino do Divino
Namaha – Eu me entrego, reverencio tudo isto
A SENSE OF WONDER (video)
Environmentally concerned schoolchildren join the internationally celebrated 'Chinmaya Dunster and the Celtic Ragas Band', to read their poems about nature at this 'CONCERT FOR INDIA'S ENVIRONMENT'in Pune, India.
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Aprendendo a ouvir - (Tomas Downey)
“Aprender a ouvir” soa tão simples. Mesmo assim, ouvir conscientemente requer força de vontade. Podemos ouvir um som, mas não capta-lo conscientemente. Pode-se perguntar, “Ouviu aquilo? O que era?” Respondemos que achamos ter ouvido alguma coisa, mas não temos idéia do que.
Algumas vezes, nossas vidas podem ser assim, escutando mas não ouvindo. Repentinamente, sentimo-nos surpresos, chocados ou atônitos pelo que está acontecendo ao nosso redor ou conosco, como se tivesse vindo de nenhum lugar, sem aviso. Podemos procurar um amigo de confiança, que pode recomendar que falemos com outros, talvez um professor, um conselheiro ou um doutor.
Basicamente, de amigos confiáveis, a conselheiros respeitáveis e a especialistas recomendados, é o ato de ouvir que lhes permite ajudar, cada um de sua maneira. Ouvindo não apenas o que dizemos, mas o como estamos. Todavia, mesmo quando tentam nos ajudar, cada um deve ter uma visão ou interesse em nossa situação, inteligível e limitada. Então, porque não aprender a ouvir a nós mesmos?
Apesar de cada aspecto da vida oferecer a oportunidade de ouvir e aprender, freqüentemente não permitimos que isto aconteça por causa dos nossos padrões habituais, que trazem para nossa memória eventos passados e associações para referência. Então, com freqüência agimos de acordo com o que costumava acontecer, ao invés de agir de acordo com o que está acontecendo. Isto pode ser chamado de “mente velha”, uma mente que não está aberta para novas maneiras de pensar, ver ou agir. Algumas vezes estamos simplesmente preocupados com os pensamentos desta mente velha.
Veja o exemplo de ir a um concerto musical com um amigo, que está perdido em pensamentos durante a maior parte do espetáculo e assim, não está apreciando a apresentação ou o som do violino. Ele está, em conseqüência, perdendo algo bem na sua frente. Ou, se alguém próximo a nós está tentando abordar um assunto sensível, estamos completamente presentes para ele?
Se nosso corpo envia indicações de problemas potenciais, apenas ignoramos? E o mais importante, se nosso coração está oferecendo conselho, estamos muito ocupados para sermos incomodados?
“Ouvir verdadeiramente significa que podemos receber de qualquer fonte – grandes professores, um conhecido, um estranho, um animal, uma planta, uma montanha.” Com efeito, podemos aprender com todos e tudo. E, claro, isto inclui a nós mesmos.
Entretanto, a fonte mais importante está dentro de nós, não fora. “Aprender a ouvir é o passo mais importante na direção de estar preparado para encontrar a ‘fonte especial’, que reside em nosso coração. Mas não é sempre fácil. Quanto mais pensamos que sabemos de algo, menos tendemos a ouvir”. De alguma forma, parece que perdemos nossa conexão, nossa ligação com nosso próprio coração.
Podemos imaginar nosso coração como um jardim, um castelo, um topo de montanha ou uma ilha. Arbustos sombrios, guardas ferozes, espíritos assustadores ou um oceano turbulento podem cercar nosso coração. Podemos nos ver vagando a esmo por caminhos incertos de nosso coração, tentando encontrar um caminho para casa. Aprender a ouvir pode, gradualmente, nos levar a descobrir o caminho direto de volta ao nosso coração.
Isto destaca um interessante aspecto sobre ouvir: na maioria das vezes, precisamos de alguém ou de algo que ajude nossa capacidade de ouvir a crescer e a desenvolver. Eles nos ajudam a parar, pausar ou pelo menos diminuir a velocidade e prestar atenção para uma mudança, mesmo que breve. Um ‘alguém’ normalmente auxilia mais do que um “algo”. Um péssimo acidente no trânsito pode nos fazer dar mais valor para a preciosidade da vida. Mas é um bom amigo ou um professor que nos ajudará a construir essa avaliação, trazendo mais discernimento.
Nossa capacidade de ouvir, não do hábito, mas do estar presente no momento, é “adquirida lentamente, por um processo que possui dois componentes – um espelho e alguém olhando dentro dele”. Alguém em quem confiamos e respeitamos pode atuar como um espelho, refletindo como nós estamos. Mas devemos estar desejosos para olhar nosso próprio reflexo. Além disto, não devemos confundir o ‘espelho’ e a nossa imagem refletida nele.
Essa confusão acontece com freqüência, quando desenvolvemos um relacionamento de muita confiança com um conselheiro ou professor. Sua função é principalmente nos ajudar a encontrar nosso caminho e não necessariamente ser um amigo sempre sorridente. Assim, agindo como um espelho para nós, um amigo ou um professor pode refletir coisas que de outro modo não veríamos ou relacionaríamos. Em resposta, podemos ficar bravos com eles. Além de escolher nosso conselheiro sabiamente, devemos ser sábios conosco, sobre o que estamos realmente procurando. Não podemos ficar dependentes de um conselheiro. Igualmente importante, um verdadeiro professor não encoraja a dependência, mas sim a independência.
Através de um relacionamento estudante-professor, baseado em respeito mútuo e verdade, a capacidade de ouvir será desenvolvida e perceberemos coisas que não reparamos antes.
Com a orientação de um bom professor, há muitos meios ou ferramentas que podemos usar para desenvolver nossa capacidade de ouvir. Por exemplo, empenhar-se em uma prática com movimentos especiais do corpo, onde nossa atenção esteja voltada para praticar somente de uma forma que seja adequadamente benéfica para nós.
Ouça o seu corpo. Onde o alongamento se torna tensão? Como fazer algo dez vezes, ao invés de 5, deixa você no dia seguinte? Simplesmente observar, ouvir e prestar atenção às mensagens do seu corpo, é uma prática que vale a pena por si só. Com freqüência, precisamos diminuir um pouco o ritmo, tanto mental quanto físico, para fazer isto direito. Nosso senso de estabilidade, assim como a flexibilidade, aumenta.
Ouça a sua respiração. Ficando à vontade com o nosso corpo, naturalmente tendemos a ficar mais atentos à nossa respiração. Isto é extremamente útil no desenvolvimento da nossa capacidade de ouvir. A respiração é uma ligação tanto consciente quanto inconsciente entre a mente e o corpo. Uma respiração irregular revela uma mente ou corpo que não está relaxado de alguma forma. Trabalhar conscientemente com a respiração, em harmonia com o movimento, promove o aumento da consciência de si mesmo e facilita o relaxamento. Nos sentimos mais arranjados com nós mesmos.
Ouça a sua mente. Enquanto progredimos no aprendizado de relaxar nosso corpo e respiração, nossa mente aprende a relaxar também. Se feito adequadamente, permite a “atenção sem tensão”. Começamos a ouvir em um nível mais interior, com crescente claridade. Pensamentos vêm e vão, cada vez com menos distrações.
Ouça seu coração. Uma forma muito bela e fascinante de unir intuitivamente o corpo, a respiração e a mente é trabalhar com sons. Cantar sons sagrados, ou frases com significado para nós, traz uma atmosfera inteiramente nova para nossa mente. De todas as ferramentas, parece a mais capaz de acalmar e focar a mente, ao mesmo tempo em que toca e abre o coração. Um movimento sutil, mas profundo, em nossa percepção de ser, acontece da cabeça para o coração. Não há nada mais profundo ou central do que isso. Gradualmente, nosso corpo, respiração e mente tornam-se partes chaves do sistema de apoio nessa jornada, ao invés de obstáculos ou distrações.
Ouça o seu mundo e tudo o que acontece nele. Aprendemos a ‘estar aqui por nós mesmos’. Agora, podemos aprender a ‘ estar lá pelo outros’ também.
A jornada de aprender a ouvir, com freqüência, requer um “ardente, progressivo e ininterrupto compromisso durante um extenso período de tempo”. Uma vez que isto seja feito com facilidade, talvez até sem esforço, continua como uma parte saudável e natural de ser quem somos.
Essas são apenas uma poucas abordagens para desenvolver e explorar nossa habilidade natural de ouvir.
Aprender é ouvir e ouvir é aprender sobre o nosso mundo, sobre nós mesmos. Que possa toda nossa audição nos levar para o mais espetacular local de escuta que há – nosso coração.
Todas as citações e paráfrases são de um pequeno e maravilhoso livro titulado “O que Estamos Procurando”, “What Are We Seeking” de T.K.V. Desikachar, que inspirou este artigo.
Algumas vezes, nossas vidas podem ser assim, escutando mas não ouvindo. Repentinamente, sentimo-nos surpresos, chocados ou atônitos pelo que está acontecendo ao nosso redor ou conosco, como se tivesse vindo de nenhum lugar, sem aviso. Podemos procurar um amigo de confiança, que pode recomendar que falemos com outros, talvez um professor, um conselheiro ou um doutor.
Basicamente, de amigos confiáveis, a conselheiros respeitáveis e a especialistas recomendados, é o ato de ouvir que lhes permite ajudar, cada um de sua maneira. Ouvindo não apenas o que dizemos, mas o como estamos. Todavia, mesmo quando tentam nos ajudar, cada um deve ter uma visão ou interesse em nossa situação, inteligível e limitada. Então, porque não aprender a ouvir a nós mesmos?
Apesar de cada aspecto da vida oferecer a oportunidade de ouvir e aprender, freqüentemente não permitimos que isto aconteça por causa dos nossos padrões habituais, que trazem para nossa memória eventos passados e associações para referência. Então, com freqüência agimos de acordo com o que costumava acontecer, ao invés de agir de acordo com o que está acontecendo. Isto pode ser chamado de “mente velha”, uma mente que não está aberta para novas maneiras de pensar, ver ou agir. Algumas vezes estamos simplesmente preocupados com os pensamentos desta mente velha.
Veja o exemplo de ir a um concerto musical com um amigo, que está perdido em pensamentos durante a maior parte do espetáculo e assim, não está apreciando a apresentação ou o som do violino. Ele está, em conseqüência, perdendo algo bem na sua frente. Ou, se alguém próximo a nós está tentando abordar um assunto sensível, estamos completamente presentes para ele?
Se nosso corpo envia indicações de problemas potenciais, apenas ignoramos? E o mais importante, se nosso coração está oferecendo conselho, estamos muito ocupados para sermos incomodados?
“Ouvir verdadeiramente significa que podemos receber de qualquer fonte – grandes professores, um conhecido, um estranho, um animal, uma planta, uma montanha.” Com efeito, podemos aprender com todos e tudo. E, claro, isto inclui a nós mesmos.
Entretanto, a fonte mais importante está dentro de nós, não fora. “Aprender a ouvir é o passo mais importante na direção de estar preparado para encontrar a ‘fonte especial’, que reside em nosso coração. Mas não é sempre fácil. Quanto mais pensamos que sabemos de algo, menos tendemos a ouvir”. De alguma forma, parece que perdemos nossa conexão, nossa ligação com nosso próprio coração.
Podemos imaginar nosso coração como um jardim, um castelo, um topo de montanha ou uma ilha. Arbustos sombrios, guardas ferozes, espíritos assustadores ou um oceano turbulento podem cercar nosso coração. Podemos nos ver vagando a esmo por caminhos incertos de nosso coração, tentando encontrar um caminho para casa. Aprender a ouvir pode, gradualmente, nos levar a descobrir o caminho direto de volta ao nosso coração.
Isto destaca um interessante aspecto sobre ouvir: na maioria das vezes, precisamos de alguém ou de algo que ajude nossa capacidade de ouvir a crescer e a desenvolver. Eles nos ajudam a parar, pausar ou pelo menos diminuir a velocidade e prestar atenção para uma mudança, mesmo que breve. Um ‘alguém’ normalmente auxilia mais do que um “algo”. Um péssimo acidente no trânsito pode nos fazer dar mais valor para a preciosidade da vida. Mas é um bom amigo ou um professor que nos ajudará a construir essa avaliação, trazendo mais discernimento.
Nossa capacidade de ouvir, não do hábito, mas do estar presente no momento, é “adquirida lentamente, por um processo que possui dois componentes – um espelho e alguém olhando dentro dele”. Alguém em quem confiamos e respeitamos pode atuar como um espelho, refletindo como nós estamos. Mas devemos estar desejosos para olhar nosso próprio reflexo. Além disto, não devemos confundir o ‘espelho’ e a nossa imagem refletida nele.
Essa confusão acontece com freqüência, quando desenvolvemos um relacionamento de muita confiança com um conselheiro ou professor. Sua função é principalmente nos ajudar a encontrar nosso caminho e não necessariamente ser um amigo sempre sorridente. Assim, agindo como um espelho para nós, um amigo ou um professor pode refletir coisas que de outro modo não veríamos ou relacionaríamos. Em resposta, podemos ficar bravos com eles. Além de escolher nosso conselheiro sabiamente, devemos ser sábios conosco, sobre o que estamos realmente procurando. Não podemos ficar dependentes de um conselheiro. Igualmente importante, um verdadeiro professor não encoraja a dependência, mas sim a independência.
Através de um relacionamento estudante-professor, baseado em respeito mútuo e verdade, a capacidade de ouvir será desenvolvida e perceberemos coisas que não reparamos antes.
Com a orientação de um bom professor, há muitos meios ou ferramentas que podemos usar para desenvolver nossa capacidade de ouvir. Por exemplo, empenhar-se em uma prática com movimentos especiais do corpo, onde nossa atenção esteja voltada para praticar somente de uma forma que seja adequadamente benéfica para nós.
Ouça o seu corpo. Onde o alongamento se torna tensão? Como fazer algo dez vezes, ao invés de 5, deixa você no dia seguinte? Simplesmente observar, ouvir e prestar atenção às mensagens do seu corpo, é uma prática que vale a pena por si só. Com freqüência, precisamos diminuir um pouco o ritmo, tanto mental quanto físico, para fazer isto direito. Nosso senso de estabilidade, assim como a flexibilidade, aumenta.
Ouça a sua respiração. Ficando à vontade com o nosso corpo, naturalmente tendemos a ficar mais atentos à nossa respiração. Isto é extremamente útil no desenvolvimento da nossa capacidade de ouvir. A respiração é uma ligação tanto consciente quanto inconsciente entre a mente e o corpo. Uma respiração irregular revela uma mente ou corpo que não está relaxado de alguma forma. Trabalhar conscientemente com a respiração, em harmonia com o movimento, promove o aumento da consciência de si mesmo e facilita o relaxamento. Nos sentimos mais arranjados com nós mesmos.
Ouça a sua mente. Enquanto progredimos no aprendizado de relaxar nosso corpo e respiração, nossa mente aprende a relaxar também. Se feito adequadamente, permite a “atenção sem tensão”. Começamos a ouvir em um nível mais interior, com crescente claridade. Pensamentos vêm e vão, cada vez com menos distrações.
Ouça seu coração. Uma forma muito bela e fascinante de unir intuitivamente o corpo, a respiração e a mente é trabalhar com sons. Cantar sons sagrados, ou frases com significado para nós, traz uma atmosfera inteiramente nova para nossa mente. De todas as ferramentas, parece a mais capaz de acalmar e focar a mente, ao mesmo tempo em que toca e abre o coração. Um movimento sutil, mas profundo, em nossa percepção de ser, acontece da cabeça para o coração. Não há nada mais profundo ou central do que isso. Gradualmente, nosso corpo, respiração e mente tornam-se partes chaves do sistema de apoio nessa jornada, ao invés de obstáculos ou distrações.
Ouça o seu mundo e tudo o que acontece nele. Aprendemos a ‘estar aqui por nós mesmos’. Agora, podemos aprender a ‘ estar lá pelo outros’ também.
A jornada de aprender a ouvir, com freqüência, requer um “ardente, progressivo e ininterrupto compromisso durante um extenso período de tempo”. Uma vez que isto seja feito com facilidade, talvez até sem esforço, continua como uma parte saudável e natural de ser quem somos.
Essas são apenas uma poucas abordagens para desenvolver e explorar nossa habilidade natural de ouvir.
Aprender é ouvir e ouvir é aprender sobre o nosso mundo, sobre nós mesmos. Que possa toda nossa audição nos levar para o mais espetacular local de escuta que há – nosso coração.
Todas as citações e paráfrases são de um pequeno e maravilhoso livro titulado “O que Estamos Procurando”, “What Are We Seeking” de T.K.V. Desikachar, que inspirou este artigo.
Estar no Agora - (Cláudio Roberto Freire de Azevedo)
Sempre que me percebo vivendo o agora,
Na mesma perspectiva do ontem,
Esqueço de perceber o novo.
Preso num raciocínio de retaliações históricas,
Deixo de criar possibilidades de ser diferente.
Vivendo um pânico de um futuro sombrio,
Esqueço de no presente vibrar a paz.
Eu sou mudando... O homem é um vir a ser...
Por que não me construir a cada momento?
Fazer uma escolha diferente?
Descobrir que algo não funcionou direito e
Redirecionar meu caminho?
Deveria construir a cada momento o meu presente...
Enxergar o que está acontecendo.
Pois aquilo que é, no segundo seguinte pode deixar de ser.
Por que invadir o espaço dos outros
Ou deixar que invadam o meu?
O ajuste é constante, no estabelecimento de fronteiras.
Pois tudo é impermanente...
O processo de existir é um crescimento e mudança contínuos.
Qual a minha capacidade de acolher o outro?
O diferente?
Como buscar a unidade na diversidade
Para acolher o todo, que contém todas as diferenças?
O homem é um ser de escolha, responsável pela vida.
É autor e ator de sua existência.
A mudança ocorre quando, paradoxalmente,
O indivíduo se torna o que ele é...
(teoria paradoxal da mudança).
Se estamos conscientes, podemos a cada momento escolher (intenção).
Se escolho, sou responsável, sou um ser histórico.
O que está acontecendo, como está acontecendo,
PARA QUE ESTÁ ACONTECENDO?
Se a cada momento percebo o que me cabe,
E faço a minha parte
Contribuo para a evolução planetária, pois
Se sou responsável por mim, sou responsável pelo todo.
Meditar não é feito somente estaticamente,
Meditar é viver a plenitude, do levantar ao deitar,
escovar os dentes, vestir-me, comer, trabalhar:
VIVER O PRESENTE.
Observar tudo o que passa conosco, saborear.
Pois...
O passado só serve se o olharmos com a perspectiva futura do ainda não realizado.
Assim mesmo ... - (Madre Teresa de Calcutá)
Muitas vezes, o povo é egocêntrico, ilógico e insensato.
Perdoe-o, assim mesmo.
Se você é gentil, o povo pode acusá-la de egoísta e interesseira.
Seja gentil, assim mesmo.
Se você for um vencedor,
terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros.
Vença, assim mesmo.
Se você é honesta e franca, o povo pode enganá-la.
Seja honesta e franca, assim mesmo.
O que você levou anos para construir,
alguém pode destruir de uma hora para outra.
Construa, assim mesmo.
Se você tem paz e é feliz, o povo pode sentir inveja.
Seja feliz, assim mesmo.
O bem que você faz hoje, o povo pode esquecê-lo amanhã.
Faça o bem, assim mesmo.
Dê ao mundo o melhor de você,
mas isso pode nunca ser o bastante.
Dê o melhor de você, assim mesmo.
Veja você que, no fim das contas, é entre você e Deus.
Nunca foi entre você e o povo...
Perdoe-o, assim mesmo.
Se você é gentil, o povo pode acusá-la de egoísta e interesseira.
Seja gentil, assim mesmo.
Se você for um vencedor,
terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros.
Vença, assim mesmo.
Se você é honesta e franca, o povo pode enganá-la.
Seja honesta e franca, assim mesmo.
O que você levou anos para construir,
alguém pode destruir de uma hora para outra.
Construa, assim mesmo.
Se você tem paz e é feliz, o povo pode sentir inveja.
Seja feliz, assim mesmo.
O bem que você faz hoje, o povo pode esquecê-lo amanhã.
Faça o bem, assim mesmo.
Dê ao mundo o melhor de você,
mas isso pode nunca ser o bastante.
Dê o melhor de você, assim mesmo.
Veja você que, no fim das contas, é entre você e Deus.
Nunca foi entre você e o povo...
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Baba Hanuman - (Krishna Das)
Baba Hanuman
Namo... Namo...Anjaninandanaaya
I bow, I bow again and again to Anjani's son, Hanuman
Jaya Seeyaa Raama, Jai Jai Hanumaan
Victory to Sita and Ram, Victory to Hanuman
Victory over the darkness of suffering...
Jaya Bajrangbalee, Baba Hanuman
Victory to the one with the body of a thunderbolt
My Baba, Hanuman.
Sankata Mochan kripaa nidhaan
You are home of all Grace.
Destroy all my problems, calamities and sufferings.
Jai Jai Jai Hanuman Gosaaee
Hail My Lord Hanuman
Kripaa karahu Gurudeva kee naaee
You are my Guru, bestow your Grace on me.
Sankata Mochan kripaa nidhaan,
You are the destroyer of Suffering, the abode of Grace
Laala Langotta, Laala Nishaan
You wear a red langotta and carry a red flag
Hare Raama Raama Raama, Seetaa Raama Raama Raama
Let the river of these Names take you...
Let yourself float in the beauty of your own heart
into the ocean of Love that fills all space,
that ALWAYS is...
that ONLY is.
When we know ourselves to be That,
then we can be This too.
Then we can play,
We are free and bound in the same breath,
The breath of the One breathes in us.
It's OK to be messed up, to feel small and sad and hurt
with no hope of ever seeing a good day.
It's OK to forget, to be forgotten,
to be left behind,
It's OK to be betrayed, strung out on everything
that everyone has ever done to us and we can't ever forgive...
Because
The breath of the One breathes in us.
Breathes us.
Even when we don't know.
Where is this One? How can we find that One?
The Saints say that the One is hidden in the Name.
The Divine Name. The name of Love.
And that by constant repetition,
gradually but INEVITABLY
the Presence that is hidden in the Name reveals itself!
Where? In our own hearts!
The medicine of the Name
hidden in the sugar syrup of music
begins to cure us of our sadness;
begins to cure us of our fascination with STUFF;
to cure us of thinking that happiness will come to us from the outside;
that if we have just one more hit; a better car;
a more beautiful lover, or more beautiful lovers;
a good relationship; a better relationship; ANY! relationship;
it will be enough.
When the Buddha came out of the jungle after His Enlightenment,
he said, "YO! Monks...guess what? Stuff doesn't make you happy.
The nature of stuff is that it will be NEVER be enough!
Or something like that...
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Gratidão - (Osho)
Uma noite sem abrigo
A partir do momento em que uma pessoa é capaz de ser grata tanto pelo sofrimento quanto pelo prazer, sem qualquer distinção, sem nenhuma escolha, apenas sendo garto por aquilo que lhe é dado... Porque se foi dado por deus, deve haver uma razão para isso. Podemos gostar ou podemos não gostar, mas isso deve ser necessário para o nosso crescimento.
Inverno e verão são ambos necessários para o crescimento. Uma vez que essa idéia se fundamenta no coração, então cada momento de vida é um momento de gratidão. Deixe que isso se torne sua meditação e sua oração: Agradeça a deus por cada momento: pelos risos, pelas lágrimas, por tudo. Assim você verá surgir um silêncio em seu coração que você não conhecia antes. Isso é o êxtase.
A primeira coisa é aceitar a vida como ela é. Aceitando-a, o desejo desaparece. Aceitando a vida como ela é, a tensão desaparece, o descontentamento desaparece; aceitando-a como ela é, a pessoa começa a sentir -se muito alegre – sem nenhum motivo aparente!
Quando a alegria tem um motivo, esta não vai durar muito tempo. Quando alegria é sem razão, ela vai estar aí para sempre.
Isso aconteceu na vida de uma mulher Zen muito conhecida. O nome dela era Rengetsu. Muito poucas mulheres alcançaram o supremo no Zen. Essa é uma dessas raras mulheres.
Ela estava numa peregrinação e chegou numa vila ao pôr do sol e pediu abrigo para a noite, mas os vilarejos fecharam suas portas. Eles eram contra Zen. O Zen é tão revolucionário, tão totalmente rebelde, que é muito difícil aceitá-lo. Aceitando-o você vai ser transformado; aceitar o Zen será como passar através do fogo, você nunca mais será o mesmo novamente. Pessoas conservadoras sempre foram contra tudo que é verdadeiro na religião. Tradição é tudo que é inverídico na religião. Então esses moradores do vilarejo deviam ser os Budistas tradicionais, e não permitiram que essa mulher ficasse na cidade, eles a mandaram embora.
Era uma noite fria, e já velha, estava sem abrigo, e faminta. Teve que improvisar um abrigo debaixo de uma cerejeira nos campos. Estava realmente bem frio, e ela não conseguiu dormir bem. E era também perigoso – animais selvagens e tudo mais. A meia-noite ela acordou – devido ao frio intenso - e viu, no céu noturno, as flores abertas da cerejeira sorrindo para a lua enevoada. Tomada pela beleza, ela levantou-se e curvou-se na direção da vila, em sinal de agradecimento, com essas palavras:
Através de sua bondade ao recusar-me abrigo descobri-me sob as flores na noite desta lua enevoada.
Ela se sente agradecida. Cheia de gratidão, agradece aquelas pessoas que lhe recusaram abrigo. Do contrário estaria dormindo sob um teto comum e teria perdido essa bênção – o cerejeiro florido, esse sussuro com a lua enevoada, e o silêncio da noite, esse profundo silêncio da noite. Não está zangada, ela aceita o que aconteceu. Não só aceita-o, o recebe com boas vindas, ela sente-se grata. A pessoa torna-se um buda quando aceita tudo que a vida traz, com gratidão.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Revelando o segredo do verdadeiro sucesso - (Osho)
Quando é manhã, é manhã. Quando é tarde, é tarde. Não há questão de escolha. Deixe a escolha de lado e você estará livre em toda parte - A liberdade só pode vir da não-escolha. Então quando você for jovem, isso é belo; quando for uma criança, isso é bonito; quando for velho, isso é bonito; quando estiver morrendo, isso é belo - porque você nunca se separa do todo, você é apenas uma onda no oceano.
A onda no oceano pode começar a pensar em si mesma como um indivíduo, mas assim estará com problemas. A onda no oceano nunca pensa em si mesma como algo em separado. Então, onde quer que o oceano a leve, ela vai de boa vontade, alegre, movendo-se em um bailado naquela direção.
Uma canção do místico Kabir:
Converso com meu amor interior e digo, por que tanta pressa? Sentimos que há algum tipo de espírito que ama os pássaros, os animais e as formigas – talvez o mesmo que lhe deu uma centelha no útero de sua mãe. Você acha lógico estar andando inteiramente órfão agora? A verdade é que você mesmo afastou-se e decidiu ir sozinho para a escuridão. Agora está emaranhado em outros e esqueceu o que uma vez sabia, e é por isso que tudo que você faz tem em si algum tipo de falha estranha.
As coisas acontecem quando precisam acontecer. As coisas estão destinadas a acontecer no momento necessário. Tudo está indo bem – basta confiar. Lembre-se da diferença. O teólogo dirá: “Acredite no conceito de Deus.” O místico diz que não há necessidade de acreditar no conceito de Deus, apenas sentir a harmonia na existência. Isso não é um conceito, não é uma crença, é possível senti-lo, está em toda parte. É quase tangível.
No momento em que você acredita ser um com o todo, há um relaxamento, subitamente há um fluir acontece, você não precisa se controlar, você pode relaxar. Não há necessidade de ficar tenso, porque não há nenhuma meta pessoal a ser atingida por você. Você flui com Deus. O objetivo de Deus é o seu objetivo, o destino dele é o seu.
Você não tem um destino privado – é esse destino privado que traz problemas. Você não percebeu isso na sua própria vida? Tudo aquilo que você faz resulta em fracasso. Você ainda não conseguiu entender – você acredita que não fez as coisa da forma correta e por isso fracassou. Então tenta um outro projeto e fracassa novamente. Nessa hora você acha que suas habilidades não são boas o bastante, então parte para melhorar suas habilidade e fracassa novamente. Depois você pensa “O mundo inteiro está contra mim” ou “O destino está contra mim”, ou ainda “Sou uma vítima da inveja dos outros”. Você continuará encontrando explicações para seus fracassos, mas nunca irá compreender os motivos reais.
Kabir diz: o fracasso significa você-menos-Deus. Esse é o entendimento de Kabir. O fracasso é igual a você-menos-Deus, e o sucesso é igual a você-mais-Deus. O sucesso está dentro de Deus e com Deus. E, lembre-se, quando digo “Deus” não estou falando de uma pessoa sentada em algum paraíso, mas do espírito cósmico, da lei que permeia toda a existência. A lei a partir da qual você nasceu e para a qual um dia irá retornar.
A onda no oceano pode começar a pensar em si mesma como um indivíduo, mas assim estará com problemas. A onda no oceano nunca pensa em si mesma como algo em separado. Então, onde quer que o oceano a leve, ela vai de boa vontade, alegre, movendo-se em um bailado naquela direção.
Uma canção do místico Kabir:
Converso com meu amor interior e digo, por que tanta pressa? Sentimos que há algum tipo de espírito que ama os pássaros, os animais e as formigas – talvez o mesmo que lhe deu uma centelha no útero de sua mãe. Você acha lógico estar andando inteiramente órfão agora? A verdade é que você mesmo afastou-se e decidiu ir sozinho para a escuridão. Agora está emaranhado em outros e esqueceu o que uma vez sabia, e é por isso que tudo que você faz tem em si algum tipo de falha estranha.
As coisas acontecem quando precisam acontecer. As coisas estão destinadas a acontecer no momento necessário. Tudo está indo bem – basta confiar. Lembre-se da diferença. O teólogo dirá: “Acredite no conceito de Deus.” O místico diz que não há necessidade de acreditar no conceito de Deus, apenas sentir a harmonia na existência. Isso não é um conceito, não é uma crença, é possível senti-lo, está em toda parte. É quase tangível.
No momento em que você acredita ser um com o todo, há um relaxamento, subitamente há um fluir acontece, você não precisa se controlar, você pode relaxar. Não há necessidade de ficar tenso, porque não há nenhuma meta pessoal a ser atingida por você. Você flui com Deus. O objetivo de Deus é o seu objetivo, o destino dele é o seu.
Você não tem um destino privado – é esse destino privado que traz problemas. Você não percebeu isso na sua própria vida? Tudo aquilo que você faz resulta em fracasso. Você ainda não conseguiu entender – você acredita que não fez as coisa da forma correta e por isso fracassou. Então tenta um outro projeto e fracassa novamente. Nessa hora você acha que suas habilidades não são boas o bastante, então parte para melhorar suas habilidade e fracassa novamente. Depois você pensa “O mundo inteiro está contra mim” ou “O destino está contra mim”, ou ainda “Sou uma vítima da inveja dos outros”. Você continuará encontrando explicações para seus fracassos, mas nunca irá compreender os motivos reais.
Kabir diz: o fracasso significa você-menos-Deus. Esse é o entendimento de Kabir. O fracasso é igual a você-menos-Deus, e o sucesso é igual a você-mais-Deus. O sucesso está dentro de Deus e com Deus. E, lembre-se, quando digo “Deus” não estou falando de uma pessoa sentada em algum paraíso, mas do espírito cósmico, da lei que permeia toda a existência. A lei a partir da qual você nasceu e para a qual um dia irá retornar.
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Excertos do livro Eu sou Aquilo - Nisargadatta Maharaj
O mundo existe somente como um sonho em minha
Consciência
O que quer que tenha uma forma se constitui tão somente
de limitações imaginadas em minha consciência.
Por si mesmo nada tem existência. Tudo precisa de sua própria ausência.
Ser, é ser distinguível, estar aqui e não lá, é ser agora e não depois, ser assim e não
assado. Como a água é moldada pelo contêiner, assim também todas as coisas são
determinadas por suas condições (Gunas) (15).
Puro Ser, preenchendo tudo e além de tudo, não é a existência, a qual é
limitada. Toda limitação é imaginária, somente o ilimitado é real. (355).
O mundo não é senão, um show, um faz de conta.
O mundo é somente um show, cheio de glitter e vazio. Ele é, e ao mesmo
tempo não é. Ele está lá pelo tempo que eu queira vê-lo e tomar parte nele. Quando eu
deixo de me importar, ele se dissolve. Ele não tem qualquer causa e não serve a
qualquer propósito. Ele só acontece quando estamos mentalmente-ausentes. Ele se
parece exatamente com o que é, mas não há qualquer profundidade nele, qualquer
sentido. Somente o sobre-observador é real, chame-o Eu ou Atma. Para o Ser, o
mundo não é mais que um show colorido, o qual ele curte “infinitamente” enquanto
2
dure, e o esquece quando ele se vai. O que quer que aconteça no palco o faz encolherse
aterrorizado ou rolar no chão de rir, e ainda assim todo o tempo ele está atento de
que tudo é apenas um show. Sem desejo ou medo, ele o aprecia tal qual ele se
apresenta. (178-9)
O universo é um palco sobre o qual um drama mundial está sendo
representado. A qualidade da performance é tudo o que importa; não o que o ator diga
ou faça, mas como ele o faz e diz. Desportistas parecem fazer um tremendo esforço:
ainda assim seu único e inconfundível motivo (leit-motive), são jogar e mostrar (95)
Tudo acontece como é necessário, e ainda assim nada acontece. Eu faço o
que parece ser o necessário, mas ao mesmo tempo eu sei que nada é necessário, que a
vida em si mesma é uma fantasia.(191)
Você me vê aparentemente funcionando. Na realidade, eu somente olho. O
que quer que seja feito, é feito no palco. Contentamento e tristeza, vida e morte, eles
todos são reais para o homem delimitado; para mim, eles estão todos no show, tão
irreais quanto ao show em si mesmo. Eu posso perceber o mundo como você, mas
você acredita estar nele, enquanto eu o vejo como uma gota iridescente na vasta
extensão da consciência.(179)
Tudo o que vive, trabalha para perpetuar e expandir a consciência. Este é
todo o significado e propósito do mundo. Ë a verdadeira essência do Yoga - sempre
elevando o nível de consciência, descoberta de novas dimensões, com suas
propriedades, qualidades e poderes. Neste sentido, o universo inteiro se torna uma
escola de Yoga. (275)
De uma lâmpada de ouro, você pode fazer muitos ornamentos – cada um
permanecerá como ouro. Similarmente, em qualquer que seja o papel que eu possa
estar desempenhando e qualquer função que eu possa representar – eu permaneço o
que sou: o “Eu sou” imovível, imperturbável, independente. O que voe chama de
universo, natureza, é minha criatividade espontânea. O que quer que aconteça,
acontece. Mas minha natureza é tal que tudo termina em contentamento. (138)
O Mundo que eu percebo é inteiramente privado, um sonho.
O mundo que você percebe é de fato um mundo pequeno. E ele é
inteiramente privado. Tome-o como um sonho e acabe com ele. Não é a idéia de um
mundo total uma parte de seu mundo pessoal? O universo não vem para dizer-; que
você é parte dele. É você quem inventou uma totalidade para contê-lo como uma parte.
Na verdade tudo o que você conhece é seu próprio mundo privado, não importa quão
belamente você o tenha mobiliado com suas imaginações e expectativas. (23)
3
Este mundo é pintado por você sobre a tela da consciência e é inteiramente
seu próprio mundo privado. (200)
Conhecer o filme como o jogo de luz sobre a tela, dá liberdade da idéia de
que o filme é real. (338)
Considere. O mundo no qual você vive, quem mais sabe sobre ele? Dentro
da prisão de seu mundo aparece um homem que lhe diz que o mundo de dolorosas
contradições, o qual você criou, não é nem contínuo nem permanente e está baseado
em um mal-entendido. Ele peleja com você para que você o abandone. Você entra nele
esquecendo do que você é, e você sairá dele conhecendo a si mesmo como você é. Não
há qualquer realidade nele. Ele não perdura. (45)
O mundo não tem qualquer existência separada de você. A cada momento
ele não é senão um reflexo de você mesmo. Você o cria, você o destrói. Seu universo
pessoal não existe por si mesmo. Essa é uma visão limitada e distorcida do real. (94)
Você não é do mundo, você nem mesmo está no mundo. O mundo não é,
você sozinho é. Você cria o mundo em sua imaginação como um sonho. Como você
não pode separar o sonho de si mesmo, assim também você não pode ter um mundo
exterior independente de sua existência. Você é independente, não o mundo. Não
tenha medo de um mundo que você mesmo criou. (453)
Busque e você descobrirá a Pessoa Universal, a qual é você mesmo e
infinitamente mais. De qualquer modo, comece realizando que o mundo está em você,
e não você nele. Seu corpo pessoal é uma parte na qual o todo está maravilhosamente
refletido. Mas você tem também um corpo universal. Você nem mesmo pode dizer que
não o conhece, porque você o vê e o experiencia todo o tempo. Somente você o chama
de “o mundo” e está com medo dele. Ambos anatomia e astronomia descrevem você.
Você conhece o mundo exatamente como você conhece seu corpo – através dos
sentidos. É sua mente que separou o mundo de fora de sua pele do mundo de dentro e
os colocou em oposição. (309-10)
O mundo não é mais que o reflexo de minha imaginação. O que quer que
eu queira ver, eu posso ver. Mas porque eu deveria inventar padrões de criação,
evolução e destruição? Eu não preciso delas. O mundo está em mim, o mundo sou eu
mesmo. Eu não tenho medo dele e nem qualquer desejo de trancá-lo em um filme
mental. (28)
Imagine-se em uma densa floresta cheia de tigres e você em uma forte cela
de aço. Sabendo-se bem protegido pela cela, você assiste aos tigres sem medo. A
seguir, você encontra os tigres na cela e você perambulando na floresta. Finalmente, a
cela desaparece e você monta os tigres! (476-7)
O que eu pareço ser para você existe apenas em sua mente. Eu sou um
sonho que pode acordá-lo. Você terá de provar dele em seu próprio acordar. (181)
4
Desista de tudo e você ganhará tudo. Então a vida torna-se aquilo que se supõem que
ela seja: pura radiação de uma fonte inexaurível. Nessa luz o mundo aparece difuso
como num sonho. (257)
Desejo e medo vêm da visão do mundo como separado de mim mesmo.
Assim como você pensa ser do mesmo modo você pensa que o mundo
seja. Se você imagina-se separado do mundo, o mundo aparecerá como separado de ti
e você experimentará desejo e medo. Eu não vejo o mundo como separado de mim e
assim não há nada para eu desejar ou temer. (123)
Não há caos no mundo, exceto o caos que você cria em sua mente. Ele é
autocriado no sentido de que em seu verdadeiro centro há uma idéia de si mesmo
como algo diferente e separado das outras coisas. Na realidade você não é nem uma
coisa nem separado. (121)
Enquanto eu vir o sonho como real, eu sofrerei sendo escravo dele.
Ambos sono e vigília são nomes errôneos. Nós estamos apenas sonhando.
Só o gnani conhece a verdadeira vigília e o verdadeiro sono. Nós sonhamos que
estamos acordados, nos sonhamos que estamos dormindo. Os três estados são somente
variedades de estados de sono. Tratar tudo como um sonho libera. Quando voe
empresta realidade aos sonhos você torna-se escravo deles. Por imaginar que você
nasceu, assim e tal, você se torna escravo desse assim e tal. A essência da escravidão é
imaginar a si mesmo como sendo um processo, que tem passado e futuro, que tem
história. Na verdade nós não temos história, não somos um processo, não
desenvolvemos, não decaímos; assim veja tudo como um sonho e permaneça fora
dele.(189)
Saber que você é um prisioneiro de sua mente, que você vive em um
mundo imaginário, de sua própria criação é o lago da sabedoria. (426)
A causa do sofrimento está na identificação do percebedor com o
percebido. É dele que nasce o desejo, e com o desejo a ação cega, de resultados
impensáveis. Olhe ao redor e você verá – o sofrimento é uma coisa feita pelo homem.
(381)
Ninguém sofre em um filme, somente a pessoa identifica-se com ele. Não
se identifique com o mundo e você não sofrerá. (156)
Enquanto ele dura, o sonho tem um ser temporal. É seu desejo de mantêlo,
que cria o problema. Deixe ir. Pare de imaginar que o sonho é seu. (257)
5
Deixe o filme desenrolar-se até o verdadeiro fim. Você não pode ajudá-lo.
Mas você pode reconhecer que o sonho é um sonho, e não carimbá-lo com o selo de
realidade.(258)
No presente você está perdido, e, portanto em perigo, pois para um
perdido, a qualquer momento algo pode acontecer. É melhor acordar e ver sua situação
real. Que você é, você sabe. O que você é, você não sabe. Descubra o que você é.
(474)
Minha intenção de acordá-lo é o link (entre nossos respectivos sonhos). Meu coração
quer que você acorde. Eu vejo você sofrendo em seus sonhos e eu sei que você deve
acordar para terminar seus pesadelos. Quando você vê seu sonho como sonho, você
acorda. Mas em seu sonho eu não estou interessado. É bastante para mim saber que
você deve acordar. Você não precisa trazer seu sonho para uma conclusão definida, ou
torná-lo nobre, ou feliz, ou belo; tudo que você precisa é realizar que você está
sonhando. Pare de imaginar, pare de acreditar. Veja as contradições, as
incongruências, a falsidade e o sofrimento do ente humano, a necessidade de ir além.
Em sonho você ama alguns e não outros. Acordado você descobre que é o próprio
amor, que encampa e inclui tudo. O amor pessoal, não importa quão intenso e genuíno
invariavelmente desaparece; o amor em liberdade é amor por tudo. (258)
Este é o coração da questão: Enquanto você acredita que só o mundo
externo é real, você permanece seu escravo. (424) simplesmente compreenda que o
que você vê não é o que é. Aparências se dissolverão sob a investigação, e a realidade
virá à superfície. Você não precisa queimar a casa para abandoná-lo. Basta sair.
Somente quando você não pode ir e vir livremente que a casa torna-se uma prisão. Eu
me movo para dentro e para fora da consciência fácil e naturalmente, e assim para mim
o mundo é uma casa, não uma prisão. (479)
Nada no sonho é feito por mim.
Enquanto você acreditar que é um corpo, você encontrará (ascribe) causas
para tudo. Eu não estou dizendo que as coisas não tem causas. Cada coisa tem causas
inumeráveis. É como é, porque o mundo é como ele é. Cada causa em suas
ramificações cobre o universo. Não há causas exceto sua ignorância de seu ser real, o
qual é perfeito e além da causação. Pois o que quer que aconteça, todo o universo é
responsável e você é a fonte do universo. (347)
Tudo o que acontece é a causa de tudo o que acontece. As causas são
inúmeras; a idéia de uma causa única é uma ilusão. (398)
6
Porque você fala de ação? Você alguma vez está em ação? Algum poder
desconhecido atua e você imagina que você está agindo. Você está meramente
assistindo o que acontece, sem ser capaz de influenciá-lo de nenhuma forma. (238)
Pare de imaginar a si mesmo como sendo ou fazendo isso ou aquilo, e a
realização de que você é a fonte e o coração de tudo se derramará sobre ti. (3)
O homem sábio não toma nada como sendo seu próprio. Quando em
algum tempo ou lugar algum milagre é atribuído a alguém, ele não estabelecerá
qualquer link causal entre eventos e pessoas, nem permitirá que qualquer conclusão
seja tirada. Tudo acontece como acontece porque tinha de acontecer; tudo acontece
como acontece porque o universo é como ele é. (270)
Você se imagina sendo e fazendo tudo idêntico. Não é assim. A mente e o
corpo movem-se e mudam e causam movimentos e mudanças em outras mentes e
outros corpos, e isso é chamado de fazer, de ação. Eu vejo que é da natureza da ação
criar outra ação, como fogo que continua queimando. Eu não ajo nem sou causa de
outros agirem; eu estou constantemente alerta do que acontece.(398)
Nada é feito por mim, tudo acontece simplesmente. Eu não espero, eu não
planejo, eu simplesmente assisto os eventos acontecendo, sabendo-os irreais.(191)
É como seu gravador. Ele grava, ele reproduz – tudo por si mesmo. Você
somente ouve. Similarmente, eu assisto a tudo que acontece, inclusive meu conversar
com você. Não sou eu quem conversa, as palavras aparecem em minha mente e então
eu as escuto sendo ditas. (433)
O que é feito é um fato, o fazedor é um mero conceito. Sua própria
linguagem mostra que enquanto o feito é certo, o fazedor é dúbio; alternar
responsabilidade é um jogo peculiarmente humano. Considerando a infindável lista de
fatores requeridos para que algo aconteça, só se pode admitir que tudo é responsável
por tudo, não importa quão remoto. O fazer é um mito nascido da ilusão do “eu” e do
“meu”. Eu não sinto que eu esteja falando. Há fala acontecendo, isso é tudo. Você
realmente fala? Você ouve a si mesmo falando e você diz: eu falo. Eu não tenho
qualquer objeção às convenções de sua linguagem, mas elas distorcem e destroem a
realidade. Um modo mais acurado de dizer seria: “Há fala, trabalho, ir e vir”. Para que
qualquer coisa aconteça o universo inteiro deve coincidir. É um erro acreditar que
qualquer coisa em particular possa causar um evento. Toda causa é universal. Eu estou
totalmente alerta de que as coisas acontecem como elas tem de acontecer porque o
mundo é como ele é. Para afetar o curso dos eventos, eu devo trazer um fator novo
para o mundo e tal fator só pode ser eu mesmo, o poder do amor e da compreensão
focalizado em mim. (389)
Consciência
O que quer que tenha uma forma se constitui tão somente
de limitações imaginadas em minha consciência.
Por si mesmo nada tem existência. Tudo precisa de sua própria ausência.
Ser, é ser distinguível, estar aqui e não lá, é ser agora e não depois, ser assim e não
assado. Como a água é moldada pelo contêiner, assim também todas as coisas são
determinadas por suas condições (Gunas) (15).
Puro Ser, preenchendo tudo e além de tudo, não é a existência, a qual é
limitada. Toda limitação é imaginária, somente o ilimitado é real. (355).
O mundo não é senão, um show, um faz de conta.
O mundo é somente um show, cheio de glitter e vazio. Ele é, e ao mesmo
tempo não é. Ele está lá pelo tempo que eu queira vê-lo e tomar parte nele. Quando eu
deixo de me importar, ele se dissolve. Ele não tem qualquer causa e não serve a
qualquer propósito. Ele só acontece quando estamos mentalmente-ausentes. Ele se
parece exatamente com o que é, mas não há qualquer profundidade nele, qualquer
sentido. Somente o sobre-observador é real, chame-o Eu ou Atma. Para o Ser, o
mundo não é mais que um show colorido, o qual ele curte “infinitamente” enquanto
2
dure, e o esquece quando ele se vai. O que quer que aconteça no palco o faz encolherse
aterrorizado ou rolar no chão de rir, e ainda assim todo o tempo ele está atento de
que tudo é apenas um show. Sem desejo ou medo, ele o aprecia tal qual ele se
apresenta. (178-9)
O universo é um palco sobre o qual um drama mundial está sendo
representado. A qualidade da performance é tudo o que importa; não o que o ator diga
ou faça, mas como ele o faz e diz. Desportistas parecem fazer um tremendo esforço:
ainda assim seu único e inconfundível motivo (leit-motive), são jogar e mostrar (95)
Tudo acontece como é necessário, e ainda assim nada acontece. Eu faço o
que parece ser o necessário, mas ao mesmo tempo eu sei que nada é necessário, que a
vida em si mesma é uma fantasia.(191)
Você me vê aparentemente funcionando. Na realidade, eu somente olho. O
que quer que seja feito, é feito no palco. Contentamento e tristeza, vida e morte, eles
todos são reais para o homem delimitado; para mim, eles estão todos no show, tão
irreais quanto ao show em si mesmo. Eu posso perceber o mundo como você, mas
você acredita estar nele, enquanto eu o vejo como uma gota iridescente na vasta
extensão da consciência.(179)
Tudo o que vive, trabalha para perpetuar e expandir a consciência. Este é
todo o significado e propósito do mundo. Ë a verdadeira essência do Yoga - sempre
elevando o nível de consciência, descoberta de novas dimensões, com suas
propriedades, qualidades e poderes. Neste sentido, o universo inteiro se torna uma
escola de Yoga. (275)
De uma lâmpada de ouro, você pode fazer muitos ornamentos – cada um
permanecerá como ouro. Similarmente, em qualquer que seja o papel que eu possa
estar desempenhando e qualquer função que eu possa representar – eu permaneço o
que sou: o “Eu sou” imovível, imperturbável, independente. O que voe chama de
universo, natureza, é minha criatividade espontânea. O que quer que aconteça,
acontece. Mas minha natureza é tal que tudo termina em contentamento. (138)
O Mundo que eu percebo é inteiramente privado, um sonho.
O mundo que você percebe é de fato um mundo pequeno. E ele é
inteiramente privado. Tome-o como um sonho e acabe com ele. Não é a idéia de um
mundo total uma parte de seu mundo pessoal? O universo não vem para dizer-; que
você é parte dele. É você quem inventou uma totalidade para contê-lo como uma parte.
Na verdade tudo o que você conhece é seu próprio mundo privado, não importa quão
belamente você o tenha mobiliado com suas imaginações e expectativas. (23)
3
Este mundo é pintado por você sobre a tela da consciência e é inteiramente
seu próprio mundo privado. (200)
Conhecer o filme como o jogo de luz sobre a tela, dá liberdade da idéia de
que o filme é real. (338)
Considere. O mundo no qual você vive, quem mais sabe sobre ele? Dentro
da prisão de seu mundo aparece um homem que lhe diz que o mundo de dolorosas
contradições, o qual você criou, não é nem contínuo nem permanente e está baseado
em um mal-entendido. Ele peleja com você para que você o abandone. Você entra nele
esquecendo do que você é, e você sairá dele conhecendo a si mesmo como você é. Não
há qualquer realidade nele. Ele não perdura. (45)
O mundo não tem qualquer existência separada de você. A cada momento
ele não é senão um reflexo de você mesmo. Você o cria, você o destrói. Seu universo
pessoal não existe por si mesmo. Essa é uma visão limitada e distorcida do real. (94)
Você não é do mundo, você nem mesmo está no mundo. O mundo não é,
você sozinho é. Você cria o mundo em sua imaginação como um sonho. Como você
não pode separar o sonho de si mesmo, assim também você não pode ter um mundo
exterior independente de sua existência. Você é independente, não o mundo. Não
tenha medo de um mundo que você mesmo criou. (453)
Busque e você descobrirá a Pessoa Universal, a qual é você mesmo e
infinitamente mais. De qualquer modo, comece realizando que o mundo está em você,
e não você nele. Seu corpo pessoal é uma parte na qual o todo está maravilhosamente
refletido. Mas você tem também um corpo universal. Você nem mesmo pode dizer que
não o conhece, porque você o vê e o experiencia todo o tempo. Somente você o chama
de “o mundo” e está com medo dele. Ambos anatomia e astronomia descrevem você.
Você conhece o mundo exatamente como você conhece seu corpo – através dos
sentidos. É sua mente que separou o mundo de fora de sua pele do mundo de dentro e
os colocou em oposição. (309-10)
O mundo não é mais que o reflexo de minha imaginação. O que quer que
eu queira ver, eu posso ver. Mas porque eu deveria inventar padrões de criação,
evolução e destruição? Eu não preciso delas. O mundo está em mim, o mundo sou eu
mesmo. Eu não tenho medo dele e nem qualquer desejo de trancá-lo em um filme
mental. (28)
Imagine-se em uma densa floresta cheia de tigres e você em uma forte cela
de aço. Sabendo-se bem protegido pela cela, você assiste aos tigres sem medo. A
seguir, você encontra os tigres na cela e você perambulando na floresta. Finalmente, a
cela desaparece e você monta os tigres! (476-7)
O que eu pareço ser para você existe apenas em sua mente. Eu sou um
sonho que pode acordá-lo. Você terá de provar dele em seu próprio acordar. (181)
4
Desista de tudo e você ganhará tudo. Então a vida torna-se aquilo que se supõem que
ela seja: pura radiação de uma fonte inexaurível. Nessa luz o mundo aparece difuso
como num sonho. (257)
Desejo e medo vêm da visão do mundo como separado de mim mesmo.
Assim como você pensa ser do mesmo modo você pensa que o mundo
seja. Se você imagina-se separado do mundo, o mundo aparecerá como separado de ti
e você experimentará desejo e medo. Eu não vejo o mundo como separado de mim e
assim não há nada para eu desejar ou temer. (123)
Não há caos no mundo, exceto o caos que você cria em sua mente. Ele é
autocriado no sentido de que em seu verdadeiro centro há uma idéia de si mesmo
como algo diferente e separado das outras coisas. Na realidade você não é nem uma
coisa nem separado. (121)
Enquanto eu vir o sonho como real, eu sofrerei sendo escravo dele.
Ambos sono e vigília são nomes errôneos. Nós estamos apenas sonhando.
Só o gnani conhece a verdadeira vigília e o verdadeiro sono. Nós sonhamos que
estamos acordados, nos sonhamos que estamos dormindo. Os três estados são somente
variedades de estados de sono. Tratar tudo como um sonho libera. Quando voe
empresta realidade aos sonhos você torna-se escravo deles. Por imaginar que você
nasceu, assim e tal, você se torna escravo desse assim e tal. A essência da escravidão é
imaginar a si mesmo como sendo um processo, que tem passado e futuro, que tem
história. Na verdade nós não temos história, não somos um processo, não
desenvolvemos, não decaímos; assim veja tudo como um sonho e permaneça fora
dele.(189)
Saber que você é um prisioneiro de sua mente, que você vive em um
mundo imaginário, de sua própria criação é o lago da sabedoria. (426)
A causa do sofrimento está na identificação do percebedor com o
percebido. É dele que nasce o desejo, e com o desejo a ação cega, de resultados
impensáveis. Olhe ao redor e você verá – o sofrimento é uma coisa feita pelo homem.
(381)
Ninguém sofre em um filme, somente a pessoa identifica-se com ele. Não
se identifique com o mundo e você não sofrerá. (156)
Enquanto ele dura, o sonho tem um ser temporal. É seu desejo de mantêlo,
que cria o problema. Deixe ir. Pare de imaginar que o sonho é seu. (257)
5
Deixe o filme desenrolar-se até o verdadeiro fim. Você não pode ajudá-lo.
Mas você pode reconhecer que o sonho é um sonho, e não carimbá-lo com o selo de
realidade.(258)
No presente você está perdido, e, portanto em perigo, pois para um
perdido, a qualquer momento algo pode acontecer. É melhor acordar e ver sua situação
real. Que você é, você sabe. O que você é, você não sabe. Descubra o que você é.
(474)
Minha intenção de acordá-lo é o link (entre nossos respectivos sonhos). Meu coração
quer que você acorde. Eu vejo você sofrendo em seus sonhos e eu sei que você deve
acordar para terminar seus pesadelos. Quando você vê seu sonho como sonho, você
acorda. Mas em seu sonho eu não estou interessado. É bastante para mim saber que
você deve acordar. Você não precisa trazer seu sonho para uma conclusão definida, ou
torná-lo nobre, ou feliz, ou belo; tudo que você precisa é realizar que você está
sonhando. Pare de imaginar, pare de acreditar. Veja as contradições, as
incongruências, a falsidade e o sofrimento do ente humano, a necessidade de ir além.
Em sonho você ama alguns e não outros. Acordado você descobre que é o próprio
amor, que encampa e inclui tudo. O amor pessoal, não importa quão intenso e genuíno
invariavelmente desaparece; o amor em liberdade é amor por tudo. (258)
Este é o coração da questão: Enquanto você acredita que só o mundo
externo é real, você permanece seu escravo. (424) simplesmente compreenda que o
que você vê não é o que é. Aparências se dissolverão sob a investigação, e a realidade
virá à superfície. Você não precisa queimar a casa para abandoná-lo. Basta sair.
Somente quando você não pode ir e vir livremente que a casa torna-se uma prisão. Eu
me movo para dentro e para fora da consciência fácil e naturalmente, e assim para mim
o mundo é uma casa, não uma prisão. (479)
Nada no sonho é feito por mim.
Enquanto você acreditar que é um corpo, você encontrará (ascribe) causas
para tudo. Eu não estou dizendo que as coisas não tem causas. Cada coisa tem causas
inumeráveis. É como é, porque o mundo é como ele é. Cada causa em suas
ramificações cobre o universo. Não há causas exceto sua ignorância de seu ser real, o
qual é perfeito e além da causação. Pois o que quer que aconteça, todo o universo é
responsável e você é a fonte do universo. (347)
Tudo o que acontece é a causa de tudo o que acontece. As causas são
inúmeras; a idéia de uma causa única é uma ilusão. (398)
6
Porque você fala de ação? Você alguma vez está em ação? Algum poder
desconhecido atua e você imagina que você está agindo. Você está meramente
assistindo o que acontece, sem ser capaz de influenciá-lo de nenhuma forma. (238)
Pare de imaginar a si mesmo como sendo ou fazendo isso ou aquilo, e a
realização de que você é a fonte e o coração de tudo se derramará sobre ti. (3)
O homem sábio não toma nada como sendo seu próprio. Quando em
algum tempo ou lugar algum milagre é atribuído a alguém, ele não estabelecerá
qualquer link causal entre eventos e pessoas, nem permitirá que qualquer conclusão
seja tirada. Tudo acontece como acontece porque tinha de acontecer; tudo acontece
como acontece porque o universo é como ele é. (270)
Você se imagina sendo e fazendo tudo idêntico. Não é assim. A mente e o
corpo movem-se e mudam e causam movimentos e mudanças em outras mentes e
outros corpos, e isso é chamado de fazer, de ação. Eu vejo que é da natureza da ação
criar outra ação, como fogo que continua queimando. Eu não ajo nem sou causa de
outros agirem; eu estou constantemente alerta do que acontece.(398)
Nada é feito por mim, tudo acontece simplesmente. Eu não espero, eu não
planejo, eu simplesmente assisto os eventos acontecendo, sabendo-os irreais.(191)
É como seu gravador. Ele grava, ele reproduz – tudo por si mesmo. Você
somente ouve. Similarmente, eu assisto a tudo que acontece, inclusive meu conversar
com você. Não sou eu quem conversa, as palavras aparecem em minha mente e então
eu as escuto sendo ditas. (433)
O que é feito é um fato, o fazedor é um mero conceito. Sua própria
linguagem mostra que enquanto o feito é certo, o fazedor é dúbio; alternar
responsabilidade é um jogo peculiarmente humano. Considerando a infindável lista de
fatores requeridos para que algo aconteça, só se pode admitir que tudo é responsável
por tudo, não importa quão remoto. O fazer é um mito nascido da ilusão do “eu” e do
“meu”. Eu não sinto que eu esteja falando. Há fala acontecendo, isso é tudo. Você
realmente fala? Você ouve a si mesmo falando e você diz: eu falo. Eu não tenho
qualquer objeção às convenções de sua linguagem, mas elas distorcem e destroem a
realidade. Um modo mais acurado de dizer seria: “Há fala, trabalho, ir e vir”. Para que
qualquer coisa aconteça o universo inteiro deve coincidir. É um erro acreditar que
qualquer coisa em particular possa causar um evento. Toda causa é universal. Eu estou
totalmente alerta de que as coisas acontecem como elas tem de acontecer porque o
mundo é como ele é. Para afetar o curso dos eventos, eu devo trazer um fator novo
para o mundo e tal fator só pode ser eu mesmo, o poder do amor e da compreensão
focalizado em mim. (389)
Assinar:
Postagens (Atom)